COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
ACORDO, NUNCA PARA ANISTIAR CORRUPTOS.
Nobres:
Deveria ter
razão Dilma Rousseff de acordo com a teoria, ao afirmar que a corrupção é um
mal entranhado no setor público por herança cultural do patrimonialismo
que mistura o público com o privado. E acerta a senhora Dilma ao advertir que
nada justifica a inoperância das autoridades no sentido de agir preventivamente.
Entretanto o seu governo está claramente incluído entre os que adotaram uma
postura frouxa diante da ação de corruptos, dentro da máquina pública, que agem
em favor de corruptores agora bem identificados. Também merece avaliação
crítica a observação da mais alta autoridade do país de que as investigações
dos escândalos da Petrobras não podem comprometer um patrimônio de todos. A
estatal está sendo desmoralizada por falhas de conduta e de controle dos que a
administram. Quem não se preocupou em preservar a Petrobras foram os que
deveriam protegê-la, começando pelo próprio governo, que tem seu controle
acionário e a sua gestão. O que fica de positivo da manifestação da presidente
é o desejo de conduzir um pacto contra a corrupção que envolva todas as esferas
de poder. O ideal é que essa intenção seja claramente demonstrada pelo governo
que a propõe e que até agora vinha sendo titubeante em relação a providências
corretivas. Esse pacto não pode passar pela possibilidade de anistia ou perdão
para corruptos, corruptores e, principalmente, para políticos que traíram os
seus mandatos e os seus representados ao se beneficiar das propinas pagas por
prestadores de serviço da estatal. Por fim, enquanto reage aos desmandos, o
governo precisa definir os primeiros passos do segundo mandato, para que não
seja paralisado pelos efeitos dos atos criminosos que não soube evitar.
Portanto esperamos agir em termos práticos.
Antônio Scarcela Jorge.
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