Dilma anunciou nome de 13 pessoas que comandarão ministérios em 2015.
PSDB criticou 'loteamento de cargos', enquanto petistas elogiaram escolha.
PSDB criticou 'loteamento de cargos', enquanto petistas elogiaram escolha.
Por meio de nota oficial, o
Palácio do Planalto anunciou
nesta terça os nomes de 13 novos
integrantes do primeiro escalão do governo federal. Entre os ministros que
atuarão no segundo mandato da petista estão os governadores da Bahia, Jaques
Wagner (PT), do Ceará, Cid Gomes (PROS), e o ex-prefeito de São Paulo Gilberto
Kassab (PSD).
As indicações contemplaram alguns
dos partidos que apoiaram a candidatura de Dilma à reeleição – PT, PMDB, PROS,
PSD, PCdoB e PRB.
Para o líder do DEM na Câmara,
deputado Mendonça Filho (PE), a reforma ministerial demonstra que a máquina
pública continua “dominada pelo aparelhamento partidário” e “inchada”, já que
não houve corte de ministérios.
“A gente assiste mais do mesmo,
da mesma política, do toma-lá-dá-cá, dominado pelo aparelhamento partidário,
que produziu o quadro que temos aqui de fraco desempenho político-econômico.
Ela não está preocupada em produzir resultados em termos de satisfazer as
políticas públicas, mas, sim, satisfazer os interesses partidários”, disse
Mendonça Filho.
O líder do PSDB na Câmara,
Antônio Imbassahy (BA), também criticou o número de pastas e a distribuição dos
cargos entre partidos da base aliada. “O governo continua com a prática
do toma-lá-dá-cá, do afilhadismo, mantendo desnecessariamente 39 ministérios,
que além da irracionalidade do número, leva a um gasto do dinheiro do
contribuinte no momento em que a presidente deveria dar um bom exemplo de corte
de despesas, depois da gastança desenfreada no ano eleitoral."
Elogio petista.
O líder do governo na Câmara,
deputado Henrique Fontana (PT-RS), avaliou a escolha dos nomes anunciados nesta
terça como um sinal da intenção da presidente de manter a sua base aliada unida.
“A minha avaliação é bastante
positiva, que expressa a coalização com a qual ela pretende governar o país.
Sem dúvida nenhuma, a presidente faz uma escolha que demonstra o desejo dela de
consolidar uma base de sustentação para o governo, uma coalizão com
responsabilidade de governar tanto no Executivo quanto no Legislativo”, opinou.
O vice-líder do PT na Câmara,
deputado José Guimarães (CE), negou que tenha havido "toma-lá-dá-cá"
nas indicações. “Não tem esse negócio de ‘toma lá, dá cá’. Ela [Dilma] montou a
engenharia necessária para formar um governo de coalizão”, afirmou. “A presidente
tem diretriz que foi vitoriosa nas urnas e vai implementar a partir de agora.”
Guimarães defendeu ainda a
escolha do perfil dos nomes anunciados até o momento. “Eu acho que é um
ministério que tem a cara do Brasil, formado por quadros experientes, com
estatura política. Ela montou um ministério para dar conta do recado.”
Veja abaixo a lista completa de ministros
anunciados nesta terça pela Presidência:
Agricultura: Kátia
Abreu (PMDB-TO).
Senadora de Tocantins, Kátia
Abreu, 52 anos, é presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária
(CNA). Ela foi a primeira mulher a assumir a presidência da entidade. Em 1998,
foi eleita pelo antigo PFL primeira suplente na Câmara dos Deputados. Assumiu a
cadeira por dois anos, tendo comandado a bancada ruralista na Casa. A
aproximação com a presidente Dilma ocorreu nos primeiros meses do primeiro
governo da petista.
Aviação Civil: Eliseu
Padilha (PMDB-RS).
O ex-deputado federal Eliseu
Padilha é um dos políticos mais próximos ao vice-presidente da República e
presidente do PMDB, Michel Temer. Padilha foi ministro dos Transportes no
governo Fernando Henrique Cardoso e tem histórico de confronto político com o
PT no Rio Grande do Sul. Apesar de ter apoiado o PSDB nas campanhas
presidenciais de 2002 e 2006, ele aderiu à base aliada da presidente Dilma
Rousseff por orientação da cúpula do PMDB. Por conta do histórico de
alinhamento ao PSDB, a indicação de seu nome enfrentou resistência no Planalto.
Cidades:
Gilberto Kassab (PSD-SP)
O novo ministro Gilberto Kassab já
foi opositor do governo do PT na época em que integrava o DEM. Kassab assumiu a
prefeitura da cidade de São Paulo em 2006, quando José Serra deixou o cargo
para disputar o governo paulista. Em 2008, foi eleito para mais um mandato. Em
2011, criou o PSD e se tornou um dos nomes mais influentes da política
nacional. Ao deixar a legenda oposicionista, conseguiu enfraquecer a oposição na
época, o DEM perdeu 11 de seus então 46 deputados federais e se aproximar do
Palácio do Planalto. Atualmente, o PSD de Kassab tem 45 deputados federais, a
quarta maior bancada da Câmara.
