O procurador-geral da República, Roberto Janot, fez nesta terça-feira, duras críticas à gestão da Petrobras, defendeu a troca de toda a diretoria da
companhia e afirmou que "corruptos e corruptores devem experimentar o
cárcere".
Tão duras afirmações
surpreenderam o governo e provocaram irritação. Até porque a fala de Janot
confronta com a estratégia do Palácio do Planalto que, até aqui, era a de mostrar
ações combate à corrupção na gestão de Graça Foster e oferecer investigações na
companhia no período anterior à chegada da nova diretoria.
"Janot colocou todos no
mesmo balaio", afirmou um auxiliar do governo sobre o discurso do
procurador-geral.
Em várias ocasiões, a presidente
Dilma Rousseff deu indicações de que pretende manter Graça Foster na
presidência da Petrobras como "comandante da faxina" na maior estatal
brasileira. A fala de Janot não faz distinção à gestão de Graça – segundo fontes do Ministério Público, porque documentos da Operação
Lava Jato indicam que a corrupção na companhia continuou mesmo depois da
chegada dela à presidência.
Em seu discurso, Janot fala ainda que a Petrobras deveria agir "de forma
colaborativa com o Ministério Público". É aí que alguns viram um recado do
procurador para o próprio Ministério Público, notadamente, para a força-tarefa
que conduz as investigações da Operação Lava Jato no Paraná. Segundo pessoas
ligadas a Janot, ele reage às afirmações de que estaria negociando com
advogados de empreiteiras acordos para que corruptores escapem da prisão.
Por isso, ele afirmou hoje que
não existe acordo sem reconhecimento de culpa. Além disso, ele quer o pagamento
de multas muito elevadas. Isso confronta com o interesse de empreiteiras que
propõem, por suas defesas, um acordo para pagamento de multa e suspensão
temporária de execução de obras públicas. Mas Janot acha que deve incluir, também,
punição aos corruptores, "corruptos e corruptores devem experimentar o
cárcere", como disse na manhã desta terça-feira.
Com estas declarações, Janot adota o tom do Ministério Público e conquista apoio de procuradores. Vale lembrar que o mandato dele se encerra em setembro de 2015 e, se quiser ser reconduzido, ele precisa de apoio interno para ter o nome encaminhado. A equipe de Janot nega que as declarações dele sejam motivadas por esse interesse.
Com estas declarações, Janot adota o tom do Ministério Público e conquista apoio de procuradores. Vale lembrar que o mandato dele se encerra em setembro de 2015 e, se quiser ser reconduzido, ele precisa de apoio interno para ter o nome encaminhado. A equipe de Janot nega que as declarações dele sejam motivadas por esse interesse.
Fonte: G1.
(texto).
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