DELEGADOS DA PF OUVEM OS
SETE PRESOS NA 34ª FASE DA LAVA JATO.
Oitivas devem ocorrer entre 10h e 17h30 desta
sexta-feira (23), diz PF.
Operação investiga contratação de empresas para
fazer plataformas.
Os delegados da Polícia Federal (PF) planejam ouvir as
sete pessoas presas na 34ª fase da Operação Lava Jato entre a manhã e à tarde
desta sexta-feira (23).
Todas elas foram presas na quinta-feira (22) e estão
detidas na carceragem da PF desde a chegada a Curitiba.
De acordo com a PF, as oitivas desta sexta-feira devem
ocorrer na seguinte ordem:
- 10h
Julio César Oliveira Silva;
Luiz Eduardo Neto Tachard.
- 14h
Danilo Baptista;
Francisco Corrales Kindelan.
- 16h
Luiz Claudio Machado Ribeiro;
Luiz Eduardo Guimarães Carneiro.
- 17h30
Ruben Costa Val.
A prisão do grupo, que é temporária, vence na
segunda-feira (26) e pode ser prorrogada pelo mesmo período; pode, ainda, ser
convertida para preventiva, que é quando o investigado não tem prazo para
deixar a carceragem.
Até a manhã desta sexta, os investigados ainda não
tinham passado pelo exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML),
em Curitiba.
O exame é procedimento padrão após a prisão.
O ex-ministro Guido Mantega, que atuou nos governos
Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, também foi preso na 34ª fase.
Entretanto, ele teve e prisão revogada pelo juiz federal Sérgio Moro, pouco
tempo depois, e foi solto por volta das 14h.
Os policiais também cumpriram mandados de busca e
apreensão na sede da petroleira e construtora naval do empresário Eike Batista,
a OSX, que fica no décimo andar de um prédio no Centro do Rio de Janeiro.
A atual fase da Lava Jato, batizada de Arquivo X, foi
deflagrada na manhã de quinta-feira (22) e investiga a contratação, pela
Petrobras, de empresas para a construção de duas plataformas de exploração de
petróleo na camada do pré-sal, o chamado Floating Storage Offloanding (FSPO´s).
O valor do contrato foi de US$ 922 milhões, de acordo
com os investigadores.
Investigações.
De acordo com o Ministério Público Federalx (MPF), o
consórcio Integra Ofsshore, formado pela Mendes Júnior e OSX, firmou contrato
com a Petrobras no valor de US$ 922 milhões, para a construção das plataformas,
em 2012.
As consorciadas, ainda segundo o MPF, viabilizaram a
contratação pela Petrobras mediante o repasse de valores a pessoas ligadas a
agentes públicos e políticos.
As investigações apontam a transferência de cerca de
R$ 7 milhões, entre fevereiro e dezembro de 2013, pela Mendes Júnior para um
operador ligado a um partido político e à diretoria Internacional da Petrobras,
já condenado na Operação Lava Jato.
Os repasses foram viabilizados mediante a interposição
de empresa de fachada, que não possuía uma estrutura minimamente compatível com
os recebimentos, segundo os procuradores da Lava Jato.
Ao longo das investigações também foi identificado o
repasse de mais de R$ 6 milhões pelo Consórcio Integra Ofsshore com base em
contrato falso firmado em 2013 com a Tecna/Isolux.
O valor, ainda segundo o MPF, teria sido transferido
no interesse de José Dirceu, que está preso pela Lava Jato, e de pessoas a ele
relacionadas.
Os procuradores declararam também que empresas do
grupo Tecna/Isolux repassaram cerca de R$ 10 milhões à Credencial Construtora,
já utilizada por Dirceu para o recebimento de vantagens indevidas.
Repasse de Eike ao PT.
Em um depoimento ao MPF, o ex-presidente do Conselho
de Administração da OSX, Eike Batista,
declarou que, em novembro de 2012, recebeu um pedido de Mantega para que
fizesse um pagamento de R$ 5 milhões, no interesse do PT, segundo as
investigações.
O procurador da Lava Jato Carlos Fernando dos Santos
Lima afirmou que os pagamentos feitos por Eike foram operacionalizados por
Mônica Moura, mulher do marqueteiro do PT João Santana.
O casal foi preso na
23ª fase da operação, em fevereiro deste ano, e solto no dia 1º de agosto.
Fonte: G1 – PR.
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