COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
“SENHOR” DE INDIGNIDADE
PROFISSIONAL QUE ATENDE A CORRUPÇÃO.
Nobres:
O nosso
cotidiano literalmente atende a prática da ladroagem de certos segmentos
profissionais, já não há vocação e sim arrumação. Por esta razão não há mais
supresa quando criminosos exercem o exercício livre de alguma profissão que especificamente negociam
a morte! Vimos no “fantástico” um programa da rede globo que pelo seu título
expressa a realidade evidente, transparente, que resulta como sempre em “atos não
punitivos” para redes criminosas que se deleitam do precário sistema de saúde,
principalmente a pública em que o governo se omite em todos os sentidos. Já há
tempos, fontes pagadoras da saúde, públicas e privadas, vinham assinalando que
a utilização e demanda de materiais de alto custo particularmente órteses e
próteses tinham um modelo perverso. Com indicações médicas questionáveis e até
fraudulentas, materiais superfaturados passavam a ser utilizados por demandas
judiciais. Recentemente, o tema veio à tona após ótimo trabalho de jornalismo
investigativo divulgado. Expõe muito mais problemas do que se percebe no
primeiro momento. Mostra que o sistema de compras públicas e privadas é
contaminado por meliantes, mostra que os custos exorbitantes em saúde crescem
por incapacidade de soluções gerenciais ágeis, mostra que o Judiciário por
vezes não utiliza a assessoria técnica que seria conveniente e, o mais cruel,
mostra que as pessoas podem ter sua saúde usada como produto de comércio. Cruel
e assustador. É a ponta de um iceberg que ocorre, em graus variáveis, em várias
áreas da saúde. O sistema de saúde, tanto público quanto privado, tem crescido
em demanda e complexidade, sem o suporte econômico e gerencial de que precisa. A
trinômia qualidade, segurança e efetividade frequentemente são desconsiderados.
E o desdobramento disso tudo é, da mesma forma, enorme. A segurança da
população no que diz respeito a instituições relevantes para o funcionamento da
sociedade, como médica e judiciária ficam prejudicadas. São entidades que não
poderiam estar doentes. Outro efeito colateral é a extrapolação dos crimes para
toda uma classe estamos mais propensos a generalizar o mal do que o bem.
Assumir que o mal é mais potente e contagiante é desistir de lutar. Generalizar
o comportamento de alguns criminosos para toda uma categoria profissional, em
sua maioria de bem e tão indignada com os crimes e a impunidade como a grande
parte dos brasileiros, só serve para fomentar uma discussão desfocada e
improdutiva. Todos esperam investigações ágeis e que não se caia novamente no
desânimo da impunidade.
Antônio Scarcela Jorge.
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