Ele classificou como 'erro' ter voltado à vida
pública após a Presidência. Político fez último discurso na tribuna e recebeu apoio de colegas.

Depois que deixou a Presidência
da República, Sarney foi eleito para três mandatos consecutivos de senador pelo
Amapá. Em junho, o parlamentar anunciou a políticos e amigos que não
disputaria as eleições deste ano para, segundo sua assessoria, cuidar da
mulher, em tratamento médico.
Eu tenho um arrependimento, até
fazendo um mea-culpa. Penso que é preciso proibir que os ex-presidentes ocupem
qualquer cargo público, mesmo que seja cargo eletivo. Nos Estados Unidos é
assim, e eles passam a ter uma função que serve ao país. Então, eu me arrependo.
- “Acho que foi um erro que eu cometi ter voltado, depois de presidente, à vida
pública."
Senador José Sarney (PMDB-AP)
- “Eu tenho um arrependimento,
até fazendo um mea-culpa. Penso que é preciso proibir que os ex-presidentes
ocupem qualquer cargo público, mesmo que seja cargo eletivo. Nos Estados Unidos
é assim, e eles passam a ter uma função que serve ao país. Então, eu me
arrependo. Acho que foi um erro que eu cometi ter voltado, depois de
presidente, à vida pública”, afirmou durante seu último discurso como senador.

Apoio de colegas.
O senador deu início à fala
dizendo que não tem inimigos e que sempre cultivou o “diálogo e a paz”. “Deus
me poupou do sentimento do ódio e do ressentimento, da inveja e do desejo de
vingança”, afirmou.
Ele ocupou a tribuna por cerca de
duas horas e recebeu apoio de diversos colegas, que o chamaram de “estadista”,
“grande político”, entre outros elogios. As manifestações partiram de
representantes de diversos partidos, como Gleisi Hoffmann (PT-PR), Romero Jucá
(PMDB-AP), Ruben Figueiró (PSDB-MS) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

O plenário, que inicialmente
estava vazio, ficou repleto de senadores e servidores ao longo do discurso. Os
funcionários do Senado vão oferecer uma confraternização ao ex-presidente nesta
sexta-feira (19).
Estatais e maioridade penal.
O senador anunciou que vai
reapresentar um projeto de sua autoria que estabelece o Estatuto das Estatais,
que chegou a ser aprovado pelo Senado, mas ficou parado na Câmara dos
Deputados.
“Se ele tivesse sido feito, nós
não teríamos esse problema que hoje estamos tendo, que estamos lamentando e
que, de certo modo, está envergonhando o Brasil, que é o problema da
Petrobras”, declarou.
Ao falar sobre segurança pública,
disse que a maioridade penal deve ser “repensada” no país. Na visão do
parlamentar, a legislação dá margem para que uma pessoa "possa matar até
os 18 anos”. “Quer dizer, qual é o direito dele? O direito de matar, de matar
até os 18 anos. Isso cria uma escola do crime”, completou.
O senador ainda citou dados da
economia do Maranhão, seu estado de origem, para afirmar que o estado “está
numa vanguarda bastante avançada”. “Esses números, sem dúvida, chocam, porque a
nossa mídia escolhe, sempre, o Maranhão como um estado que é exemplo para o
Brasil de crescimento menor”, disse.
1964.
Sarney ainda comentou sobre o
golpe militar de 1964, o qual chamou de "revolução". - "Talvez o
pior que a revolução tenha feito, no Brasil, tenha sido acabar com os partidos
políticos", disse.
Ele também afirmou que é preciso ter "regras claras" para doações de empresas privadas a campanhas eleitorais "de maneira que não haja cooptação de vontades".
Ele também afirmou que é preciso ter "regras claras" para doações de empresas privadas a campanhas eleitorais "de maneira que não haja cooptação de vontades".
"Estabeleceu-se uma
promiscuidade entre cargos, empresas e setores da administração que apodreceu o
sistema em vigor. A solução desse problema não pode ser abordada timida e
isoladamente, mas deve ser feita em conjunto com o sistema partidário",
afirmou.
Fonte: AE.
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