Antes:
premissa de se fazer bem feito (na mídia oficiosa).
Seis meses após o mundial,
obras prometidas seguem incompletas.
A maioria das intervenções para o evento não foi concluída; algumas
ainda estão sem prazo.
Com 50% das obras concluídas, o
VLT também teve o contrato cancelado por atrasos e uma nova licitação está
sendo realizada.
Há 184 dias, Fortaleza atraía a
atenção de todo o mundo. As seleções de Uruguai e Costa Rica se enfrentariam na
estreia do Castelão na Copa do Mundo deste ano.
Para os cidadãos da Capital, além
do futebol, o dia 14 de junho de 2014 seria também a data em que Fortaleza
apresentaria aos visitantes uma série de intervenções urbanísticas, focadas
principalmente em ações de mobilidade urbana e na recepção aos turistas.

Das nove iniciativas
"necessárias à realização das competições", como se lê no documento,
apenas três foram concluídas: a Arena Castelão, o BRT Paulino Rocha e o BRT
Alberto Craveiro. Além destes, a infraestrutura portuária do Mucuripe, com um
terminal de passageiros, está praticamente pronta (99,04%).
Mesmo assim, à exceção do
Castelão, primeiro estádio da Copa a ser entregue no País, todas as outras
obras foram concluídas com atraso, já que seis deveriam ter terminado em 2012 e
três em 2013. Com os novos prazos, algumas deverão ser concluídas em 2015: as
estações Padre Cícero e Juscelino Kubitschek, da Linha Sul do Metrofor, no
primeiro semestre, e o BRT Silas Munguba, daqui a um ano.

Situação ainda incerta é a do
ramal Parangaba-Mucuripe do Veículo Leve Sobre Trilho (VLT). A Secretaria da
Infraestrutura do Estado (Seinfra) também cancelou o contrato com os
construtores devido a constantes atrasos e, desde maio, vem tentando contratar
um novo consórcio. Uma nova licitação está em andamento. De acordo com o órgão,
o projeto será concluído 18 meses após a retomada dos trabalhos.
Estações.
Estações.
Com relação às estações do metrô,
a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) afirma que elas
estão 56% concluídas. Apesar do prazo estipulado, a entrega está condicionada a
processos de desapropriações.
Apesar da indefinição, a Linha
Sul já vem operando comercialmente desde o último dia 1º de outubro.
Atualmente, são quatro trens fazendo o percurso entre as estações Chico da
Silva, no Centro e a Carlito Benevides, em Pacatuba. O tempo de espera entre os
transportes é de 19 minutos, afirma o Metrofor.

Com um orçamento estimado em R$
102,9 milhões, o Eixo Via Expressa / Raul Barbosa é constituído de quatro
intervenções, sendo três túneis sob a Via Expressa. O primeiro deles, na Av.
Padre Antônio Tomás, será iniciado no próximo semestre, devendo ficar pronto em
um ano. O segundo, na Av. Alberto Sá, será construído seis meses depois e
concluído junto com o primeiro. Há ainda o túnel longitudinal entre a Av.
Santos Dumont e a Av. Padre Antônio Tomás, que será executado em 2015, mas
depende do retorno das obras do VLT.
O Eixo compreende ainda uma
rotatória no cruzamento entre as avenidas Raul Barbosa e General Murilo Borges,
que deverá estar em operação no primeiro semestre de 2016, após um ano de
obras. O projeto também prevê uma nova ponte sobre canal do Lagamar.
< (NA RETA FINAL DE GOVERNO ELE SE COMPROMETEU)
Apesar da demora, o titular da
Secretaria Especial de Grande Eventos Esportivos (Sege), Ferruccio Feitosa,
ressalta que as obras serão concluídas. "Nós colocamos algumas obras como
da Copa do Mundo na tentativa de viabilizar o recurso e dar celeridade.
Infelizmente, tem algumas coisas que fogem do controle do Governo",
afirmou. "Essas obras vão ficar prontas, têm o dinheiro assegurado, têm o
compromisso da Prefeitura de Fortaleza, do Estado e também do Governo
Federal", completou.
Apesar das discussões sobre
grandes obras, para a professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da
Universidade Federal do Ceará (UFC), Zulmira Bomfim, o legado mais importante
para a cidade é o desenvolvimento interpessoal.
"A grande questão dessa
relação com a Copa é a visão de que esses grandes eventos vão mudar a vida das
pessoas. Cada vez mais, deve-se voltar para o local, para as relações
comunitárias, ao invés de se pensar em grandes eventos ou grandes
impactos", explicou a professora, que também é coordenadora do Laboratório
de Pesquisa em Psicologia Ambiental da UFC.
Segundo ela, construir grandes
obras não resolvem o problema das metrópoles. "As pessoas precisam do
micro, das relações face a face, de coesão, de vizinhança. De poder caminhar,
andar de bicicleta, usar um transporte público", disse. Zulmira Bomfim
reconhece que intervenções importantes foram feitas e houve avanços.
Entretanto, "existe uma percepção de monumentalidade que precisa cada vez
mais mudar nesta cidade".
Fonte: (texto) DN.
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