Presidente da Petrobras afirmou ontem que as denúncias de corrupção são aprendizado
para os novos projetos de refino.
As refinarias Premium I e II da
Petrobras, a serem construídas no Maranhão e no Ceará, respectivamente, terão a
execução de seus projetos impactados pelas denúncias de corrupção que estão
sendo apontadas na estatal por meio da Operação Lava Jato, afirmou ontem a
presidente da companhia, Graças Foster. De acordo com a executiva, a Operação
Lava-Jato servirá como um aprendizado para a empresa, inclusive para os
próximos projetos de refinarias da estatal. Ela se disse motivada a recuperar a
credibilidade da empresa, abalada pelas denúncias, e para aumentar os
instrumentos de controle, que serão reforçados, portando, nos novos projetos de
refino.
A executiva teme repetir as
falhas observadas no projeto da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, cujo
orçamento para implantação saltou de US$ 2,5 bilhões para US$ 18,5 bilhões. Em
ocasiões anteriores, Foster já havia afirmado a intenção de evitar os mesmos
erros cometidos, solicitando, por consequência, a revisão dos projetos das
refinarias Premium, para que estas pudessem ter viabilidade
econômico-financeira.
A refinaria pernambucana é pivô
das investigações da Polícia Federal de um suposto esquema de corrupção na
empresa. A Operação Lava Jato investiga um possível superfaturamento na
construção da Abreu e Lima. "Cumprimos o orçamento com muita luta e
briga", disse Foster, durante encontro de fim de ano com a imprensa, na
sede da empresa, no centro do Rio.
Licitações.
Na prática, os dois projetos
Premium já estão sofrendo impacto da atual crise vivenciada pela companhia. A
empresa previa, entre os meses de março e abril deste ano, lançar os pacotes de
licitação dos dois empreendimentos, o que não ocorreu. A data foi postergada
até junho e, em julho, Foster afirmou que os planos haviam sido mais uma vez
adiados, informando que os editais seriam lançados até o fim do ano. Até agora,
contudo, não foram publicados e dificilmente serão, diante da atual situação da
companhia.
Em outubro deste ano, uma fonte
ligada à empresa informou que a Petrobras estaria avaliando adiar os dois
projetos, dizendo que esta decisão ainda não estava tomada, mas que havia um
sentimento na companhia nesse sentido. Cerca de um mês depois, em reunião com o
governador Cid Gomes e o eleito, Camilo Santana, a presidenta Dilma Rousseff
declarou que o empreendimento cearense não seria adiado. A programação é para
que a Premium II seja entregue em 2019.
Início em PE
A Petrobras anunciou, na noite da
última terça-feira, que realizou a primeira venda de diesel da refinaria Abreu
e Lima, também conhecida como RNEST. A primeira nota fiscal foi emitida pela
usina pernambucana para a Petrobras Distribuidora, com volume de
aproximadamente 1.600 m³.
Presidente da Vale é cotado para gerir Petrobras
Rio.
Com os escândalos de corrupção
na Petrobras, a permanência de Graça Foster à frente da Petrobras tem sido
questionada e, ontem, a atual presidente da estatal colocou o cargo à
disposição da presidente Dilma Rousseff. Um dos nomes mais cogitados para substituir
Foster é o de Murilo Ferreira, presidente da Vale. Também foram são Henrique
Meirelles, ex-presidente do Banco Central, Luciano Coutinho, que deve deixar o
BNDES e Guido Mantega, ministro da Fazenda até 31 de dezembro.
Dos quatro, Murilo Ferreira é que
o melhor preenche as condições exigidas pelo momento atual. É um executivo de
mercado e fez uma gestão discreta e eficiente na Vale, onde substituiu Roger
Agnelli. Caso se confirme a indicação, o governo daria o primeiro passo para
tentar recuperar a imagem da Petrobras, cujas ações chegaram a ser suspensas da
BM&FBovespa, após caírem 10%.
Contudo, em matéria publicada no
jornal Folha de São Paulo, contudo, Murilo Ferreira negou ter recebido o
convite da presidente Dilma Rousseff ou de integrantes do governo para assumir
a presidência da Petrobras. "Não fui sondado. Não fui indicado. Não fui
convidado", disse Ferreira, categórico, em almoço com jornalistas. Segundo
a reportagem, Murilo preferiu não fazer comentários sobre a possibilidade de assumir
o cargo.
Fonte:
Agência Brasil.
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