PLANALTO QUER APROVAR PEC DOS GASTOS PÚBLICOS E ADIA REFORMA DA PREVIDÊNCIA.
“Esse será o grande enfrentamento do
governo, considero que esse seja o Plano Real do presidente Michel Temer”.
No primeiro
encontro com líderes da Câmara dos Deputados no Palácio da Alvorada após o
impeachment, o presidente Michel Temer fez hoje (27) um apelo para que a base
aliada dê celeridade na apreciação da proposta de emenda à Constituição (PEC)
que limita os gastos públicos para os próximos 20 anos.
Por outro lado,
para facilitar a análise e aprovação da matéria, o governo desistiu de enviar
ao Congresso esta semana, como havia prometido, a reforma da Previdência.
“Fomos
atropelados por alguns eventos, inclusive a eleição deste domingo”, justificou
o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, sobre o projeto de
reforma da Previdência.
O deputado Paulo
Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), líder do SD, um dos primeiros a
deixar o encontro, disse que o governo entendeu que não dá para aprovar duas
questões importantes ao mesmo tempo na Câmara.
“O governo
precisava tomar um rumo, decidir assunto por assunto. Se o assunto mais
importante para o Brasil é aprovar o teto para que a gente possa sair do
buraco, não dá para enfiar outro assunto agora. A gente vinha falando isso ao
presidente Temer e felizmente hoje o Brasil tomou rumo, disse.
PEC dos Gastos Públicos.
Os ministros da
Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Fazenda, Henrique Meirelles, fizeram
apresentações aos deputados, com um alerta sobre a gravidade da situação
econômica do país e as conseqüências negativas, especialmente em relação à
credibilidade do país perante os agentes econômicos, caso a PEC não seja
aprovada.
“Esse será o grande
enfrentamento do governo, considero que esse seja o Plano Real do presidente
Michel Temer”, disse Paulinho da Força. Além de ministros e líderes
partidários, participaram do jantar os presidentes da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Vieira Lima
disse que o cronograma apresentado na reunião prevê que a proposta seja
colocada em votação no plenário da Câmara entre os dias 10 e 11 de outubro.
Sem prever um
prazo específico, porém, o ministro disse que o desejo do governo é que até
outubro a PEC seja aprovada.
Apoio.
O líder do PSD,
Rogério Rosso (DF), disse que os partidos da base aliada manifestaram apoio à
PEC.
“Seja qual for o
cronograma, as bancadas dos partidos que compõem a base do governo estão
dispostas a votar”, disse.
Paulinho da
Força disse que os partidos governistas vão trabalhar intensamente pela
aprovação.
“A ideia agora é
tocar fogo e jogar todo o esforço nessas duas próximas semanas, o presidente
colocou os ministros à disposição da Câmara para esclarecer pontos da PEC”,
disse Paulinho.
Estados fora da
PEC.
O relator da
proposta na Câmara, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), garantiu que a
PEC original não será alterada para
impor o limite de gastos públicos para os estados.
Segundo ele, as unidades da
federação têm mecanismos para controlar o aumento das despesas.
Os estados não
estavam e não estarão na PEC.
Os estados têm mecanismos suficientes pela Lei de Responsabilidade Fiscal para
fazer seus ajustes”, disse.
O deputado
destacou a importância da limitação dos gastos como forma de superação da
crise.
“É preciso
aprovar a PEC. A penúria fiscal é enorme e o Brasil precisa de um novo regime
fiscal.
Será uma mobilização liderada pelo presidente da Câmara e pelo
presidente Michel Temer”, disse Perondi.
Reforma da
Previdência.
De acordo Geddel
Vieira Lima, o Planalto continua com a decisão “irreversível” de encaminhar a
reforma da Previdência.
O ministro frisou, porém, que não foi possível dialogar
com as centrais sindicais.
O adiamento evita que o projeto seja enviado “goela
abaixo” e que o governo seja acusado de autoritarismo.
Vamos a partir de
a próxima semana tentar agilizar o mais rapidamente possível a questão desses
encontros, colocar a reforma e aí encaminhar para o Congresso Nacional.
Acho pouco
provável que nesses três dias até o fim desta semana nós tenhamos tempo de
trazer aqui centrais sindicais, empresários e líderes mais uma vez, argumentou
o ministro.
Viera Lima
explicou que uma versão inicial da reforma da Previdência já foi apresentada ao
presidente Michel Temer, que pediu “ajustes” e terá acesso ao texto atualizado
até esta quinta-feira (29).
Segundo ele, o
governo pretende reunir entre terça e quarta-feira da semana que vem os
representantes dos trabalhadores.
Fonte:
Agência Brasil.
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