COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
UMA HISTÓRIA BEM ENGANADA.
Nobres:
Diante da memoria curta que se transformou na cultura
do nosso povo que sempre será um espectador no mundo fantasiado e descarado de
um cenário montado diante da campanha política, onde os inocentes e
santificados petistas compartilham com o eleitor adepto da safadeza arrogada
por este segmento partidário. Moderado na premissa em que uma das peças
publicitárias mais comentadas das últimas eleições presidenciais foi um
comercial da campanha de Dilma Rousseff na TV em que se mostrava um grupo de
banqueiros animados em uma reunião e, ato contínuo, a cena de uma família
jantando. O locutor afirmava que, se eleita, “Marina iria entregar o país para
os banqueiros”. A comida, então, desaparecia da mesa, para o desespero das
pessoas. Marina poderia ter respondido com outro comercial, com um grupo de
empreiteiros em torno de uma mesa e outra família etc. O áudio poderia falar
algo a respeito de negociatas com a Petrobras, doleiros e políticos que
enriquecem magicamente e partidos que nunca mais precisaram se preocupar com
financiamento eleitoral. O fato é que não o fez. Ambas as escolhas dizem muito
mais a respeito da disputa que tivemos do que todos os debates da campanha
somados. Aí, ocorridas as eleições, a presidenta Dilma escolheu Joaquim Levy,
diretor da Bradesco Asset Management como ministro da Fazenda. Antes, havia
convidado Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco. Levy integrou o governo
Fernando Henrique, foi secretário do Tesouro no primeiro governo Lula e é
conhecido por suas posições ortodoxas e pró-mercado. Os investidores, claro,
reagiram muito bem à escolha. No “novo governo, novas ideias”, a senadora Kátia
Abreu (PMDB/TO, ex-PSD e ex-DEM) ocupará o ministério da Agricultura. Chamada
de “miss desmatamento” pelos ambientalistas, a destacada liderança do
latifúndio também é conhecida por sua hostilidade aos povos indígenas e pela
defesa de que os reajustes do salário mínimo não sejam mais “tão generosos”,
entre outras pérolas do ideário do século XVIII. Muitos imaginam que perfis
assim tenham a ver com a necessidade de ajustes na economia. Parece, mas não é.
O que comanda as indicações é a urgência política de ampliar apoio entre os
conservadores para amortecer os impactos dos escândalos de corrupção. O segundo
governo Dilma tende a ser, por isso, mais dependente da “Casa Grande” do que o
primeiro e ainda menos vocacionado a reformas. A turma que comeu bolinha de
cinamomo terá mais dificuldade em alertar o Brasil para os “riscos do comunismo”,
mas essa será, possivelmente, a única vantagem. Refém do “andar de cima”, o PT
é cada vez mais uma caricatura dele próprio. Nela, seus candidatos atacam os
adversários como “demônios da direita”. Depois de eleitos, entretanto, convocam
todos os “diabos” e lhes entregam as chaves. Lindo isso! Só está faltando o
palco Tiririca!
Antônio
Scarcela Jorge.
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