sábado, 10 de janeiro de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - SÁBADO - 10 DE JANEIRO DE 2015

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

GOVERNO REQUER CREDIBILIDADE.

Nobres:
Segmento da população ética do Brasil não quer saber mais de intenções genéricas ou de frases de efeito contra a corrupção. O que se cobra são ações substantivas, para que os compromissos não se diluam entre tantas manifestações de boa vontade. Fez bem o ministro da Controladoria Geral da União ao listar, além do aprimoramento do sistema de fiscalização, uma análise sobre o duvidoso modelo de compras adotado pela Petrobras em 1998. Criado com o argumento de que facilitaria a contratação de serviços, o sistema está em suspeita de ter contribuído para os crimes agora investigado. Especialistas em controles apontam falhas no sistema que permite contratar o fornecimento de serviços e equipamentos de forma simplificada, sem o rigor aplicado em outras áreas. A simplificação acabou por se transformar em frouxidão, favorecendo atos ilícitos. Tal sistema está em questionamento na Justiça e pode ser reformulado, em nome da transparência nos negócios da estatal com as empreiteiras. A relação da empresa com seus fornecedores é uma das questões decisivas para a correção de erros e de crimes, como os configurados por superfaturamentos que propiciavam propinas a servidores e a políticos. Nesse sentido, é bem acolhida a implantação de novos instrumentos de controle interno que, segundo o chefe da CGU, serão agregados a inovações na governança, no sentido de localizar e evitar desvios. Se finalmente cumprir integralmente com suas atribuições, a Controladoria-Geral da União poderá pelo menos reduzir delitos em instituições públicas. No caso da Petrobras, o Tribunal de Contas da União apontava superfaturamento em obras desde 2009, enquanto a maioria dos processos contra funcionários foram abertos pela CGU só em 2014, depois de estourar a Operação Lava-Jato. O novo comando tem a missão de impedir que esse cenário se reproduza.
Antônio Scarcela Jorge.

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