quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

DILMA: VAI ESPERAR PELO NOVO MANDATO

 DILMA DIZ QUE ANUNCIARÁ RENOVAÇÃO DA POLÍTICA SALARIAL EM DISCURSO DE POSSE.

Governo ainda deve encaminhar proposta que corrige tabela do Imposto de Renda.

A presidente Dilma Rousseff acenou às centrais sindicais com o cumprimento de algumas das suas principais reivindicações. Vai enviar ao Congresso projeto de lei que renova, em 2015, a atual política de reajuste do salário mínimo. O pacote de bondades, porém, não para aí: o governo também encaminhará ao Legislativo, proposta corrigindo a tabela do Imposto de Renda para Pessoas Físicas.

Na segunda-feira (8), em encontro de mais de duas horas no Palácio do Planalto, Dilma disse aos sindicalistas que vai anunciar a renovação da política salarial em seu discurso de posse. "E vou dizer que foi um pedido de vocês", teria dito, de acordo com Ricardo Patah, presidente UGT (União Geral dos Trabalhadores).

Desde 2006, o governo aplica uma fórmula para reajustar o mínimo, correspondente à inflação do período somada ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes. Firmado com as centrais sindicais, o acordo terá de ser renovado em 2015."Essa será uma briga de foice no escuro", previu Dilma, ao avisar que enviará o projeto ao Congresso no primeiro trimestre. "Um ano antes de vencer (o acordo com a atual fórmula), temos de mandar para lá". O governo prevê resistências à proposta.

A própria fórmula atual é questionada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), que gostaria de revê-la. Wagner Freitas, presidente da central, afirma que, com o atual crescimento pífio, em dois anos, o reajuste será apenas a reposição da inflação. "Não sei qual seria a melhor fórmula. Temos que abrir uma negociação sobre isso", disse.

A revisão da tabela do IR tem o prazo ainda mais curto. Teria que ser feita até o final do ano para valer em 2015. Uma medida provisória editada pelo governo expirou sem ter sido votada. Agora, o Planalto precisa preparar um novo texto ou, de acordo com a presidente, pode incluir a correção em uma MP já em tramitação, a 656, o que permitiria acelerar o processo.

Dilma anunciou a correção em seu discurso no Dia do Trabalho, e o governo editou um MP com o reajuste de 4,5%, equivalente ao centro da meta de inflação, hoje já ultrapassada. Como a medida expirou, parte da equipe econômica chegou a questionar a ideia de dar a correção prometida, já que isso significa perda de arrecadação em um momento em que o governo sofre para fechar as contas. No entanto, Dilma prometeu aos sindicalistas que isso será feito.

Fonte: Reuters.


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