SCARCELA JORGE |
COMENTÁRIO
Scarcela Jorge MAIS UM PODER INFORMAL.
Nobres:
Todo e
qualquer governante precisa mostrar o que fez para reduzir a criminalidade, e a
repressão é apenas a pequena e última parte é obvio que neste estado
deprimente, com a corrupção não é diferente. Apesar de endêmica, e manjada
retórica, não se pode dizer “sempre houve”. Ela atinge níveis elevadíssimos
quando alguns fatores se acumulam, em especial, gigantismo das organizações,
vultosos recursos financeiros, ausência de regras claras e objetivas, sensação
de impunidade, falta de parâmetros nas transações. Nesse quadro, estatais e
obras se destacam. As estatais reúnem os aspectos mais deletérios tanto das
organizações privadas quanto das públicas. Elas não se submetem às “amarras” do
setor público e se utilizam da liberdade de ação como se particulares fossem,
mas não suportam a concorrência destas, não têm compromissos com a eficiência,
colocam as indicações partidárias acima dos demais critérios, incham seus
quadros de pessoal, permitem largo desperdício de recursos, são tomadas de
assalto por todo tipo de interesses escusos e seus prejuízos são lançados nas
costas dos contribuintes. Mas é ilusório pretendê-las eficazes e eficientes,
afinal, não há razão alguma para que governos criem e mantenham estatais se não
puderem, nelas e através delas, exercer seu poder político, em seu mais amplo
sentido. As obras de infraestrutura neste país continental carregam
aqueles fatores, mas um deles é crucial: a atual ausência de regras claras e
objetivas no sentido de proteger ações corruptas. O planejamento
deficiente sempre foi marca do nosso presidencialismo. Se já há sérias
deficiências nos projetos, o atalho É a “bíblia do corrupto”. Licitar, um jogo
de sorte pra eles com o placar definido, e em seguida tão somente contratar e
iniciar obras bilionárias sem um detalhado projeto executivo é uma aberração, incentiva
a ladroagem que está deixando o poder, como era óbvio, tem respaldo em lei,
aprovada no Congresso Nacional e sancionada pela presidência da República,
feita especialmente para atos de corrupção em que a legislação seja objetivo
para tal fim, o que vem acontecendo sistematicamente até nos últimos dias. Em
tese é um expediente que buscou, exatamente, consagrar a ausência de
planejamento e, assim, escancarar as portas para os “malfeitos” sendo
coordenada por “lobistas” e que forma o novo dicionário de larápios gerando mais
um poder formal entre poderes constituídos, para extirpar dos grandes males que
assola este país e, que está enraizado nos escalões da república o governo
deverá puni-los.
Antônio Scarcela Jorge.
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