Segundo ele, depoimento de Venina mostra que Graça sabia de esquema. Senador defendeu demissão de diretores e da presidente da estatal.
Um dia depois de a ex-gerente da
Petrobras Venina Velosa da Fonseca afirmar que a presidente da Petrobras tinha
conhecimento dos esquemas de corrupção na empresa, o presidente do PSDB,
senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta segunda-feira (22) que Graça Foster
“mentiu” ao Congresso Nacional.
Em depoimentos às comissões
parlamentares de inquérito que investigam o escândalo de corrupção na
Petrobras, Graça Foster disse que não tinha conhecimento de irregularidades na
estatal.
“A presidente Graça Foster esteve
no Congresso Nacional e disse que não tinha conhecimento em relação a qualquer
tipo de irregularidades e desvios na Petrobras. O que nós estamos vendo é que a
presidente Graça Foster mentiu ao Congresso Nacional”, afirmou Aécio Neves, no
Rio de Janeiro (RJ).
Em entrevista
exclusiva à repórter Glória Maria, exibida
no Fantástico deste domingo (21), a ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da
Fonseca afirmou que “percebeu que havia irregularidades” na estatal em 2008 e
que, desde então, reportou problemas aos superiores, entre eles o
gerente-executivo, diretores e a atual presidente.
Aécio Neves defendeu a demissão
de Graça Foster e mudança de todos os gestores da empresa. "Acho que a
presidente da Petrobras perdeu todas as condições de ficar à frente da empresa.
Cabe à presidente da República substituí-la e vai fazer isso no tempo. Talvez o
estilo da presidente seja esse de tentar até o último minuto manter aquilo que,
a meu ver, é impossível de ser mantido".
Segundo o tucano, "não há
capacidade da atual direção da empresa de garantir o resgate da
credibilidade" da Petrobras. Nesta segunda (22), em café da manhã com
jornalistas no Palácio do Planalto, a presidente Dilma
Rousseff afirmou que a situação da presidente da
Petrobras, Graça Foster, “não é fácil”, por causa da pressão sobre a estatal,
mas defendeu a executiva das denúncias de corrupção na empresa e disse que não
vê necessidade de que Foster saia do cargo.
O senador tucano disse que,
diante da dimensão dos escândalos que vieram à tona durante e após a campanha
eleitoral, Dilma não teria "direito" de pedir desculpas ao povo
brasileiro.
"Em alguns dos debates, eu
dei à presidente Dilma Rousseff a oportunidade de se desculpar com os
brasileiros pela ausência de governança na empresa e pelos prejuízos que a
empresa causava no Brasil. Os escândalos depois da eleição foram tão maiores
que aqueles que imaginávamos que sequer direito a desculpas eu acredito que a
presidente tenha mais. Eu não acho que a presidente tenha se beneficiado
pessoalmente de desvios, até fiz sempre essa ressalva. Mas, do ponto de vista
político, isso aconteceu".
CPMI.
Aécio Neves voltou a defender a
abertura de uma nova Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) com a
convocação de políticos citados nas delações premiadas durante as investigações
do Ministério Público.
"Ela Venina tem que ser
investigada, a direção da empresa tem que ser toda investigada", disse. O
senador garantiu que a oposição irá colher assinaturas para abertura da nova
CPMI tão logo termine o recesso parlamentar.
O senador enfatizou que na CPMI
criada este ano o governo "blindou" seus aliados. "Não é possível
que com tantas delações, com tantas confissões, já inclusive com retorno de
dinheiro para o Brasil, o Congresso Nacional se mantenha blindado em relação a
esse gravíssimo escândalo", declarou, acrescentando que a “nova CPMI terá
como base, como ponto de partida, as confissões, que são as delações
premiadas”.
Aécio apontou ainda que os
escândalos envolvendo a Petrobras evidenciam "uma crise de governança que
nós vamos, infelizmente, demorar muito tempo para superar" e questionou a
situação de outras empresas estatais. "Infelizmente esse é o pior legado
que o PT nos deixa: uma enorme desconfiança em relação aos investimentos
privados que deveriam ter continuidade no Brasil", falou.
Financiamento a Porto de Cuba.
O tucano também comentou sobre o
financiamento concedido pelo BNDES para construção do Porto de Mariel, na ilha
caribenha. Após o café da manhã com jornalistas, Dilma falou da retomada das
relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba e defendeu o financiamento.
"Isso é quase uma piada do PT.
O Porto Mariel é um porto construído com recursos financeiros que será,
obviamente, benéfico a Cuba e administrado por uma empresa de Cingapura sem que
traga qualquer benefício ao Brasil", disse. Para o senador, "os
benefícios ao Brasil ocorreriam se os portos que tivessem sido feitos fossem
portos brasileiros. Não se justifica, tanto que a presidente fugiu deste debate
durante todo o tempo da campanha eleitoral".
Fonte: Agência O Globo.
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