domingo, 14 de dezembro de 2014

CENTRAL DA CORRUPÇÃO

 PETROBRAS ADIA DIVULGAÇÃO DE BALANÇO POR "NOVOS FATOS".

Empresa divulgou apenas alguns indicadores que acredita que não serão afetados por eventuais baixas contábeis - que possivelmente terão que ser feitas por conta dos resultados das investigações.

A Petrobras adiou a divulgação das demonstrações contábeis não auditadas do terceiro trimestre de 2014 para até 31 de janeiro devido a "novos fatos" relacionados à operação Lava Jato, que investiga um suposto esquema de corrupção na estatal.

O novo adiamento foi possível porque os credores aceitaram mudanças nos termos contratuais dos bônus (covenants) que tratam dos prazos para a apresentação dos resultados, eliminando o risco de a empresa ter que pagar antecipadamente parte da dívida crescente.

A Petrobras divulgou apenas alguns indicadores operacionais e informações econômico-financeiras que acredita que não serão afetados por eventuais baixas contábeis (que possivelmente terão que ser feitas por conta dos resultados das investigações).
O endividamento líquido da empresa fechou o terceiro trimestre em R$ 261,45 bilhões, aumento de 35,5% em relação período do ano passado. Da dívida total de R$ 331,7 bilhões, R$ 28,2 bilhões vencem no curto prazo.

Este foi o segundo adiamento da divulgação dos resultados, esperada inicialmente para o início de novembro, por conta da Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção em obras envolvendo empreiteiras e pagamentos ilegais a políticos.

O adiamento da divulgação e as incertezas relativas às investigações estão deixando a Petrobras com menos opções de financiamento de seu gigantesco plano de investimento.
Mas a estatal informou nesta sexta-feira que está adotando uma série de medidas que visam eliminar a necessidade de captação de recursos no próximo ano, como a "redução do ritmo dos investimentos projetados" e a antecipação de recebíveis.

"Essas ações asseguram fluxo de caixa livre positivo no próximo ano, considerando preços de petróleo em torno de 70 dólares por barril e taxa de câmbio em torno de 2,60 reais por dólar", disse.

A Petrobras informou que fechou o terceiro trimestre com R$ 62,4 bilhões em caixa e equivalentes de caixa, e que conseguiu gerar um fluxo de caixa positivo no trimestre de R$ 4,25 bilhões, ante fluxo negativo de R$ 5,23 bilhõesno mesmo período do ano passado.

Entretanto, o cenário para o petróleo não é nada animador para a Petrobras do ponto de vista dos parâmetros que ela colocou para ter um fluxo de caixa positivo em 2015.

O petróleo Brent atingiu nesta sexta-feira uma nova mínima de cinco anos, fechando a 61,85 dólares, com a expectativa de uma oferta maior no próximo ano. Diante deste cenário, a Agência Internacional de Energia (AIE) prevê preços ainda mais pressionados em 2015. O dólar fechou nesta sexta-feira cotado a R$ 2,65.

Outra ameaça enfrentada pela Petrobras - essa ligada à Lava Jato - é a investigação iniciada pelo órgão regulador de mercados dos Estados Unidos, a Securitizes and Exchange Commission (SEC), que também contribuiu para o adiamento da divulgação do balanço não auditado.

Nesta semana, a Petrobras também se tornou objeto de ações coletivas de investidores nos Estados Unidos que buscam indenizações por se sentirem prejudicados pelo suposto esquema de corrupção na estatal.

No plano interno, nesta sexta-feira, a Justiça Federal do Paraná (JFPR) acatou as primeiras denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) no caso que investiga suposto esquema de corrupção.

Fonte: Reuters.


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