terça-feira, 27 de janeiro de 2015

CAPITAL DO CROCHÉ

 COMENTÁRIO
João Batista Pontes

REORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DO CROCHÉ DE NOVA-RUSSAS.

É certo que a constituição de uma cooperativa que una os esforços de milhares de artesãs/artesãos de croché de Nova Russas é uma alternativa viável e trará inúmeras vantagens para eles próprios e para a cidade. Do contrário, ocorrerá a inevitável degradação da produção artesanal – baixa qualidade dos insumos e da confecção dos produtos -, com a consequente perda de mercados.  A cooperativa nada mais é do que uma grande empresa, cujos proprietários são os próprios produtores do croché, com capacidade para comprar e fornecer os insumos (linhas, tecidos, agulhas etc); comprar e vender a produção dos seus associados; e, posteriormente, distribuir entre eles o lucro obtido ou reinvesti-lo em benefício da própria cooperativa – expansão, melhoramentos, investimentos em infraestrutura etc.
Além da possibilidade de acesso a novos mercados e de obter apoio de programas e instituições governamentais, destacamos outras vantagens da organização do trabalho nos moldes cooperativo:

 - União dos esforços individuais de todos as(os) artesãs/artesões, no âmbito de uma grande organização (cooperativa), com foco não só econômico, mas também nas ações de assistência aos associados, nas áreas financeira, da saúde, da educação, da formação e aperfeiçoamento da mão-de-obra etc;

 - promoção de uma justa distribuição da renda gerada, uma vez que o lucro alcançado reverte-se em benefício de todos os associados;

- facilidade de acesso aos insumos, mediante a aquisição em escala (grandes quantidades), o que permitirá que ele seja fornecido aos sócios da cooperativa a preço de custo ou até mesmo subsidiado;

- organização de uma estrutura e de uma estratégia unificada de comercialização da produção de todos os artesões associados, o que, sem dúvida, possibilitaria a conquista de mercados nacional e até internacional (Por exemplo: não seria impossível sonhar-se como lojas da cooperativa em Fortaleza e - por que não? – em várias outras capitais brasileiras);

- criação de uma marca, designação geográfica e de origem para identificação do croché produzido artesanalmente em Nova Russas (a etiqueta “Croché de Nova Russas” significará a garantia de um produto de qualidade), para o que será preciso realizar:

a) a padronização dos produtos e um rigoroso controle de qualidade do trabalho artesanal que, embora continue sendo produzido individualmente, passaria a atender padrões e exigências de qualidade da execução unificados;

b) classificação dos produtos que, ainda que mantendo o mesmo alto nível de qualidade de confecção (mão-de-obra), restariam diferenciados com base na qualidade do insumo (linha) empregado, de forma a atender à diversidade de consumidores;

c) fixação de um preço de venda justo, tendo em conta a classificação do produto.

Considere-se que – além dos consumidores internos - o turismo no Brasil está cada vez mais sendo promovido, estimulado e organizado pelo Governo e pela iniciativa privada. E os turistas gostam de produtos artesanais de qualidade e com preço adequado.

*João Batista Pontes – novarrussense –escritor - geólogo – matemático – jornalista e bacharelando em Direito – residente em Brasília – DF.


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