Ele disse que STF deveria ser só para recursos e 'está fazendo o que pode'.
Procurador-geral fez ainda uma crítica ao foro
privilegiado para políticos.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse
nesta terça-feira (6) que o andamento da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal
Federal tem "ritmo mais lento" do que na primeira instância em razão
da inversão dos papéis do tribunal.
Segundo ele, o STF tem que "julgar
recurso" e não "formar processo".
Em razão do foro privilegiado, inquéritos e ações
penais contra deputados, senadores e ministros são julgados no STF.
Assim, o
tribunal, que é a última instância para recursos, tem que também lidar com
processos desde o início.
Ao ser perguntado sobre o ritmo da Lava Jato, Janot
afirmou que ela segue no STF "em ritmo de tribunal".
Novamente
questionado se seria mais lento, ele disse:
"Ritmo de qualquer tribunal.
Tribunal não foi
feito para formar processo, mas para julgar recurso.
Quando se inverte a
lógica, fica mais lento mesmo."
Para ele, no entanto, o STF "está fazendo o que
pode", e mencionou a iniciativa de transferir para as duas turmas, formadas
por cinco ministros cada, a análise de inquéritos e ações penais.
Antes, o tema era tratado no plenário. Só o julgamento
do processo do mensalão do PT demandou um ano e meio de trabalhos do plenário
do Supremo.
Após falar sobre o ritmo do STF e perguntado se o
procurador fazia uma crítica ao foro privilegiado, ele disse:
"Na extensão que está o foro privilegiado é uma
crítica.
Prorrogação da força-tarefa.
Antes de falar com a imprensa nesta terça, Janot
participou de reunião do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP),
presidido por ele.
O conselho decidiu prorrogar por mais um ano a
força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, responsável por investigação
de fraudes na Petrobras.
O prazo para que onze promotores e procuradores se
dedicassem exclusivamente às apurações da Lava Jato terminaria em 8 de setembro
deste ano. Agora vai até setembro de 2017.
A força-tarefa, criada em abril de 2014, é composta,
além dos onze integrantes fixos, pelo procurador Deltan Dallagnol, que comanda
os trabalhos, e mais três colaboradores.
O CNMP também aprovou a prorrogação por mais um ano da
força-tarefa que investiga fraudes na Eletronuclear, no Rio de Janeiro.
No Rio, investigações da Lava Jato envolvem, além de
obras da Eletronuclear, desvios na obra de Angra 3.
Fonte: G1 – DF.
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