quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - QUARTA-FEIRA 21 DE JANEIRO DE 2015

COMENTÁRIO.
Scarcela Jorge.

EDUCAÇÃO EMPERRADA.

Nobres:
O resultado do ENEM aponta queda na nota média de redação e matemática, entre melhorias em outras áreas em percentuais mais tímidos do que as pioras. o que se constata, mais uma vez, é o fato de essa importante etapa do aprendizado anacrônica e dissociada dos interesses dos alunos continuar alvo permanente de promessas de reformas que nunca se concretizam.  O que o Enem revela não é muito diferente do que já vem sendo apontado há algum tempo pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). E o que dizem esses indicadores? Que os alunos estão transitando do início do Ensino Fundamental até o final do Médio sem condições de dominar competências como o uso da norma padrão da língua escrita para desenvolver um tema dissertativo e sem conseguir interpretar informações para defender um ponto de vista. O mesmo ocorre em situações banais, como questões envolvendo conhecimentos numéricos ou medidas de grandeza. Isso ajuda a explicar por que tantos inscritos no Enem não conseguem sequer entender os enunciados das questões das provas, nem mesmo o tema da redação. Tudo isso acontece porque o ensino perdeu qualidade e já não há mais tanta preocupação em fazer com que os alunos, desde cedo, exercitem atividades como ler e escrever. Pior: os conteúdos ministrados pouco ou nada têm a ver com jovens do século 21, que estão desmotivados, os materiais usados em sala de aula incorporam pouco os avanços tecnológicos e nem todos os professores estão suficientemente preparados. Neste contexto para educação é exigir determinação e coragem para dissipar resistências. Não é mais possível, porém, continuar insensível diante de tantas notas zero como as do Enem, que serão usadas para ingresso no Ensino Superior. O país precisa adequar a educação às necessidades e interesses de seus jovens, reestruturando currículos e mobilizando professores e escolas para esse desafio inadiável. É o pior, a educação serviu de referência eleitoreira que seguiu o próprio ministro, nos tempos recentes na chefia do governo no Ceará.
Antônio Scarcela Jorge.

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