INFLAÇÃO OFICIAL FICA ACIMA DA META PELO 4º MÊS SEGUIDO, DIZ IBGE.
No acumulado de 12 meses, índice ficou em 6,56%. - Carne lidera ranking
dos principais impactos, pelo 3º mês consecutivo.
A inflação oficial do país,
medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ganhou força em
novembro e seguiu acima do teto da meta do governo pelo quarto mês seguido.
Segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA
ficou em 0,51% em novembro, acima da taxa de 0,42% do mês anterior.
Em 12 meses, o indicador acumula
alta de 6,56%. Desde agosto, esse índice se mantém acima de 6,5%, o teto da
meta de inflação estipulada pelo governo. Essa meta, no entanto, só vale para
anos fechados, ou seja, o governo só terá descumprido a meta se a inflação em
12 meses seguir acima de 6,5% em dezembro.
No acumulado do ano, até
novembro, o índice é de 5,58%.
Falando a jornalistas após a
divulgação dos resultados do IPCA, o ministro da Fazenda Guido Mantega afirmou
apenas que o resultado "foi bom".
Pelo terceiro mês seguido, a
carne foi o item que mais pesou na alta da inflação em novembro, contribuindo
com 0,09 ponto percentual da taxa. Os preços subiram em média 3,46% em
novembro, mais que em outubro (1,46%) – e acumularam alta de 17,81% no ano e de
20,56% em 12 meses.
Segundo Eulina Nunes dos Santos,
coordenadora de índices de preços do IBGE, a carne representa 2,7% do IPCA. “Isso
é muita coisa”, afirmou. “Durante todo o ano a carne exerceu pressão sobre o
custo de vida e hoje já estamos perto de 18% de aumento”.
“A seca prejudica os pastos, não
há gado suficiente para abate. Além disso, as exportações têm sido muito
fortes, principalmente da Rússia, que deixou de comprar dos Estados Unidos para
comprar do Brasil. Não só carne, mas queijo e frango. Então, é uma pressão de
demanda”, diz a coordenadora do IBGE.
A seca prejudica os pastos, não
há gado suficiente para abate. Além disso, as exportações têm sido muito
fortes. “É uma pressão de demanda"
Eulina Nunes dos Santos,
coordenadora do IBGE.
Com esses resultados, o grupo
alimentação e bebidas foram responsáveis por 37% do IPCA de novembro, com a
maior variação e o maior impacto no mês.
“Este ano foi praticamente
marcado pelos alimentos e alguns administrados (preços que têm sua variação
administrada pelo governo, como contas de luz). Além do sobe e desce das
commodities, nós tivemos problemas sérios climáticos que prejudicaram as
lavouras (...). Então, os alimentos foram marcantes no sentindo de definir os
movimentos da série do IPCA”, explicou Eulina.
Gasolina.
Em segundo lugar no ranking dos
principais impactos vem a gasolina, que contribuiu com 0,07 ponto percentual da
taxa. De acordo com o IBGE, o preço do litro da gasolina ficou 1,99% mais caro,
refletindo, nas bombas, parte do reajuste de 3% nas refinarias, em vigor a
partir de 7 de novembro. Goiânia foi destaque, com alta de 7,95% no mês.
Batata.
Terceiro maior impacto no IPCA, a
batata-inglesa ficou 38,71% mais cara, depois de registrar uma queda de 5,95%
no preço em outubro. Em Salvador, a alta de preços chegou a 75,49%. “Mas o peso
dela não é tão importante no orçamento da gente quanto a carne”, diz Eulina.
Eletricidade.
Com alta média de 1,67%, a
energia elétrica contribuiu com 0,05 pontos percentual do IPCA de novembro. As
maiores variações foram registradas em Fortaleza (10,18%) e Salvador (6,97%),
em decorrência de aumentos no PIS/Pasep/Cofins, além do Rio de Janeiro (8,83%),
onde ocorreu reajuste de 17,75% em 7 de novembro em uma das concessionárias.
De acordo com Eulina, em 2013
houve queda de 15% no preço da energia, o que ajudou a conter a inflação
naquele ano. No entanto, de acordo com ela, isso não aconteceu em 2014. “As
tarifas que haviam sido contidas lá aumentaram agora por conta de todas as
questões que o país está vivendo com a estiagem e o problema da água”, afirma.
Com isso, junto com as carnes, o item está entre os que mais impactaram a
inflação este ano.
Serviços.
Os principais impactos do setor
de serviços no mês de novembro, segundo o IBGE, são o conserto de automóvel
seguido de refeição fora de casa, aluguel e cabelereiro. Em seguida vem
empregada doméstica.
Índices regionais.
Nos índices regionais, o maior
foi o de Goiânia (1,21%), onde os combustíveis (7,84%) foram responsáveis por
0,53 ponto percentual do índice do mês, com alta de 7,95% na gasolina e de
9,70% no etanol. O aumento de 3,28% nos preços dos alimentos consumidos no
domicílio também pressionou o resultado. O menor índice foi o de Vitória
(0,03%), com as contas de energia elétrica 6,73% mais baratas em função das
alíquotas do PIS/PASEP/COFINS.
A aceleração da taxa se deu quase em todas as regiões metropolitanas, segundo o IBGE. “Essa aceleração da taxa foi praticamente em todas as regiões metropolitanas de outubro para novembro. Goiânia liderou passando de 0,78% para 1,21%. Fortaleza foi para 0,81%. E, praticamente, os responsáveis por esse avanço foram os alimentos”, diz Eulina Nunes dos Santos.
A aceleração da taxa se deu quase em todas as regiões metropolitanas, segundo o IBGE. “Essa aceleração da taxa foi praticamente em todas as regiões metropolitanas de outubro para novembro. Goiânia liderou passando de 0,78% para 1,21%. Fortaleza foi para 0,81%. E, praticamente, os responsáveis por esse avanço foram os alimentos”, diz Eulina Nunes dos Santos.
“Quando a gente olha o resultado
no ano e os últimos 12 meses, vê que eles estão chegando perto. As taxas estão
tendendo a ficar mais próximas. E o Rio de Janeiro lidera tanto o resultado no
ano quanto nos 12 meses, com 6,13% e 7,37% respectivamente”, completou.
Inflação pelo INPC.
Inflação pelo INPC.
Nesta sexta-feira, o IBGE ainda
divulgou o comportamento da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC), que variou 0,53% em novembro, acima do índice de 0,38% de
outubro em 0,15 pontos percentual. No ano, o indicador acumula alta de 5,57%,
acima da taxa de 4,81% relativa a igual período de 2013. Em 12 meses, o índice
é de 6,33%, próximo dos 6,34% relativos aos 12 meses anteriores. Em novembro de
2013, o INPC havia sido 0,54%.
O INPC se refere às famílias com
rendimento monetário de um a cinco salários mínimos e abrange 10 regiões
metropolitanas do país, além de Brasília e dos municípios de Goiânia e Campo
Grande.
Fonte: Agência O Globo.
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