Presidente não quer na nova equipe políticos
suspeitos de corrupção.

Embora o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, só vá pedir a abertura de inquérito e oferecer
denúncia contra políticos envolvidos na operação Lava Jato em
fevereiro de 2015, a presidente não quer chamar para a equipe nomes sob
suspeita. Alves perdeu a eleição para o governo do Rio Grande do Norte e, até
agora, tinha cadeira garantida no Ministério do Turismo ou na Secretaria dos
Portos, a partir de 2015.

Na lista dos políticos acusados
por Costa de receberem repasses do esquema na Petrobras, oito são do PT, oito
do PMDB, dez do PP, um do PSB e um do PSDB. O Planalto tem certeza de que os
nomes divulgados pelo Estado compõem mesmo a lista sob análise de Janot, a ser
reforçada com outras delações, como a do doleiro Alberto Youssef.
O ex-ministro da Casa Civil
Antonio Palocci (PT), coordenador da campanha de Dilma na eleição de 2010, e o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também foram mencionados no
depoimento de Costa e negaram "com veemência" a denúncia. Renan tem
apadrinhados no governo, como o atual ministro do Turismo, Vinícius Lages. De
acordo com auxiliares de Dilma, porém, a inclusão do aliado na lista de Costa
não afetará a escalação do ministério. Mesmo assim, há preocupação no Planalto
com o impacto das delações na campanha de Renan para se reeleger presidente do
Senado, em fevereiro de 2015.
O governo vive tempos difíceis no
relacionamento com a base aliada no Congresso e, para piorar o quadro, o líder
do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), é favorito para comandar a Casa.
Desafeto de Dilma, Cunha disputará a sucessão de Henrique Eduardo Alves à
presidência da Câmara contra os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Júlio
Delgado (PSB-MG).
A expectativa dos adversários de
Dilma é a de que a operação Lava Jato alveje muitos aliados até fevereiro. Na
quarta-feira, a presidente não escondeu os problemas para montar a equipe ao
ser questionada pela colega da Argentina, Cristina Kirchner, se anunciaria logo
os novos ministros. "Você não sabe como é difícil no Brasil",
desabafou ela.
O vice-presidente Michel Temer,
que comanda o PMDB, deve conversar com Dilma na segunda-feira sobre a
composição do Ministério e já marcou uma reunião, no mesmo dia, com a bancada
da Câmara. O PMDB quer ampliar o espaço no primeiro escalão, de cinco para seis
cadeiras. Atualmente, o partido controla Minas e Energia, Previdência Social,
Agricultura, Turismo e Aviação Civil, mas está de olho no Ministério da
Integração Nacional, também cobiçado pelo Pros - que já dirige a pasta - e pelo
PP. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: R7.
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