COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
IDEOLOGIA, RELIGIÃO,
XIISMO, SAFADEZA SEMPRE DIRECIONADA A CORRUPÇÃO.
Nobres:
Adeptos do
corporativismo queiram justificar o comportamento como uma estratégia virtuosa
de redistribuir a riqueza, atingir mais rapidamente nobres objetivos, ou
facilitar o acesso ao poder para corrigir as desigualdades. Elucubrações à
parte, o que nos deixa inseguros e incomoda é roubalheira, ladroagem, furto,
subtração, assalto, apropriação indébita, saque, rapto, propina, desvio,
fraude, ocultação, abafa, mentira, corrupção, formação de cartel, consultorias
de mentirinha, concussão, ou peculato seja por que motivo for. Como, para guri,
roubar era mais feio do que mentir. Há um adágio popular de “Quem mente rouba”.
Os dois vêm juntos ou se confundem. Quem mente está roubando a verdade do
outro, e para não ser pego é preciso ocultar e mentir enquanto der, ou enquanto
não for mais compensador recorrer à delação premiada. Como coisa que possa
merecer recompensa: o delator traiu a sociedade que roubou e depois trai seus
comparsas. Nossa salvação está na briga de bandidos. Frente ao crime
organizado, à predação em matilha, ao uso do aparelho do Estado e de recursos
sofisticados destinados ao desenvolvimento social, ao aproveitamento de
posições privilegiadas na hierarquia do poder para fraudar, é difícil até
classificar o ladrão de galinhas e o punguista, que se expõem geralmente
sozinhos para produzir malfeitos (como ficou na moda dizer). As desculpas das
artimanhas de mercado, das necessidades para gastos de campanha e da propaganda
não raro exagerada, se não enganosa contribuem para banalizar tais desvios de
comportamento. Não há mais reduto isento ou local sagrado, cada um precisa se
cuidar e ajudar a organizar sistemas de vigilância e controle social. Estamos
sendo roubados pelos impostos, nas taxas bancárias, nos salários, nos preços
dos artigos e serviços mais necessários, nos medicamentos, nos custos de
assistência à saúde, no financiamento dos custos de guerra e conflitos (mesmo
que distantes), através de projetos com fachada de ajuda humanitária, até no
Banco do Vaticano. Se não for como sequela de períodos de fome em que a humanidade teve que se
defender de qualquer forma, acumulando para fugir da penúria.
Antônio Scarcela
Jorge.
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