terça-feira, 23 de dezembro de 2014

FERE A ORDEM INSTITUCIONAL

 NOMEAÇÕES EM MINISTÉRIOS.
MP SERÁ CONSULTADO SOBRE INDICAÇÕES.

Presidente vai procurar saber se há algo contra alguns dos nomeados para o primeiro escalão do governo.

O ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa (foto) criticou a postura da presidente, a qual, segundo ele, representa a "degradação institucional"

Brasília. A presidente Dilma Rousseff afirmou na manhã de ontem, que irá consultar o Ministério Público para confirmar a nomeação de novos nomes para seu ministério. Em café da manhã com jornalistas, Dilma disse que quer saber se há algo contra alguns dos nomeados.

"Eu vou perguntar: 'há algo contra fulano que me impeça de nomeá-lo?' Só isso. Eu não quero saber o que ele não pode me dizer", afirmou a presidente da República. "Eu consultarei o Ministério Público mais uma vez, para qualquer pessoa que eu for indicar", disse.

Dilma disse ainda que não tem conhecimento da lista de nomes citados nos processos de delação premiada e lembrou que a lista publicada pelo jornal "O Estado de S.Paulo" não é oficial. "Eu só vou achar que é oficial no dia em que o procurador me disser que é oficial", afirmou.

Conforme o Estado revelou na última sexta-feira (19), o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa citou em depoimento 28 nomes de políticos que teriam recebido recursos do esquema de corrupção na Petrobras. Entre eles, o atual ministro das Minas e Energia, Edison Lobão.

Questionada sobre quando ela irá anunciar o novo lote de integrantes do primeiro escalão, a presidente afirmou que sua pretensão é divulgar a lista de novos ministros até o dia 29.
Confirmação e especulação.

Até o momento, a petista confirmou apenas quatro futuros ministros: Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Alexandre Tombini (Banco Central) e Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio).

Ao comentar a possível indicação da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para o Ministério da Agricultura - alvo de críticas de movimentos como MST e Contag -, Dilma foi irônica. A petista disse que apesar de ter consultado setores da sociedade, a população lhe deu mandato para fazer escolhas.

Críticas.

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa definiu como "degradação institucional" a declaração da presidente Dilma Rousseff sobre a consulta ao MP.

Em sua conta oficial no Twitter, Barbosa publicou quatro mensagens com críticas à presidente, sem referir-se nominalmente a Dilma. "Que degradação institucional! Nossa presidente vai consultar órgão de persecução criminal antes de nomear um membro do seu governo", afirmou no primeiro texto.

Poucos minutos depois, o ex-ministro voltou à carga: "Há sinais claros de que a chefe do Estado brasileiro não dispõe de pessoas minimamente lúcidas para aconselhá-la em situações de crise".

Cerca de meia hora após as primeiras mensagens, Barbosa criticou também os nomes que têm sido aventados para ocupar a vaga que era dele no STF - entre os cotados, há dois membros do governo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

"Onde estão os áulicos tidos como candidatos a uma vaga no STF, que poderiam esclarecer: Ministério Público não é órgão de assessoria!", prosseguiu Joaquim Barbosa. "Ministério Público é órgão de contenção do poder político. Existe para controlar os desvios e investigá-los, não para assessorá-lo", conclui ele, na última postagem.

A oposição também criticou a decisão da presidente da República. "Veja a que pontos chegamos. A presidente chega fragilizada ao segundo mandato", declarou o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antônio Imbassahy (BA).

Fonte: Agência Brasil.


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