DELATOR TAMBÉM RECEBEU DA
CAMARGO CORRÊA: R$ 16 MILHÕES EM 3 PARCELAS.
Empreiteira depositou o dobro do que Júlio Camargo recebeu da Toyo Setal.
SÃO PAULO - Dono de três empresas
usadas para repassar propina e depositar dinheiro a partidos e políticos, o
executivo Júlio Gerin de Almeida Camargo não prestou serviços apenas à Toyo
Setal, empresa que o levou a assinar acordo de delação premiada na Operação
Lava-Jato. A movimentação bancária da Treviso Empreendimentos, uma das empresas
de Júlio Camargo, mostra que ele recebeu R$ 16,8 milhões da Construções Camargo
Corrêa, em três depósitos de R$ 5,631 milhões, entre julho e setembro de 2012.
A mesma conta também recebeu dinheiro do consórcio Camargo Corrêa/Promon/MPE e
da UTC Engenharia, e serviu para enviar a propina para o exterior.

A Toyo Setal informou que Júlio
Camargo prestava serviços como consultor, não como contratada. Por isso, atuava
também com outras empresas. Segundo a investigação, de uma conta na Suíça, no
Banco Cramer, foram identificados U$ 2,250 milhões em repassasses para as
offshores Volare, Vigela e Persempre, com titulares ainda não identificados.
Também foram achadas remessas para o banco Merrill Linch, em Nova York, de US$
2,5 milhões. No WINTERBOTHAM a conta foi aberta em nome da Piemonte, outra de
suas empresas, e foram feitas remessas para três offshores.

No acordo, Júlio Camargo se
comprometeu a pagar R$ 40 milhões em multa. Em troca, deverá ser condenada a no
máximo 15 anos de prisão, pena que não será cumprida atrás das grades. Ele terá
direito a cumprir a pena em regime aberto por três (mínimo) a cinco anos
(máximo), prestando 30 horas de serviços comunitários mensais, e apresentar a
cada dois meses um relatório de atividades. Poderá viajar dentro do país sem
pedir autorização à Justiça e, em caso de viagens ao exterior, poderá fazer o
pedido com apenas uma semana de antecedência.
Na campanha de 2010, Camargo
apareceu em lista de 39 financiadores milionários de campanha, feita pela ONG
Contas Abertas, que reuniu os que doaram mais de R$ 1 milhão.
Acordo semelhante foi firmado com
Augusto Mendonça Neto, sócio da Toyo Setal por meio da SOG Óleo e Gás. Dono de
17 empresas, Mendonça Neto negociou uma multa bem menor, de R$ 10 milhões.
Fonte: Agência O Globo.
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