COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
DESCARACTERIZAR A RAZÃO.
Nobres:
A contradição da
parte da Presidente da República Dilma Rousseff em manifestar o desejo de
manter a Senhora Graça Forte na presidência da Petrobras. Ora não há mais do
que contraditório por parte da Chefe de Estado e do governo em resistir esse
pleito, já é, evidente ser insustentável a posição da presidente da Petrobras,
cuja reputação foi abalada de forma irremediável pelas mais recentes denúncias
de uma ex - executiva da estatal. Resta à presidente da República, em nome das
tentativas de preservação do que restou da imagem da empresa, a substituição da
senhora Graça Foster. É a única alternativa para a agonia de alguém que se
mostrou incapaz de agir com rigor, quando alertada dos desmandos agora sob
investigação. Sua permanência no cargo é constrangedora, depois das informações
da ex-gerente Venina Velosa da Fonseca em entrevista ao Fantástico, no último
domingo. A ex-funcionária forneceu detalhes dos e-mails que passou a encaminhar
a superiores, em 2008, entre os quais Graça Foster, com quem assegura ter
participado de uma reunião para tratar de indícios de superfaturamento de
obras, desvio de verbas e outras irregularidades. Há na trajetória da
ex-gerente um componente a que recorrem os que pretendem desqualificá-la. Ela é
apontada como participante do processo de aprovação dos pagamentos de aditivos
a obras da Petrobras, conduzidas por empreiteiras investigadas. Mas nada disso,
nem mesmo o ressentimento por ter sido afastada do cargo, diminui suas
denúncias. Ao contrário, como circulava entre o alto escalão e conhecia os
labirintos da Petrobras, Venina está habilitada a dizer o que sabe. Amplia-se,
com suas informações, a possibilidade de outros funcionários reforçarem as
denúncias. Ontem, a Presidente da República saiu em auxílio de Graça Foster, por
considerá-la uma pessoa ética. Não há até agora nada que envolva diretamente a
presidente da empresa em delitos, mas são muitos os indícios de que foi
leniente com os atos escusos de seus subalternos. A presidente da República tem
a chance de interromper os danos à imagem da Petrobras e, às vésperas da posse
para o segundo mandato, trocar o comando da estatal. Adiar a decisão é apenas
prolongar um desgaste para o governo, a empresa e o país. Ações desta monta
deveriam ser proclamadas quando no intuito da razão.
Antônio Scarcela
Jorge.
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