segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

PT & PT.- NOTÁVEIS INSATISFEITOS

 MARTA CRITICA PRESIDENTE E REVELA MAL-ESTAR NO PT.

Líderes petistas avaliam que a ex-ministra deseja sair do partido para disputar Prefeitura de São Paulo em 2016.

Brasília. A entrevista da senadora Marta Suplicy (PT) ao jornal "O Estado de S.Paulo" gerou "indignação" e profundo mal-estar entre parlamentares e dirigentes do partido. Marta criticou Dilma Rousseff e abriu fogo contra o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e contra o presidente do PT, Rui Falcão.

Para petistas, a ex-ministra da Cultura demonstra "mágoa", ignora espaços conquistados e revela estar pavimentando sua saída do PT pra disputar a Prefeitura de São Paulo em 2016. "É muito ruim para o partido. Essas vaidades, colocando os interesses pessoais acima do partido, prejudicam muito. A militância vê isso com muito maus olhos", resumiu o vice-presidente do PT, Alberto Cantalice.

"Eu lamento. A Marta teve todas as portas abertas no PT e sempre galgou os cargos almejados. Ela não deveria ficar chutando dessa forma, jogar para cima tudo o que o partido lhe proporcionou", disse o deputado federal Vicente Cândido (SP).

Na entrevista, a senadora chama Mercadante de "inimigo do Lula" e "candidatíssimo" a presidente em 2018. Sobre Falcão, alega que ele "traiu o partido e o projeto do PT". Nem mesmo poupa a gestão Dilma: "não se engendraram as ações necessárias quando se percebeu o fracasso da política econômica liderada por ela". E alerta: "ou o PT muda ou acaba".

O deputado Devanir Ribeiro (PT) avalia que Marta carrega "mágoa" por ter sido preterida nas escolhas do PT nas últimas eleições para o governo de São Paulo e a prefeitura da capital.

Vícios do PT

"Qualquer outro partido que ela for não será melhor do que o PT na inserção social. O PT é isso por responsabilidade de todos e também dela. Principalmente de quem teve cargo de destaque, como foi o caso dela". Vicente Cândido, por sua vez, disse que a ex-ministra tem responsabilidade pelos vícios do PT apontados por ela e deveria atuar para resolvê-los internamente.

Cândido também criticou o relato feito pela senadora sobre o movimento que pregou a candidatura do ex-presidente Lula no lugar de Dilma. A senadora foi a principal articuladora do "Volta, Lula" e, na entrevista, sugere que o ex-presidente incentivou, em alguns momentos, o prosseguimento das conversas. Dilma e Lula optaram pelo silêncio para não criar mais polêmicas com a senadora Marta Suplicy. A mesma atitude tiveram o ministro Aloizio Mercadante e o presidente do PT, Rui Falcão. Pessoas ligadas ao ex-presidente Lula disseram que há quatro anos tentam intrigá-lo com Dilma.

Vice-presidente do partido, o deputado federal José Guimarães (CE) disse que o tema será discutido internamente na legenda. "O silêncio é a melhor resposta", afirmou Guimarães. Apesar das dores de cabeça causadas pela entrevista de Marta, a avaliação no Partido dos Trabalhadores é de que ela não deverá sofrer um processo de expulsão, pois sairia como vítima.

Oposição

Em outro momento, a entrevista de Marta Suplicy poderia ter mudado o rumo da eleição presidencial, na avaliação do deputado federal e senador eleito pelo DEM Ronaldo Caiado (GO): "Se tivesse ocorrido antes das eleições, teria dado uma grande contribuição para o País. Teria força para mudar rumo das eleições".

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que as declarações de Marta Suplicy "refletem o cenário atual" e mostram que o PT é um "partido em frangalhos": "A casa está caindo literalmente. Nessas horas, aqueles que não tinham coragem de fazer oposição se tornam corajosos e os que só tinham o sentimento do adesismo, da cumplicidade e do fisiologismo se sentem encorajados em abrir dissidência".

O tucano paranaense disse que "é um pouco tarde" para pedir mudanças no PT. "O partido está na descendente e é irreversível. Quem vai promover mudança é o povo na primeira oportunidade eleitoral", disse.
Fonte: Agência Brasil.


Nenhum comentário:

Postar um comentário