CERVERÓ TRANSFERIU BENS APÓS INÍCIO DA INVESTIGAÇÃO DA LAVA JATO, DIZ
MP.
Ministério Público diz que objetivo era evitar confisco se condenado.
Para advogado, movimentações são ‘normais’ e não há ilegalidade.
Para advogado, movimentações são ‘normais’ e não há ilegalidade.

Dentre essas operações, estão as
transferências de recursos de um plano de previdência privada para outro, da
filha, e de imóveis a preços inferiores aos de mercado, também para filhos.

Para o Ministério Público
federal, a única justificativa para uma perda de mais de 20% do dinheiro seria
evitar o confisco de todo o investimento, em caso de condenação.
Esse argumento foi decisivo para
a Justiça acatar o pedido de prisão. Na decisão, o juiz diz que a tentativa de,
tão logo oferecido a denúncia, sacar valores expressivos de fundo de
previdência privada “é conduta absolutamente pouco usual para qualquer
investidor, mas altamente compreensível para um denunciado”. E indica “o desejo
claro de não se sujeitar à aplicação da lei”.


Entre 2002 e 2012, Cerveró
comprou nove imóveis. Em junho do ano passado, cerca de três meses depois de
iniciada a Operação Lava Jato, passou para o nome dos filhos três apartamentos,
todos em Ipanema, bairro de classe alta na zona sul do Rio de Janeiro. De
acordo com o que foi declarado no dia do negócio, um apartamento foi para o
filho, Bernardo Cerveró, por R$ 200 mil, e outro para a filha, por R$ 160 mil.
No mercado, imóveis nesse prédio valem mais de R$ 2,3 milhões o que foi apurado
pelo próprio Ministério Público.

Ao pedir a prisão de Cerveró, os
procuradores afirmaram que não há indicativos de que o esquema criminoso tenha
sido estancado. Pelo contrário, há noticias de pagamento de propina efetuada
por empresas para diretores da Petrobras mesmo em 2014. Mas o Ministério
Público não deu mais detalhes.
Ao decretar a prisão, o juiz
disse que há risco de fuga. A suspeita é de que Cerveró tenha dinheiro no exterior.
Ele aceitou o argumento do Ministério Público de que “não se vislumbra outra
medida que não a prisão preventiva que possa impedi-lo de praticar novos
crimes, tendo acesso a bancos e a computadores conectados à internet,
transações financeiras que lavam dinheiro, ocultam rastro de ativos e escondem
do estado brasileiro o dinheiro sujo".
Advogado contesta.
O advogado de Cerveró, Edson
Ribeiro, diz que não houve ilegalidade. “A movimentação financeira, uma
movimentação imobiliária, são atos normais da vida civil. Não há nenhuma
ilegalidade nisso. A filha dele é doente, o Nestor estava indo para a
Inglaterra passar Natal e réveillon com a sua família, com a família da esposa.
Então, iria disponibilizar esse dinheiro que estava aplicado para qualquer eventualidade.
Não chegou a nem fazer isso”, afirmou o advogado.
O advogado disse ainda que um dos
imóveis passados para os filhos é fruto de herança e que os outros dois
apartamentos foram comprados com dinheiro do salário do ex-diretor.
O juiz que decretou a prisão de
Cerveró também pediu que a polícia federal investigasse o ex-diretor por
ocultação de patrimônio.
Fonte: Agência Globo.
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