CASO PETROBRAS.
RENAN DETERMINA QUE HAJA
DUAS CPIS.
Brasília. O
presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), determinou no fim
da noite de ontem a instalação de duas CPIs mistas (com deputados e senadores)
para investigar a Petrobras e o cartel do Metrô de São Paulo.
Durante a sessão, o PT apresentou
questionamento para tentar inviabilizar a comissão mista da Petrobras, enquanto
o PSDB pediu a instalação imediata da CPI depois de acusar Renan de adotar
manobras que beneficiam o governo.
Os líderes dos partidos terão até
o fim da semana que vem para indicar os membros da comissão mista da Petrobras,
o que na prática adia o começo das investigações. Além disso, Renan recorreu à
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado para que o órgão se
manifeste sobre qual deve ser a abrangência das investigações.
Os petistas argumentam que a CPI
no Senado foi instalada antes da mista e tem preferência para funcionar.
"O STF já decidiu pela instalação da CPI da Petrobras no Senado Federal, o
que antecedeu o ato de criação da CPI mista, com o mesmo objeto de investigação.
Por isso, a CPI do Senado é que deve investigar", disse o líder do
partido, senador Humberto Costa (PE). Dos 13 integrantes da comissão do Senado,
apenas três são da oposição.
Na contramão dos petistas, o PSDB
apresentou outro questionamento em que afirma que a comissão mista já deveria
estar funcionando porque foi lida no plenário do Congresso em abril.
Manobra
Líderes da oposição acusaram
Renan Calheiros de tentar beneficiar o Palácio do Planalto, retardando as
investigações. "Em nome da preservação da independência do Poder
Legislativo, não se submeta à vontade do Palácio do Planalto", atacou o
deputado Mendonça Filho (DEM-PE).
Renan negou o questionamento do
PSDB e prometeu analisar "oportunamente" o pedido do PT. O senador
negou estar retardando o início dos trabalhos da CPI mista da Petrobras.
"Eu não estaria na presidência do Congresso para não proteger o regimento
das duas Casas e do próprio Congresso, a Constituição e as decisões do
STF", disse.
Sem temor
Na última terça-feira (6) a presidente
Dilma Rousseff disse durante jantar com jornalistas no Palácio do Planalto que
não teme a instalação da CPI. "Não devo nada e, portanto, não tenho temor
nenhum. Este é um governo de absoluta transparência", afirmou. Dilma disse
ainda que o objetivo da oposição ao insistir com a apuração no Congresso é
atingi-la. "Não tenho dúvida que tem um componente político nisso aí.
Sempre é muito contraditório o tratamento que se dá no Brasil às investigações
sobre qualquer coisa. São investigações que só atingem o governo federal. O
interesse todo nesta história sou eu", completou.
Fonte: Agência Senado.
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