SCARCELA JORGE |
COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
INTELECTUALIDADE
RETÓRICA.
Nobres:
O país continua densamente
dividido depois do processo que afastou definitivamente a presidente Dilma.
Ressentimentos de ambos os lados. Ataques dos vitoriosos, como as que foram
dirigidas à senadora Vanessa Grazziotin, contrária ao impedimento,
misturaram-se às agressões dos derrotados, como as assacadas contra o senador
Cristovam Buarque, que votou pelo afastamento. Intransigências de sinais trocados.
Não desestimuladas por declarações como as de Dilma e de Temer na noite da
votação. Nesse ambiente conflagrado, preocupa a Judicialização da política que
chega ao paroxismo. Uma espécie de “2º turno do impeachment” nas barras dos
tribunais não é algo alvissareiro. Países de democracia madura, como os EUA, já
têm sedimentada a concepção de que o Poder Judiciário não pode substituir a
vontade soberana do povo, que se exprime pela eleição dos membros dos dois
outros poderes. Ao Judiciário, não eleito, resta um papel de moderação para
zelar pelo respeito aos procedimentos. Pronunciamentos de ministros do STF,
como os de Gilmar Mendes, em tom desairoso contra os outros poderes e os demais
integrantes do Judiciário, não se alinham com a sobriedade, imparcialidade e
respeito aos ritos que se espera da mais alta corte de uma república democrática seja qual for o caminho que se venha a impor, a população espera que
sejam enfrentados de imediato os problemas do desemprego, da quebra de empresas
e da falta de investimento. O caos econômico e fiscal vai demandar medidas de
ajuste, todos reconhecem. A questão é que há ajustes e ajustes. Que não sejam
chamados a arcar com o ônus os “culpados de sempre”. Há que se preservar os
direitos e conquistas sociais dos setores mais vulneráveis. Na questão da
previdência, há espaço para aumentar a contribuição previdenciária dos setores
agroexportadores que hoje recolhem bem menos do que a indústria e o comércio.
Os bancos devem ser forçados a sair da zona de conforto dos juros altos.
Podem-se adotar medidas como a diminuição dos depósitos compulsórios dos bancos
no Banco Central e a penalização do entesouramento para induzi-los a injetar
dinheiro na economia. A melhoria do ambiente de negócios, com reformas
microeconômicas e mudanças no funcionamento do Estado, pode fomentar o
investimento para o país voltar a crescer. Dentro desses dirimíveis
acontecimentos que atingem diretamente todos os três poderes constituídos é
mais razão para que a população tome consciência e tentar impor a “lavagem
cerebral dos intelectualismo lulista” para que não sejam uma prova cabal que a
educação deste país que retroceda ainda mais conforme estatísticas dos
organismos internacionais sejam qualificativos a razão desse analfabetismo
político e cultural que ainda é imperativo no Brasil.
Antônio Scarcela Jorge.
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