DECLARAÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA IRRITA MICHEL TEMER.
O Presidente ouve explicação de Moraes
e dá episódio por superado, diz Planalto.
No domingo, ministro disse que nesta
semana haveria 'mais' Lava Jato.
A Secretaria de
Imprensa informou nesta terça-feira (27) que o presidente da República Michel
Temer conversou por telefone com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes,
ainda nesta segunda (26) e ouviu as explicações do ministro sobre recentes
declarações envolvendo a operação Lava Jato.
Segundo a
assessoria de Temer, após a conversa entre os dois, o presidente considerou o
episódio superado.
No domingo (25),
em encontro com representantes do Movimento Brasil Livre (MBL), em Ribeirão
Preto, no interior, cidade administrada Palocci em dois mandatos, Moraes
sugeriu que esta semana haveria nova fase da Lava Jato.
Na segunda, a
Polícia Federal deflagrou a 35ª fase da operação e prendeu o ex-ministro da
Casa Civil e da Fazenda Antonio Palocci, do PT, sob suspeita de favorecer a
Odebrecht durante os governos petistas.
Na avaliação dos
parlamentares que fazem oposição ao governo Temer, por exemplo, o ministro da
Justiça antecipou a operação ao cumprir uma agenda no fim de semana e passou a
mensagem de que o governo peemedebista está interferindo nas investigações.
A ligação.
Inicialmente,
Temer pretendia conversar pessoalmente com Moraes nesta segunda, mas, como o
ministro estava em São Paulo, auxiliares dos dois informaram que a reunião
poderia ser realizada nesta terça.
Apesar disso, os dois acabaram se falando
por telefone ainda na segunda, quando o ministro deu explicações ao presidente.
Segundo o
Palácio do Planalto, no telefonema, Alexandre de Moraes disse a Temer que sua
declaração não foi no sentido de antecipar uma possível nova fase da operação,
mas, sim, com o intuito de reforçar que a operação seguirá com as
investigações.
Conforme a
Secretaria de Imprensa, Temer e Alexandre de Moraes se encontrarão na noite
desta terça, no Palácio da Alvorada, onde o presidente da República oferecerá
um jantar a ministros e a líderes de partidos que compõem a base aliada na
Câmara dos Deputados.
Ministros e a
Lava Jato.
Desde maio, três
ministros de Temer deixaram o governo por episódios relacionados à Lava Jato.
O senador Romero
Jucá (PMDB-RR), investigado na operação, por exemplo, comandava o Ministério do
Planejamento e pediu exoneração após o jornal “Folha de S. Paulo” divulgar uma
conversa dele na qual o peemedebista sugeria um “pacto” contra a operação.
Além dele, o
então ministro da Transparência, Fabiano Silveira, também deixou o cargo em
maio após a TV Globo revelar uma conversa na qual ele criticava a condução das
investigações da Lava Jato pelo Ministério Público Federal.
Outro ministro a
cair foi Henrique Alves (PMDB-RN), ex-titular do Turismo.
Segundo o
peemedebista, investigado na Lava Jato e citado em delação premiada, resolveu
pedir exoneração após receber a informação de que investigadores haviam
descoberto uma conta secreta dele na Suíça, o que Alves nega.
Fonte: G1 – DF.
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