O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) foi eleito nesta
quarta-feira (7), por 343 votos a favor e 51 em branco, vice-presidente da
Câmara. O nome dele havia sido escolhido após encontro fechado da bancada do
partido nesta terça.
O cargo de vice-presidente está
vago desde que o deputado André Vargas renunciou ao posto após ter o nome relacionado a denúncias de envolvimento
com o doleiro Alberto Yousseff, preso pela
Polícia Federal. Vargas, que se
desfiliou do PT, responde a processo no Conselho
de Ética da Casa.
O PT ocupa a vice-presidência da
Câmara em razão de um acordo com o PMDB. Partido com a maior bancada, o PT
teria direito à presidência durante os quatro anos da legislatura. Mas, pelo
acordo, ficou com a presidência nos dois primeiros anos (2011-2012) e o PMDB,
segunda maior bancada, com a vice. Nos dois últimos anos (2013-2014), o PMDB
ficou com a presidência e o PT, com a vice.
Chinaglia foi presidente da
Câmara em 2007 e 2008 e, atualmente, é o líder do governo na Casa. O deputado
afirmou que não acumulará as funções de vice-presidente e líder do governo. Ele
pedirá à presidente Dilma Rousseff para indicar outro deputado para exercer a
liderança.
“Eu vou ser substituído na
liderança do governo. A presidenta, agora, vai, naturalmente, começar a pensar
em nomes para indicar. Cabe a ela escolher quem irá ocupar o cargo. Eu fui
escolhido, mas antes, ao ser procurado por ministros, cheguei a sugerir nomes
e, obviamente, não o meu”, disse, após ter sido indicado pelo PT.
Entre as funções do
vice-presidente está a de presidir as sessões da Câmara e definir a pauta de
votações do plenário na ausência do presidente. Também cabe ao vice presidir o
Congresso Nacional, na ausência do presidente do Senado.
Chinaglia disse que, como
vice-presidente, terá papel “institucional” na Câmara e o “dever” de unificar
bancada do PT na Casa, “construindo maior diálogo” entre os deputados.
Ele usou a tribuna antes da
eleição para pedir votos e dizer que trabalhará para “democratizar” as decisões
que couberem à vice-presidência da Câmara.
“Neste momento, é meu dever, além
de pedir votos a cada deputado, honrar o mandato caso venha a obtê-lo, e
exercê-lo de forma respeitosa à legislação, ao regimento e também trabalhando
para democratizar entre nós essas relações”, disse.
O petista afirmou ainda, no
discurso, que como líder do governo da presidente Dilma Rousseff teve que
defender na Câmara posições que muitas vezes contrariavam a vontade da maioria.
Ele destacou, porém, que não se
tratava da opinião pessoal dele, mas sim de uma obrigação decorrente da função
de porta-voz do governo na Casa.
“Como líder do governo eu
costumei dar aqui argumentos muitas vezes contrários a uma maioria já
estabelecida, porque esta é a função de líder de governo. Não se trata de
opinião individual, mas de uma função delegada pela presidente da
República”, disse.
Chinaglia reconheceu ainda
considerar que não atuou de forma “plenamente suficiente” como líder do
governo. “Tenho o dever de agradecer à presidente porque a escolha de líder do
governo é feita pela Presidência. Procurei fazer o melhor nesta função. Sem
dúvida alguma, não foi plenamente suficiente, até na minha avaliação, mas
procurei fazer o melhor.”
Fonte: G1. Brasília - DF.
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