TEMER
DIZ QUE GOVERNO NÃO É GOLPISTA E QUE NÃO ACEITARÁ DIVISÃO NA BASE
Presidente fez declaração na primeira reunião
ministerial após impeachment.
'Não vamos levar desaforo para casa', afirmou antes
de viagem à China.
O Presidente da República Michel
Temer afirmou nesta quarta-feira (31), na primeira reunião ministerial do
governo após a aprovação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que
agora a cobrança sobre o governo será "muito maior", e rejeitou a
acusação de que o impeachment foi um golpe. A reunião ministerial começou pouco
mais de quatro horas após a aprovação do impeachment de Dilma pelo Senado, e
cerca de uma hora após sua posse no plenário do Senado.
Ele pediu reação ao discurso dos
partidários da ex-presidente Dilma Rousseff, que acusam os senadores que
voltaram a favor do impeachment de golpistas. "Golpista é você, que está
contra a Constituição", afirmou. "Não vamos levar desaforo para
casa".
Temer disse que é preciso
responder às acusações do tipo. "Não podemos deixar uma palavra sem
resposta", afirmou.
O presidente ainda disse que durante
o processo de impeachment não respondeu às acusações e foi de uma
"discrição absoluta", mas que agora não levará ofensa para casa.
"As coisas se definiram, e é preciso muita firmeza", afirmou.
Ele ainda disse que "no
plano internacional tentaram muito e conseguiram dizer que no Brasil houve
golpe", e disse que não se pode tolerar essa informação. "Isso aqui
não é brincadeira."
Viagem à China.
Na noite desta quarta, Temer
viaja para a China, onde participará do encontro do G20, que reúne países com
as maiores economias do mundo.
Segundo ele, a viagem será o
primeiro momento para anunciar "novidade brasileira" aos outros
países e começar a trazer investimento estrangeiro para o Brasil. Ele afirmou
que terá uma reunião bilateral com o presidente da China no dia 2 de setembro e
já foi convidado para reuniões com outros chefes de Estado durante o tempo em
que ficará no país.
Temer pediu que os ministros
divulguem que ele irá para a Ásia "para revelar aos olhos do mundo que
temos estabilidade política e segurança jurídica."
União política.
Em seu discurso aos ministros, o
presidente empossado uma hora antes pediu trabalho com afinco de sua equipe, a
desburocratização de medidas e a divulgação das medidas tomadas pelo governo.
Ele orientou os ministros a
participarem das reuniões de bancadas com seus partidos para falar sobre a
importância das medidas. "Não é um partido que está no poder e que
despreza os demais. Ao contrário."
Com isso, ele busca sensibilizar
os parlamentares para aprovar projetos considerados prioritários para o
governo, como a PEC do teto dos gastos públicos - que ele espera aprovar ainda
este ano - e a reforma da Previdência.
Temer ainda afirmou que gerar
empregos deve ser o primeiro tema a ser levado em conta por seu governo.
"Nós temos essa margem enorme de desempregados, os quase 12 milhões é uma
cifra assustadora."
Fonte: G1 – DF.
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