João Batista Pontes
REORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DO CROCHÉ
DE NOVA-RUSSAS.
É certo que a constituição de uma
cooperativa que una os esforços de milhares de artesãs/artesãos de croché de
Nova Russas é uma alternativa viável e trará inúmeras vantagens para eles
próprios e para a cidade. Do contrário, ocorrerá a inevitável degradação da
produção artesanal – baixa qualidade dos insumos e da confecção dos produtos -,
com a consequente perda de mercados. A
cooperativa nada mais é do que uma grande empresa, cujos proprietários são os
próprios produtores do croché, com capacidade para comprar e fornecer os
insumos (linhas, tecidos, agulhas etc); comprar e vender a produção dos seus
associados; e, posteriormente, distribuir entre eles o lucro obtido ou
reinvesti-lo em benefício da própria cooperativa – expansão, melhoramentos,
investimentos em infraestrutura etc.
Além da possibilidade de acesso a novos mercados e de obter apoio de programas e instituições governamentais, destacamos outras vantagens da organização do trabalho nos moldes cooperativo:
Além da possibilidade de acesso a novos mercados e de obter apoio de programas e instituições governamentais, destacamos outras vantagens da organização do trabalho nos moldes cooperativo:
- União dos esforços individuais de todos as(os)
artesãs/artesões, no âmbito de uma grande organização (cooperativa), com foco
não só econômico, mas também nas ações de assistência aos associados, nas áreas
financeira, da saúde, da educação, da formação e aperfeiçoamento da mão-de-obra
etc;
- promoção de uma justa distribuição da renda gerada, uma vez que o lucro
alcançado reverte-se em benefício de todos os associados;
- facilidade de acesso aos insumos, mediante a aquisição em escala (grandes quantidades), o que permitirá que ele seja fornecido aos sócios da cooperativa a preço de custo ou até mesmo subsidiado;
- organização de uma estrutura e
de uma estratégia unificada de comercialização da produção de todos os artesões
associados, o que, sem dúvida, possibilitaria a conquista de mercados nacional
e até internacional (Por exemplo: não seria impossível sonhar-se como lojas da
cooperativa em Fortaleza e - por que não? – em várias outras capitais
brasileiras);
- criação de uma marca,
designação geográfica e de origem para identificação do croché produzido
artesanalmente em Nova Russas (a etiqueta “Croché de Nova Russas” significará a
garantia de um produto de qualidade), para o que será preciso realizar:
a) a padronização dos produtos e
um rigoroso controle de qualidade do trabalho artesanal que, embora continue
sendo produzido individualmente, passaria a atender padrões e exigências de
qualidade da execução unificados;
b) classificação dos produtos que, ainda que mantendo o mesmo alto nível de qualidade de confecção (mão-de-obra), restariam diferenciados com base na qualidade do insumo (linha) empregado, de forma a atender à diversidade de consumidores;
c) fixação de um preço de venda justo, tendo em conta a classificação do produto.
Considere-se que – além dos
consumidores internos - o turismo no Brasil está cada vez mais sendo promovido,
estimulado e organizado pelo Governo e pela iniciativa privada. E os turistas
gostam de produtos artesanais de qualidade e com preço adequado.
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