Com aceitação da denúncia, investigados passam
a ser réus em processo. Juiz Sérgio Moro vê indícios de corrupção ativa e
organização criminosa.
O juiz Sérgio Moro, responsável
pelas investigações da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça,
aceitou nesta sexta-feira (12) denúncia oferecida na quinta (11) pelo Ministério Público Federal contra nove pessoas por suspeita
de participação em crimes como corrupção, formação de organização criminosa e
lavagem de dinheiro. Com a aceitação da denúncia, os nove se tornam réus em
ação penal. Até a última atualização desta reportagem, ainda não havia decisão
sobre os outros 27 nomes denunciados pelo MPF.
O MPF do Paraná apresentou na
quinta-feira denúncia contra 36 investigados na sétima fase da Operação Lava Jato,
deflagrada pela Polícia Federal para investigar lavagem de dinheiro e evasão de
divisas. As investigações resultaram na descoberta de um esquema de desvio de
dinheiro e superfaturamento de obras da Petrobras.
O Ministério Público dividiu os
36 denunciados em cinco diferentes ações. Nesta sexta, Moro aceitou denúncia
contra os seguintes suspeitos de participação no esquema.
- Alberto Youssef, doleiro, acusado de chefiar o esquema de
corrupção;
- Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras;
- Waldomiro de Oliveira, dono da MO Consultoria,;
- Carlos Alberto Pereira da Costa, representante formal da GFD Investimentos, pertencente a Alberto Youssef;
- Enivaldo Quadrado, ex-dono da corretora Bônus Banval, que atuava na área financeira da GFD
- Gerson de Mello Almada, vice-presidente da empreiteira Engevix;
- Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor da Engevix
- Newton Prado Júnior, diretor da Engevix
- Luiz Roberto Pereira, diretor da Engevix.
Dos nove denunciados, três estão
presos preventivamente: Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar em
sua casa, no Rio de Janeiro; Alberto Youssef e Gerson Almada, ambos detidos na
carceragem da Polícia Federal do Paraná.
Na decisão, o juiz afirma que, além do crime de organização criminosa, há indícios de crimes de formação de cartel; frustração à licitação; lavagem de dinheiro; corrupção ativa e passiva; evasão fraudulenta de divisas; uso de documento falso; e sonegação de tributos federais.
Na decisão, o juiz afirma que, além do crime de organização criminosa, há indícios de crimes de formação de cartel; frustração à licitação; lavagem de dinheiro; corrupção ativa e passiva; evasão fraudulenta de divisas; uso de documento falso; e sonegação de tributos federais.
No documento, o juiz Sérgio Moro
já marcou para o dia 3 de fevereiro de 2015 audiência para ouvir, além dos
denunciados, a contadora de Alberto Youssef, Meire Poza; o operador das contas
do Youssef no exterior e suposto "laranja" do doleiro, João Procópio;
um dos donos da Labogen, Leonardo Meirelles; e os executivos da empresa Toyo
Setal, Augusto Ribeiro Mendonça e Júlio Camargo. Estes últimos firmaram acordo
de delação premiada com a Justiça.
Segundo o Ministério
Público Federal, das 36 pessoas denunciadas, 23
são ligadas às empreiteiras Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes
Júnior, OAS e UTC.
Entenda a Lava Jato.
A operação Lava Jato começou investigando um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. A investigação acabou resultando na descoberta de um esquema de desvio de recursos da Petrobras, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
Na primeira fase da operação,
deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro
Alberto Youssef, apontado como chefe do esquema, e o ex-diretor de Refino e
Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
A sétima fase da operação
policial, no mês passado, teve como foco executivos e funcionários de nove
grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras em um valor total de
R$ 59 bilhões.
Parte desses contratos está sob
investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, foram
expedidos na sétima etapa da operação 85 mandados em municípios do Paraná, de
Minas Gerais, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Pernambuco e do Distrito
Federal.
Conforme balanço divulgado pela
PF, além das 25 prisões, foram cumpridos 49 mandados de busca e apreensão.
Também foram expedidos nove mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é
obrigada a ir à polícia prestar depoimento), mas os policiais conseguiram
cumprir seis.
Fonte:
G1-Brasília – DF.
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