segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

AQUI TÁ BOM DEMAIS!

 “SEMPRE ASSIM” - CEARÁ “PAI D’ÉGUA” O CENTRO DA RAZÃO DO UNIVERSO. – (CEARENSE VIVE NO MUNDO DA FANTASIA ENFEITIÇADO PELOS “BRUXOS DA POLÍTICA”.).

Antes: premissa de se fazer bem feito (na mídia oficiosa).

Seis meses após o mundial, obras prometidas seguem incompletas.

A maioria das intervenções para o evento não foi concluída; algumas ainda estão sem prazo.

Com 50% das obras concluídas, o VLT também teve o contrato cancelado por atrasos e uma nova licitação está sendo realizada.

Há 184 dias, Fortaleza atraía a atenção de todo o mundo. As seleções de Uruguai e Costa Rica se enfrentariam na estreia do Castelão na Copa do Mundo deste ano.

Para os cidadãos da Capital, além do futebol, o dia 14 de junho de 2014 seria também a data em que Fortaleza apresentaria aos visitantes uma série de intervenções urbanísticas, focadas principalmente em ações de mobilidade urbana e na recepção aos turistas.

A realidade, porém, ainda não se concretizou totalmente. O legado, termo que se popularizou ao se referir às obras prometidas na Matriz de Responsabilidade da Copa, ainda está em aberto, com mais da metade das intervenções incompletas seis meses depois.

Das nove iniciativas "necessárias à realização das competições", como se lê no documento, apenas três foram concluídas: a Arena Castelão, o BRT Paulino Rocha e o BRT Alberto Craveiro. Além destes, a infraestrutura portuária do Mucuripe, com um terminal de passageiros, está praticamente pronta (99,04%).

Mesmo assim, à exceção do Castelão, primeiro estádio da Copa a ser entregue no País, todas as outras obras foram concluídas com atraso, já que seis deveriam ter terminado em 2012 e três em 2013. Com os novos prazos, algumas deverão ser concluídas em 2015: as estações Padre Cícero e Juscelino Kubitschek, da Linha Sul do Metrofor, no primeiro semestre, e o BRT Silas Munguba, daqui a um ano.

Outras deverão ficar prontas somente em 2016, como é o caso das obras do Eixo Via Expressa / Raul Barbosa. Duas obras continuam sem prazo definido. Uma é a do novo terminal do Aeroporto Internacional Pinto Martins, que teve o contrato com o consórcio construtor rescindido em junho último. Um novo edital deverá ser lançado no próximo dia 8 de janeiro, segundo a Infraero.

Situação ainda incerta é a do ramal Parangaba-Mucuripe do Veículo Leve Sobre Trilho (VLT). A Secretaria da Infraestrutura do Estado (Seinfra) também cancelou o contrato com os construtores devido a constantes atrasos e, desde maio, vem tentando contratar um novo consórcio. Uma nova licitação está em andamento. De acordo com o órgão, o projeto será concluído 18 meses após a retomada dos trabalhos.

Estações.

Com relação às estações do metrô, a Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) afirma que elas estão 56% concluídas. Apesar do prazo estipulado, a entrega está condicionada a processos de desapropriações.

Apesar da indefinição, a Linha Sul já vem operando comercialmente desde o último dia 1º de outubro. Atualmente, são quatro trens fazendo o percurso entre as estações Chico da Silva, no Centro e a Carlito Benevides, em Pacatuba. O tempo de espera entre os transportes é de 19 minutos, afirma o Metrofor.

Já o BRT Silas Munguba (antiga Av. Dedé Brasil) teve apenas 10% das obras executadas desde setembro de 2012, o que corresponde a 600 metros da avenida. Segundo a Secretaria de Infraestrutura do Município (Seinf), a retomada se dará no primeiro semestre do ano que vem. Até dezembro de 2016, a via será integrada aos BRTs das avenidas Paulino Rocha e Alberto Craveiro por meio do corredor expresso de ônibus Parangaba / Papicu, que funcionará com duas rotas distintas na Capital.

Com um orçamento estimado em R$ 102,9 milhões, o Eixo Via Expressa / Raul Barbosa é constituído de quatro intervenções, sendo três túneis sob a Via Expressa. O primeiro deles, na Av. Padre Antônio Tomás, será iniciado no próximo semestre, devendo ficar pronto em um ano. O segundo, na Av. Alberto Sá, será construído seis meses depois e concluído junto com o primeiro. Há ainda o túnel longitudinal entre a Av. Santos Dumont e a Av. Padre Antônio Tomás, que será executado em 2015, mas depende do retorno das obras do VLT.


O Eixo compreende ainda uma rotatória no cruzamento entre as avenidas Raul Barbosa e General Murilo Borges, que deverá estar em operação no primeiro semestre de 2016, após um ano de obras. O projeto também prevê uma nova ponte sobre canal do Lagamar.

Compromisso.

< (NA RETA FINAL DE GOVERNO ELE SE COMPROMETEU)

Apesar da demora, o titular da Secretaria Especial de Grande Eventos Esportivos (Sege), Ferruccio Feitosa, ressalta que as obras serão concluídas. "Nós colocamos algumas obras como da Copa do Mundo na tentativa de viabilizar o recurso e dar celeridade. Infelizmente, tem algumas coisas que fogem do controle do Governo", afirmou. "Essas obras vão ficar prontas, têm o dinheiro assegurado, têm o compromisso da Prefeitura de Fortaleza, do Estado e também do Governo Federal", completou.

Apesar das discussões sobre grandes obras, para a professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Zulmira Bomfim, o legado mais importante para a cidade é o desenvolvimento interpessoal.

"A grande questão dessa relação com a Copa é a visão de que esses grandes eventos vão mudar a vida das pessoas. Cada vez mais, deve-se voltar para o local, para as relações comunitárias, ao invés de se pensar em grandes eventos ou grandes impactos", explicou a professora, que também é coordenadora do Laboratório de Pesquisa em Psicologia Ambiental da UFC.

Segundo ela, construir grandes obras não resolvem o problema das metrópoles. "As pessoas precisam do micro, das relações face a face, de coesão, de vizinhança. De poder caminhar, andar de bicicleta, usar um transporte público", disse. Zulmira Bomfim reconhece que intervenções importantes foram feitas e houve avanços. Entretanto, "existe uma percepção de monumentalidade que precisa cada vez mais mudar nesta cidade".

Fonte: (texto) DN.

Nenhum comentário:

Postar um comentário