No pedido de prisão preventiva, Procuradoria dizia acreditar que
transações suspeitas eram primeira parte de um plano de fuga do ex-diretor da
área internacional da Petrobras.

Monitorado pela Polícia Federal
(PF) e pelo MPF, Cerveró começou desde junho do ano passado a se desfazer de
parte de seus bens e a sacar grandes valores em espécie beneficiando seus
parentes diretos. O MPF temia que isso fizesse parte ou de um grande plano de
fuga ou de uma tentativa de ocultar todos os seus bens com o intuito de que
eles não fosse sequestrados pela Justiça, conforme o andamento da Operação
Lava Jato.

Além disso, os quatro imóveis
foram vendidos para parentes de Cerveró, todos em Ipanema, no Rio de Janeiro, a
valores bem inferiores ao de mercado. A PF estima que somente os três imóveis
mais baratos, repassados ao valor de R$ 560 mil, sejam avaliados em R$ 7
milhões. Apenas nesta operação, Cerveró teria “perdido”, R$ 6,5 milhões.


Residência fixa.
Cerveró morava no primeiro imóvel
que ele adquiriu na vida, em 2002, localizado em Petrópolis, no Rio de Janeiro.
Após a expedição da prisão preventiva, em 1º de janeiro, os agentes da PF
procuraram Cerveró em Ipanema, depois começaram as buscas em Petrópolis e,
somente lá, souberam que ele estava na Inglaterra, passando as festas de final
do ano.
“Tendo vultoso patrimônio oculto
do Estado – são aproximadamente R$ 53 milhões só em “propina” – e já tendo
demonstrado praticar atos em busca de impunidade, não há como garantir que não
fuja para o exterior e se esconda. A entrega de passaportes não basta em um
país com amplas fronteiras territoriais desguarnecidas com outros países, como
revelou o caso Pizzolato (com fuga para a Itália), o caso Cacciola (também com
fuga para a Itália), o caso dos Rozemblum (com fuga para o Uruguai) e o caso de Roger
Abdelmassih (com fuga para o Paraguai)”,
lembrou o MPF.
Entre essas fugas, a
considerada mais espetacular foi a de Henrique
Pizzolato, que após ser condenado no
julgamento do mensalão, clonou os documentos de identificação de Celso
Pizzolato, irmão morto nos anos de 1970, e com essa documentação fugiu para a
Itália. O Brasil chegou a pedir a extradição de Pizzolato, mas a Corte Italiana
negou o pedido brasileiro. Pizzolato foi solto e aguarda em liberdade tanto o
julgamento do recurso pela sua extradição, quanto uma eventual reabertura do julgamento
do mensalão na Corte Italiana.
Fonte: IG – DF.
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