Os papéis preferenciais atingiram mínima desde 2005, diz Economática. As
ações da estatal fecharam abaixo dos R$ 9 nesta segunda.
As ações ordinárias da Petrobras
(sem direito a voto) fecharam cotadas a R$ 8,27 nesta segunda-feira (5),
atingindo assim o menor valor desde o dia 6 de setembro de 2004, quando o papel
chegou a R$ 8,2605, de acordo com dados da Economática. Já os papéis
preferenciais (as mais negociadas, com prioridade na distribuição de
dividendos) fecharam a R$ 8,61, o menor valor desde 8 de junho de 2005 – quando
o papel fechou a R$ 8,59.
A Bovespa fechou em queda nesta
segunda, ainda em meio a ajustes de início de ano e ao mau humor externo, com
forte baixa no preço do petróleo. O Ibovespa, principal indicador da bolsa
paulista, caiu 2,05%, a 47.516 pontos. Veja
cotação.
Também nesta segunda, o preço do
barril em Nova York caiu para
abaixo de US$ 50 pela 1ª vez desde 2009.
No acumulado de 2014, as ações
preferenciais da Petrobras fecharam
com desvalorização de 37,6%. Já as ações ordinárias perderam
37,9% no ano passado.
A participação das ações
preferenciais da Petrobras na composição do Ibovespa caiu quase pela metade, de
8,7% para 4,681%, segundo a nova
carteira do Ibovespa, principal índice da Bolsa de
Valores de São Paulo, divulgada nesta segunda-feira pela BM & F Bovespa.
Em nota a clientes, o UBS disse
que o sentimento negativo com a Petrobras continua o que ainda deve pressionar as ações, e citou a divulgação do
resultado do 3º trimestre previsto para este mês e a crença em uma mudança de
membros da diretoria (fora da alta cúpula) da empresa em meados de janeiro como
principais catalisadores no curto prazo.
No exterior, o mercado acompanhou
como pano de fundo um quadro negativo em praças acionárias, em meio a
incertezas políticas na Grécia e nova queda nos preços do petróleo.
O dólar fechou em alta em relação
ao real nesta segunda-feira (5), no segundo dia de negócios do ano. A moeda
norte-americana subiu 0,6%, a R$ 2,7087 na venda. Leia mais.
Problemas e investigações.
A Petrobras pode entrar em
default técnico em algumas de suas dívidas externas se credores aderirem a uma
campanha para forçá-la a acelerar as possíveis baixas contábeis devido ao
gigante escândalo de corrupção que envolve a petroleira.
O endividamento líquido da
empresa cresceu 8% no 3º trimestre em comparação com o segundo trimestre de
2014, passando para R$ 261 milhões. No acumulado do ano, houve crescimento de
35% em relação ao mesmo período de 2013.
Somam-se a isso as perdas com a
falta de reajuste do preço do diesel e da gasolina – ofertados na maior parte
do ano a um preço abaixo do praticado no mercado internacional.
Como se não bastassem os
problemas internos, o preço do petróleo despencou para o patamar de US$ 50,
recuando a níveis de 2009, por preocupações persistentes com um excesso de
oferta global e a perspectiva fraca de demanda.
O mercado também tem mostrado
preocupações quanto aos retornos dos projetos da Petrobras no pré-sal devido à
queda do valor da commodity.
Operação Lava Jato.
As suspeitas de irregularidades
na Petrobras foram apontadas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato,
deflagrada em março deste ano para apurar esquema de lavagem de dinheiro. As
investigações apontaram para um esquema de desvio de verbas e superfaturamento
em obras da estatal.
As denúncias resultantes da
operação já levaram os procuradores a pedir ressarcimento de ao menos R$ 1,18
bilhão por desvios na petroleira.
Diante das denúncias de
irregularidades, diversos órgãos de controle do governo decidiram investigar a
estatal. O Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria-Geral da União
(CGU), o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) abriram
processos para apurar denúncias como pagamento de propina a funcionários por
empreiteiras, superfaturamento de obras e pagamento de serviços que não foram
realizados por empresas contratadas pela Petrobras.
Fonte: Agência Reuters.
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