quinta-feira, 8 de maio de 2014

MAQUINISTA DO CORPORATIVISMO

CASO PETROBRAS.

RENAN DETERMINA QUE HAJA DUAS CPIS.

Brasília. O presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), determinou no fim da noite de ontem a instalação de duas CPIs mistas (com deputados e senadores) para investigar a Petrobras e o cartel do Metrô de São Paulo.

Durante a sessão, o PT apresentou questionamento para tentar inviabilizar a comissão mista da Petrobras, enquanto o PSDB pediu a instalação imediata da CPI depois de acusar Renan de adotar manobras que beneficiam o governo.

Os líderes dos partidos terão até o fim da semana que vem para indicar os membros da comissão mista da Petrobras, o que na prática adia o começo das investigações. Além disso, Renan recorreu à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado para que o órgão se manifeste sobre qual deve ser a abrangência das investigações.

Os petistas argumentam que a CPI no Senado foi instalada antes da mista e tem preferência para funcionar. "O STF já decidiu pela instalação da CPI da Petrobras no Senado Federal, o que antecedeu o ato de criação da CPI mista, com o mesmo objeto de investigação. Por isso, a CPI do Senado é que deve investigar", disse o líder do partido, senador Humberto Costa (PE). Dos 13 integrantes da comissão do Senado, apenas três são da oposição.

Na contramão dos petistas, o PSDB apresentou outro questionamento em que afirma que a comissão mista já deveria estar funcionando porque foi lida no plenário do Congresso em abril.

Manobra

Líderes da oposição acusaram Renan Calheiros de tentar beneficiar o Palácio do Planalto, retardando as investigações. "Em nome da preservação da independência do Poder Legislativo, não se submeta à vontade do Palácio do Planalto", atacou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE).

Renan negou o questionamento do PSDB e prometeu analisar "oportunamente" o pedido do PT. O senador negou estar retardando o início dos trabalhos da CPI mista da Petrobras. "Eu não estaria na presidência do Congresso para não proteger o regimento das duas Casas e do próprio Congresso, a Constituição e as decisões do STF", disse.

Sem temor

Na última terça-feira (6) a presidente Dilma Rousseff disse durante jantar com jornalistas no Palácio do Planalto que não teme a instalação da CPI. "Não devo nada e, portanto, não tenho temor nenhum. Este é um governo de absoluta transparência", afirmou. Dilma disse ainda que o objetivo da oposição ao insistir com a apuração no Congresso é atingi-la. "Não tenho dúvida que tem um componente político nisso aí. Sempre é muito contraditório o tratamento que se dá no Brasil às investigações sobre qualquer coisa. São investigações que só atingem o governo federal. O interesse todo nesta história sou eu", completou.

Fonte: Agência Senado.


Nenhum comentário:

Postar um comentário