ATOS DE 1º DE MAIO VIRAM
PALANQUES.
Manifestações de oposicionistas e de ministros antecipam o clima de
campanha presidencial.
São Paulo. As
comemorações do Dia do Trabalho no maior colégio eleitoral do país foram
marcadas ontem por ataques de políticos da oposição à presidente Dilma Rousseff
(PT) e repostas da situação.
Os dois principais adversários da
petista na corrida eleitoral deste ano protagonizaram o evento da Força
Sindical, a segunda maior central do país. Recepcionados pelo deputado Paulinho
da Força (SDD-SP), principal líder político da central, o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) e o ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE) fizeram críticas ao
reajuste de 10% no Bolsa Família anunciado por Dilma na quarta-feira.
Em outro evento, organizado pela
Central Única dos Trabalhadores (CUT), que é a maior do país e é alinhada ao
PT, latas e garrafas foram arremessadas pelo público quando a presença de
ministros foi anunciada.
No ato da Força, Aécio disse que
Dilma "mente" ao afirmar que, com o aumento no valor do Bolsa
Família, famílias assistidas pelo programa irão superar a linha da miséria
estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). "O valor teria que
chegar a R$ 83 e não R$ 77", disse.
No pronunciamento em cadeia
nacional de rádio e TV na quarta-feira, Dilma atacou a oposição e anunciou
medidas de interesse dos trabalhadores, como reajuste da tabela do Imposto de
Renda e promessa de manter a valorização do salário mínimo.
Em entrevista, Campos disse que a
petista "enxuga gelo" ao reajustar o Bolsa Família sem conter a
inflação. Ele afirmou que "o Brasil tomou o caminho errado" e que é
preciso "mudar".
Paulinho da Força fez diversos
ataques à presidente. Chegou a pedir, por duas vezes, que o público desse uma
"banana" para Dilma. "Vamos erguer o braço! Toma aqui,
presidente!". Aécio e Campos ficaram visivelmente constrangidos a seu
lado.
No momento mais exaltado,
Paulinho disse que Dilma poderia ser presa por causa de irregularidades na
Petrobras.
Resposta
Principal interlocutor do
Planalto junto aos movimentos sociais, o secretário-geral da Presidência,
Gilberto Carvalho, também participou do evento.
"Não temos medo de vaia. O
trabalhador brasileiro sabe que os 12 anos do PT foram os melhores para os
trabalhadores" falou Carvalho, que não quis polemizar sobre as declarações
de Paulinho. "Eu não vou comentar o Paulinho da Força. Eu respeito os
trabalhadores da Força Sindical. Prefiro me relacionar com eles", falou
Carvalho.
Ele atacou Aécio, a quem
classificou como uma nova versão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002). "Eles governaram o país sob um arrocho salarial enorme".
O presidente da CUT, Vagner
Freitas, defendeu o governo e afirmou que a oposição representa o
"retrocesso". "Temos que reconhecer os avanços que conquistamos
nos últimos 12 anos".
Fonte: Agência Brasil.
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