sábado, 6 de dezembro de 2014

INFLAÇÃO EM ALTA


 INFLAÇÃO OFICIAL FICA ACIMA DA META PELO 4º MÊS SEGUIDO, DIZ IBGE.


No acumulado de 12 meses, índice ficou em 6,56%. - Carne lidera ranking dos principais impactos, pelo 3º mês consecutivo.

A inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ganhou força em novembro e seguiu acima do teto da meta do governo pelo quarto mês seguido.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA ficou em 0,51% em novembro, acima da taxa de 0,42% do mês anterior.

Em 12 meses, o indicador acumula alta de 6,56%. Desde agosto, esse índice se mantém acima de 6,5%, o teto da meta de inflação estipulada pelo governo. Essa meta, no entanto, só vale para anos fechados, ou seja, o governo só terá descumprido a meta se a inflação em 12 meses seguir acima de 6,5% em dezembro.

No acumulado do ano, até novembro, o índice é de 5,58%.

Falando a jornalistas após a divulgação dos resultados do IPCA, o ministro da Fazenda Guido Mantega afirmou apenas que o resultado "foi bom".

Pelo terceiro mês seguido, a carne foi o item que mais pesou na alta da inflação em novembro, contribuindo com 0,09 ponto percentual da taxa. Os preços subiram em média 3,46% em novembro, mais que em outubro (1,46%) – e acumularam alta de 17,81% no ano e de 20,56% em 12 meses.

Segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índices de preços do IBGE, a carne representa 2,7% do IPCA. “Isso é muita coisa”, afirmou. “Durante todo o ano a carne exerceu pressão sobre o custo de vida e hoje já estamos perto de 18% de aumento”.

“A seca prejudica os pastos, não há gado suficiente para abate. Além disso, as exportações têm sido muito fortes, principalmente da Rússia, que deixou de comprar dos Estados Unidos para comprar do Brasil. Não só carne, mas queijo e frango. Então, é uma pressão de demanda”, diz a coordenadora do IBGE.

A seca prejudica os pastos, não há gado suficiente para abate. Além disso, as exportações têm sido muito fortes. “É uma pressão de demanda"

Eulina Nunes dos Santos, coordenadora do IBGE.

Com esses resultados, o grupo alimentação e bebidas foram responsáveis por 37% do IPCA de novembro, com a maior variação e o maior impacto no mês.

“Este ano foi praticamente marcado pelos alimentos e alguns administrados (preços que têm sua variação administrada pelo governo, como contas de luz). Além do sobe e desce das commodities, nós tivemos problemas sérios climáticos que prejudicaram as lavouras (...). Então, os alimentos foram marcantes no sentindo de definir os movimentos da série do IPCA”, explicou Eulina.

Gasolina.

Em segundo lugar no ranking dos principais impactos vem a gasolina, que contribuiu com 0,07 ponto percentual da taxa. De acordo com o IBGE, o preço do litro da gasolina ficou 1,99% mais caro, refletindo, nas bombas, parte do reajuste de 3% nas refinarias, em vigor a partir de 7 de novembro. Goiânia foi destaque, com alta de 7,95% no mês.

Batata.

Terceiro maior impacto no IPCA, a batata-inglesa ficou 38,71% mais cara, depois de registrar uma queda de 5,95% no preço em outubro. Em Salvador, a alta de preços chegou a 75,49%. “Mas o peso dela não é tão importante no orçamento da gente quanto a carne”, diz Eulina.
Eletricidade.

Com alta média de 1,67%, a energia elétrica contribuiu com 0,05 pontos percentual do IPCA de novembro. As maiores variações foram registradas em Fortaleza (10,18%) e Salvador (6,97%), em decorrência de aumentos no PIS/Pasep/Cofins, além do Rio de Janeiro (8,83%), onde ocorreu reajuste de 17,75% em 7 de novembro em uma das concessionárias.

De acordo com Eulina, em 2013 houve queda de 15% no preço da energia, o que ajudou a conter a inflação naquele ano. No entanto, de acordo com ela, isso não aconteceu em 2014. “As tarifas que haviam sido contidas lá aumentaram agora por conta de todas as questões que o país está vivendo com a estiagem e o problema da água”, afirma. Com isso, junto com as carnes, o item está entre os que mais impactaram a inflação este ano.

Serviços.

Os principais impactos do setor de serviços no mês de novembro, segundo o IBGE, são o conserto de automóvel seguido de refeição fora de casa, aluguel e cabelereiro. Em seguida vem empregada doméstica.

Índices regionais.

Nos índices regionais, o maior foi o de Goiânia (1,21%), onde os combustíveis (7,84%) foram responsáveis por 0,53 ponto percentual do índice do mês, com alta de 7,95% na gasolina e de 9,70% no etanol. O aumento de 3,28% nos preços dos alimentos consumidos no domicílio também pressionou o resultado. O menor índice foi o de Vitória (0,03%), com as contas de energia elétrica 6,73% mais baratas em função das alíquotas do PIS/PASEP/COFINS.
                                 

A aceleração da taxa se deu quase em todas as regiões metropolitanas, segundo o IBGE. “Essa aceleração da taxa foi praticamente em todas as regiões metropolitanas de outubro para novembro. Goiânia liderou passando de 0,78% para 1,21%. Fortaleza foi para 0,81%. E, praticamente, os responsáveis por esse avanço foram os alimentos”, diz Eulina Nunes dos Santos.

“Quando a gente olha o resultado no ano e os últimos 12 meses, vê que eles estão chegando perto. As taxas estão tendendo a ficar mais próximas. E o Rio de Janeiro lidera tanto o resultado no ano quanto nos 12 meses, com 6,13% e 7,37% respectivamente”, completou.

Inflação pelo INPC.

Nesta sexta-feira, o IBGE ainda divulgou o comportamento da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que variou 0,53% em novembro, acima do índice de 0,38% de outubro em 0,15 pontos percentual. No ano, o indicador acumula alta de 5,57%, acima da taxa de 4,81% relativa a igual período de 2013. Em 12 meses, o índice é de 6,33%, próximo dos 6,34% relativos aos 12 meses anteriores. Em novembro de 2013, o INPC havia sido 0,54%.

O INPC se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos e abrange 10 regiões metropolitanas do país, além de Brasília e dos municípios de Goiânia e Campo Grande.
Fonte: Agência O Globo.

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