sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA, 5 DE DEZEMBRO DE 2014

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

“TROCA DE FAVORES” CONDICIONA EFEITOS ESCUSOS.

Nobres:
Os maus costumes do político brasileiro, que na realidade  é um entranhado produzido pelo segmento majoritário da sociedade corrupta brasileira expressa de real a conduta em espécie. Dentro do contexto apropriado envolve a manobra fiscal defendida pelo governo federal para enfrentar a fragilidade das contas públicas já se constitui em si mesma uma ameaça à credibilidade das finanças governamentais. Condicionar a liberação de verbas parlamentares à sua aprovação torna ainda mais grave esse tipo de prática, pois demonstra o quanto tais dotações são usadas como moeda de negociação. Tem que ser assim? Não há outra maneira de manter um relacionamento mais republicano entre o Executivo e o Legislativo? Por mais que líderes políticos neguem qualquer tipo de chantagem no caso, é óbvio que práticas assim beiram a negociata. Basicamente, o que o Planalto pretende com o projeto alterando a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é descontar da poupança destinada ao pagamento de compromissos da dívida pública os gastos com obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e com desonerações tributárias. A necessidade só surgiu porque o governo federal se descuidou de um princípio elementar quando há a preocupação de gerenciamento responsável: manter as finanças públicas em equilíbrio. Pressionado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), um dos pressupostos da estabilidade, e a reorganizar as contas com uma nova equipe econômica, o Planalto se vê sem outra saída no curto prazo a não ser mudar a lei. O precedente é perigoso e inaceitável. O país só tem a perder quando, além de insistir no abrandamento do rigor fiscal decisão contestada pela oposição no Supremo Tribunal Federal (STF), o Planalto recorre a práticas condenáveis como a de barganhar com emendas parlamentares. Situações com esse grau de desgaste para os políticos poderiam ser evitadas se, além de o governo ter se preocupado mais com a qualidade dos gastos, a política brasileira se pautasse mais por partidos afinados com programas do que com imediatismos. Líderes políticos na Câmara e no Senado tentam se preservar quando negam qualquer tipo de chantagem valendo-se das emendas parlamentares. Sob o ponto de vista da população, porém, o termo adequado para a manobra é um só: expressar a imoralidade reinante no picadeiro dos políticos parlamentares.
Antônio Scarcela Jorge.

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