JULGAMENTO NO TRE.
ELEITOS JUSTIFICAM RESSALVA NAS CONTAS.
Gony Arruda teve as contas de campanha aprovadas com ressalvas por ter
sacado R$ 480 mil na véspera do pleito, abrindo suspeita de caixa dois.
Dos 46 deputados estaduais
diplomados na semana passada, 20 tiveram as prestações de contas aprovadas com
ressalvas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por problemas no período
eleitoral. Parlamentares ouvidos pelo Diário do Nordeste tentaram explicar a
ressalva. A maioria destacou que isso não deve influenciar na relação futura do
eleitor com o Poder Legislativo.
O presidente da Casa, Zezinho
Albuquerque (PROS), diz que as ressalvas podem se tratar de atecnias nas
prestações de contas e não refletem negativamente na imagem da Casa. "Não
há nada de grave nas ressalvas. Inclusive, isso não aconteceu somente com os deputados
eleitos, mas com aqueles que não foram eleitos", justificou.
O deputado Gony Arruda (PSD), que
teve as contas questionadas pelo Ministério Público Eleitoral por ter sacado R$
480 mil às vésperas das eleições, informou que faz movimentações bancárias
corriqueiramente, salientando que ainda iria avaliar a situação juntamente com
seu advogado e contador.
"Estou vendo com meu
advogado para ver o que. Realmente está pendente. Parece que é uma atecnia que
eles identificaram, mas preciso analisar para dar opinião formada a
respeito", disse. A quantia elevada para um saque, segundo questionamentos
do Ministério Público, pode indicar gastos de campanha não contabilizados,
conhecidos popularmente como caixa dois, gerando ressalva nas contas.
O deputado peemedebista Carlomano
Marques teve contas aprovadas com ressalvas por ter declarado despesas com
diesel, sem ter comprovado o uso de veículo na campanha apto ao uso do
combustível. Questionado sobre o tema na Assembleia Legislativa, o peemedebista
preferiu não se pronunciar. "Eu não vou falar sobre isso", afirmou.
Já Sérgio Aguiar (PROS) ressaltou
que a população, ao se deparar com a informação a respeito de falhas nas contas
de parlamentar, pode entender que os deputados têm problemas de conduta moral.
"Mas acredito que essa não seja uma condição para impedimento da atuação
parlamentar ou para a Casa ter qualquer mácula. Se houvesse contas irregulares,
aí sim nossa preocupação seria maior".
Com contas aprovadas com
ressalvas, o deputado Roberto Mesquita (PV) reforçou que o seu problema, como o
de outros parlamentares, refere-se a "pequenas atecnias", causadas
pelo sistema do TRE, alega. "Tivemos que contratar um contador e um
advogado, e o próprio sistema nos leva a erros, como é no meu caso",
explicou.
O deputado José Sarto (PROS), que
teve contas aprovadas sem ressalvas, disse que cada caso deve ser analisado
separadamente. "Quem se sentir prejudicado, o Ministério Público, por
exemplo, pode inquirir sobre a legalidade da prestação de contas", disse.
Os deputados eleitos para a
próxima Legislatura com contas aprovadas com ressalvas foram Agenor Neto,
Bethrose, Walter Cavalcante, Roberto Mesquita, Bruno Pedrosa, Audic Mota,
Elmano de Freitas, Ely Aguiar, Carlos Matos, Danniel Oliveira, Naumi Amorim, Heitor
Férrer, Evandro Leitão, Júlio César Filho, Ailton Brasil, Renato Roseno, Ana
Laís, Gony Arruda, Carlomano Marques e Osmar Baquit.
Fonte: DN.
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