DECLARAÇÕES DO REI DA CORRUPÇÃO, PARA TENTAR SENSIBILIZAR A SOCIEDADE ETICA.
Em vez, a Associação Nacional dos
Procuradores da República – ANPR - critica 'deturpação' das falas de
procuradores da Lava Jato.
Redes sociais repercutiram frases que
procuradores não disseram.
Para ANPR, trabalho da Lava Jato é
'profissional' e 'republicano'.
A Associação
Nacional dos Procuradores da República, em nota assinada pelo presidente da
entidade, José Robalinho, criticou o que chamou de "deturpação" das
falas dos procuradores da Lava Jato que apresentaram, na quarta-feira (14),
denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção passiva
e lavagem de dinheiro.
Comentários em
sites e redes sociais chegaram a ironizar uma fala atribuída aos procuradores,
de que eles teriam afirmado "não temos prova, mas temos convicção".
Na realidade, a
frase não foi dita por nenhum dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato que
apresentaram a denúncia contra Lula.
Ao sair em
defesa dos procuradores, a ANPR disse que a deturpação "configura-se em
discurso político ou estratégia de defesa, sem compromisso com a verdade".
A entidade
afirmou ainda que a atuação dos procuradores na Lava Jato é
"profissional" e republicana".
"Nenhuma
verdade pode ser construída pela edição de frases e repetição de uma mentira.
Em mais de dois
anos, atuaram na operação sob as vistas e aplausos de todo o País, mais de 300
agentes públicos de diversos órgãos, especialmente do Ministério Público
Federal, da Polícia Federal e da Receita Federal, todos idôneos e sem qualquer
vinculação partidária.
A atividade da
Lava Jato vem sendo exemplo cabal de cumprimento isenta da lei, disse a nota da
ANPR.
Além de Lula, foi
denunciada a mulher dele, a ex-primeira dama Marisa Letícia, e mais seis
pessoas. A denúncia abrange três contratos da OAS com a Petrobras e diz que R$
3,7 milhões em propinas foram pagas a Lula.
De acordo com a
ANPR, os procuradores apresentaram as provas das propinas da OAS. O texto ainda
faz críticas à corrupção na política.
A força-tarefa
apresentou as provas de autoria dos crimes que apontam, neste caso, para o
pagamento de propina de mais de R$ 87 milhões pela empreiteira OAS a diversas
pessoas e partidos.
A corrupção
política, com o poder econômico dela decorrente, deturpa a democracia pela
subversão da necessária igualdade de oportunidade entre todos os atores
políticos, afirmou a associação.
Ainda segundo a
ANPR, os procuradores acertaram em apontar Lula como chefe de uma organização
criminosa mesmo sem ter oferecido denúncia sobre esse crime. Segundo a
associação, o crime de organização criminosa ainda está em investigação no
Supremo Tribunal Federal, o que, na visão da ANPR, não impede os procuradores de
fazerem menção a ele para ajudar na explicação da denúncia.
"Em
especial no que se refere ao crime de organização criminosa, é juridicamente
correta e necessária a contextualização realizada na acusação, pois teve como
objetivo ressaltar todas as provas levantadas, historicamente organizadas, de
que Lula seria responsável pelos sete crimes de corrupção passiva e 64 crimes
de lavagem de dinheiro descritos na denúncia.
“O fato do
delito de organização criminosa estar em persecução junto ao Supremo Tribunal
Federal em nada afasta a necessidade e a pertinência de sua exposição para que
se compreenda o contexto do delito do qual acusado pela força tarefa”,
argumentou a nota da associação.
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