Ciência e Tecnologia: Aldo
Rebelo (PCdoB-SP)
Ex-presidente da Câmara dos
Deputados, o alagoano Aldo Rebelo, 55 anos, será deslocado para o Ministério de
Ciência e Tecnologia a partir de 2015. Ele estava no comando do Ministério dos
Esportes há quatro anos. No período em que esteve à frente da pasta, coordenou
as obras públicas federais da Copa do Mundo e os preparativos para a Olimpíada
de 2016, que será sediada no Rio. Entre 2004 e 2005, durante o governo Lula,
Aldo chefiou a Secretaria de Relações Institucionais.
Controladoria-Geral da União: Valdir Simão (sem partido)
Escolhido pela presidente Dilma
Rousseff para substituir Jorge Hage no comando da CGU, Valdir Simão é auditor
de carreira da Receita Federal, mas nos últimos anos ocupou posições
estratégicas em ministérios, secretarias e na Previdência Social. Conhecido por
ser um "gestor eficiente", ele ocupa hoje o cargo de
secretário-executivo da Casa Civil.
Defesa: Jaques Wagner (PT-BA)
Governador da Bahia desde 2007,
Jaques Wagner foi um dos principais coordenadores da campanha de Dilma Rousseff
à reeleição. Um dos fundadores do PT, o político foi ministro do Trabalho no
governo do ex-presidente Lula. Em 2005, no momento mais delicado do governo do
ex-presidente – quando se revelou o esquema do mensalão – assumiu a Secretaria
de Relações Institucionais (SRI). É tido como um político “conciliador” pelo
Planalto.
Educação: Cid
Gomes (PROS-CE)
Filho de prefeito, irmão de um
ex-ministro de Estado e de um deputado estadual, Cid Gomes é governador do
Ceará desde 2007. O político circulou ao longo da carreira por diversos
partidos políticos: desde 1980 foi filiado ao PMDB, PSDB, PPS, PSB e PROS, seu
partido atual. Além de governador, Cid Gomes também foi eleito deputado
estadual e prefeito de Sobral (CE).
Esportes: George Hilton (PRB-MG)
Líder do PRB na Câmara, George
Hilton, 43 anos, é deputado federal desde 2007. Antes de ingressar no PRB, ele
já foi filiado ao PP e ao antigo PL (atual PR). Radialista e teólogo, Hilton
também foi atuou como deputado estadual em Minas Gerais.
Igualdade Racial: Nilma Lino Gomes (sem partido)
Sem filiação partidária, a futura
ministra é graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG). Mestre em Educação pela UFMG, Nilma tem doutorado em Ciências Sociais
pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado, em Sociologia, pela
Universidade de Coimbra (Portugal). Ela fará parte da cota pessoal de Dilma no
primeiro escalão. Em 2013, Nilma se tornou a primeira mulher negra a assumir a
direção de uma universidade federal, quando foi empossada reitora da
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).
Minas e Energia: Eduardo
Braga (PMDB-AM)
Líder do governo no Senado, Eduardo
Braga governou o Amazonas entre 2003 e 2010, ano em que renunciou para
concorrer a uma vaga no Senado. Nas eleições deste ano, tentou eleger-se
novamente ao governo do Amazonas, mas foi derrotado por José Melo (PROS). Como
líder do governo, foi um dos articuladores políticos do novo Código Florestal
no Congresso. Em sua trajetória política, também foi vereador, deputado
estadual, deputado federal, vice-prefeito e prefeito de Manaus.
Pesca: Helder
Barbalho (PMDB-PA)
Indicado para a Secretaria da
Pesca e Aquicultura na cota do PMDB, Helder Barbalho é filho do ex-senador
Jader Barbalho (PMDB-PA). Natural de Belém, Helder tem 35 anos. Até então, o
cargo público mais alto que havia exercido era o de prefeito de Ananindeua, no
interior do Pará. Neste ano, ele disputou o governo paranaense, mas perdeu a
eleição para Simão Jatene (PSDB).
Portos: Edinho
Araújo (PMDB-SP)
Ex-prefeito de São José do Rio
Preto (SP) e de Santa Fé do Sul (SP), Edinho Araújo foi filiado à Arena –
partido que apoiou o regime militar – e ao PPS antes de ingressar no PMDB. Em
2014, ele se elegeou para seu quarto mandato na Câmara dos Deputados. No
Legislativo, Araújo relatou o projeto de lei que criou a Comissão Nacional da
Verdade.
Turismo:
Vinicius Lages (PMDB-AL)
Antes de assumir o Ministério do
Turismo, em março deste ano, Vinicius Lages, 57 anos, ocupava, desde 2007, o
cargo de gerente da Unidade de Assessoria Internacional do Sebrae (Serviço
Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa). Neste ano, ele coordenou o
programa do Sebrae de apoio e preparação de empresas para a Copa do Mundo.
Lages fez doutorado em Economia do Desenvolvimento na França. Ele também tem
especialização em economia de serviços, turismo e desenvolvimento de negócios.
Fonte: G1-DF.
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