O TERMÔMETRO DO MERCADO APÓS AS DENÚNCIAS CONTRA LULA.
A abertura dos mercados nesta
quinta-feira (15) não demonstrou aflição ou preocupação dos investidores com o
Brasil.
Depois da
denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-presidente Lula, a abertura
dos negócios seria um bom termômetro de como os operadores do mercado receberam
o avanço da justiça sobre Lula com tamanha veemência.
As acusações dos
procuradores de Curitiba estão fundamentadas em evidências, não em provas, mas
a avaliação é de que a vigor das denúncias pode forçar um afastamento de Lula
do cenário político e um enfraquecimento da oposição contra as reformas e
medidas de ajuste fiscal que precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional.
Nos cenários
mais recentes de economistas e analistas sobre o Brasil há uma separação bem
clara entre as perspectivas para a economia e os riscos que podem frear a
recuperação que pode já ter começado e é dada como certa para 2017.
No quadro do
risco o principal item é a política. Um agravamento da situação de Lula na
justiça sempre esteve na cabeça dos analistas, mas era difícil imaginar a
intensidade e quando isto poderia acontecer.
Esta expectativa
já foi colocada “no preço” há muito tempo, desde que a escuta telefônica
liberada pelo juiz Sergio Moro – com a conversa entre Lula e a ex-presidente
Dilma - derrubou as chances do líder do PT se proteger da força tarefa de
Curitiba, já que não teria mais acesso ao foro privilegiado.
Desde então, o Partido dos Trabalhadores veio
colecionando derrotas políticas e debilitando a força de seu maior
representante.
Com Lula mais
distante da chance de ser candidato à presidência da República em 2018 e com PT
combalido no Congresso, melhoram as chances de o governo realizar o ajuste
fiscal e de recuperação da economia.
Mesmo diante da
alta reprovação popular de Michel Temer, o que dá algum conforto aos
investidores é a equipe econômica formada e liderada por Henrique Meirelles.
O que há de mais
preocupante na visão dos analistas, é o quanto a operação Lava Jato pode
avançar sobre a cúpula do governo de Temer – isto sim poderia atrapalhar os
avanços esperados.
O anúncio do
pacote de concessões feito há dois dias foi “música para os ouvidos” dos
investidores, segundo o economista Gesner Oliveira, especialista em
investimentos em infraestrutura.
“A lista de
projetos parece razoável, mesmo sendo tudo que já se conhecia dos pacotes
anteriores, não tem muito que inventar. A inclusão do saneamento foi feliz,
muito positivo introduzi-la como prioritária.
Eles não
entraram em detalhes na forma de financiamento, no sistema de garantias e nos
detalhes dos projetos, mas isso é natural. As informações virão nos editais,
pre-editais e só o fato do governo ter anunciado que haverá tradução para
inglês e distribuição no exterior já é muito positivo porque aumenta a
concorrência dos leilões. Eu esperaria um pouco mais de informação para fazer
estimativa impacto economia, disse Oliveira em conversa exclusiva com o
blog.
O economista já havia feito estudos técnicos
para mapear a a demanda e o interesse pelos projetos ofertados pelo governo
Dilma.
Agora, a
consultoria de Gesner Olivieira já está refazendo as análises mas ele já tem
alguma noção do resultado.
“Dos R$ 198
bilhões que tinham sido anunciados pela Dilma, R$ 70 bi faziam sentido porque
os estudos mostraram demanda, interesse privado e suporte técnico ao projeto.
Nós fizemos
naquela época e vamos fazer para os projetos 25 de agora. “Precisamos esperar
um pouco mais de detalhes, mas deve ser alguma coisa da mesma magnitude”,
explicou o economista.
Mesmo com
“aquecimento” do ambiente politico, há interesse pelo Brasil ele deve se
manter.
E não é uma
avaliação partidária ou ideológica. Os investimentos que estão se preparando
para desembarcar aqui são de longo prazo, para mais de cinco anos. Na conta dos
investidores, três pontos são levados em consideração: preço, custo e risco.
ALI BÁ BÁ BRASILEIRO O SUPER DEUS PARA OS CORRUPTOS |
O resultado
desta equação está cada vez mais positivo para o Brasil. Apesar da fragilidade
das acusações contra Lula, como muitos analistas políticos apontam, a
interpretação do setor financeiro leva em consideração o fortalecimento das
instituições brasileiras – da justiça, especialmente.
Mercados.
Logo na abertura
dos mercados, a moeda americana operava em queda e a bolsa de valores subia.
Mais para o
final da manhã, o dólar virou e passou a operar em alta. A explicação está lá
fora com a expectativa pelos recados do FED, o BC americano e também do BC do
Japão, sobre o que pretendem fazer com as taxas de juros de seus países. Esta
volatilidade deve se mantiver até, pelo menos, a próxima semana, quando o FOMC,
o Copom dos EUA, faz sua reunião.
Fonte: G1 – DF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário