quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - 'QUINTA-FEIRA' - 8 DE JANEIRO DE 2015

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

“SENHOR” DE INDIGNIDADE PROFISSIONAL QUE ATENDE A CORRUPÇÃO.

Nobres:
O nosso cotidiano literalmente atende a prática da ladroagem de certos segmentos profissionais, já não há vocação e sim arrumação. Por esta razão não há mais supresa quando criminosos exercem o exercício livre de  alguma profissão que especificamente negociam a morte! Vimos no “fantástico” um programa da rede globo que pelo seu título expressa a realidade evidente, transparente, que resulta como sempre em “atos não punitivos” para redes criminosas que se deleitam do precário sistema de saúde, principalmente a pública em que o governo se omite em todos os sentidos. Já há tempos, fontes pagadoras da saúde, públicas e privadas, vinham assinalando que a utilização e demanda de materiais de alto custo particularmente órteses e próteses tinham um modelo perverso. Com indicações médicas questionáveis e até fraudulentas, materiais superfaturados passavam a ser utilizados por demandas judiciais. Recentemente, o tema veio à tona após ótimo trabalho de jornalismo investigativo divulgado. Expõe muito mais problemas do que se percebe no primeiro momento. Mostra que o sistema de compras públicas e privadas é contaminado por meliantes, mostra que os custos exorbitantes em saúde crescem por incapacidade de soluções gerenciais ágeis, mostra que o Judiciário por vezes não utiliza a assessoria técnica que seria conveniente e, o mais cruel, mostra que as pessoas podem ter sua saúde usada como produto de comércio. Cruel e assustador. É a ponta de um iceberg que ocorre, em graus variáveis, em várias áreas da saúde. O sistema de saúde, tanto público quanto privado, tem crescido em demanda e complexidade, sem o suporte econômico e gerencial de que precisa. A trinômia qualidade, segurança e efetividade frequentemente são desconsiderados.  E o desdobramento disso tudo é, da mesma forma, enorme. A segurança da população no que diz respeito a instituições relevantes para o funcionamento da sociedade, como médica e judiciária ficam prejudicadas. São entidades que não poderiam estar doentes. Outro efeito colateral é a extrapolação dos crimes para toda uma classe estamos mais propensos a generalizar o mal do que o bem. Assumir que o mal é mais potente e contagiante é desistir de lutar. Generalizar o comportamento de alguns criminosos para toda uma categoria profissional, em sua maioria de bem e tão indignada com os crimes e a impunidade como a grande parte dos brasileiros, só serve para fomentar uma discussão desfocada e improdutiva. Todos esperam investigações ágeis e que não se caia novamente no desânimo da impunidade.
Antônio Scarcela Jorge.

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