domingo, 7 de dezembro de 2014

UTOPIA - ESTADO É O MELHOR; CONTANTO DESPRESTIGIADO

 CEARENSES FORA DA MESA DO CN HÁ MAIS DE 20 ANOS.

Falta de fidelidade partidária e proporcionalidade das bancadas no Congresso. Estes são os dois principais fatores apontados pelos integrantes da bancada cearense no Congresso para a perda de espaço dos representantes do Estado nos principais cargos diretivos da Câmara e do Senado. O Ceará teve até hoje, desde o tempo do Império, quatro deputados que ocuparam a presidência da Câmara, sendo que Flávio Marcílio foi presidente por três vezes e o último deputado cearense a presidir a casa foi Paes de Andrade do PMDB, de 1989 a 1991.

No Senado, foram apenas dois presidentes, um no tempo do Império, João Vieira de Carvalho, o Marquês de Lajes, que presidiu o Senado entre 1844 e 1847 e o atual deputado federal Mauro Benevides ocupou a presidência da Casa, sendo o único cearense que até hoje presidiu o Congresso Nacional, que funciona quando as duas casas legislativas se juntam para deliberar. Apesar de ser natural de Portugal, o Marquês de Lages cumpriu um mandato de senador pela Província do Ceará entre 1829 a 1847. Já o decano Mauro Benevides termina seu mandato federal em fevereiro do ano que vem.

Para Mauro Benevides, em seu caso pessoal, após ter exercido a presidência do Congresso e sido primeiro secretário da Assembleia Nacional Constituinte de 1988, nenhum outro cargo poderia se igualar a estas posições, e por este motivo ele não tem pleiteado dentre de sua bancada qualquer indicação para postos e cargos em Comissões ou na Mesa Diretora da Câmara. "Eu cheguei ao ápice. Nada se igualaria, por este motivo não tenho buscado outros cargos, mas não concordo que o Ceará não esteja prestigiado. Se falta ocupar a presidência das duas Casas há mais de 20 anos, isto tem sido compensado com grandes nomes que têm se destacado nas presidências das Comissões ou lideranças de grandes bancadas".

Falta de espaço

De acordo com o deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), reeleito para seu sexto mandato na Câmara dos Deputados, falta sim espaço não só para o Ceará, mas para a maioria dos parlamentares de Estados com bancadas menores aparecerem. Ele, no entanto aponta a falta de fidelidade partidária, principalmente dentro da bancada cearense, como o principal ponto para que os parlamentares do Estado não alcancem cargos diretivos na Mesa da Casa.

"O grande problema é a sucessão de mudança de partidos. Mais de 90% da bancada trocou de siglas nesta legislatura. Isto é muito ruim. Não dá para se firmar dentro do partido, buscar junto à sua liderança se consolidar como um nome da legenda e solicitar uma indicação para um cargo dentro da Câmara", avalia Gomes de Matos. Para o deputado tucano, a falta de fidelidade não permite que haja interação entre o parlamentar, a direção partidária e muito menos suas bases. "Este muda-muda de partidos enfraqueceu muito a bancada cearense, assim como todas as outras bancadas".

Os parlamentares concordam que é mais fácil para um parlamentar do Ceará galgar um cargo na Mesa do Senado do que na Câmara, devido à proporcionalidade. "Na Câmara são 513 parlamentares, sendo 22 da bancada do Ceará. No Senado são 81 representantes, sendo que igualitariamente três de cada Estado. Esta proporcionalidade ocorre porque, enquanto a Câmara representa o povo do Estado, de acordo com sua densidade demográfica, o Senado representa o próprio Estado em si, o que dá o mesmo peso a todos", explicou o deputado Artur Bruno. Para ele, o Ceará conseguir um cargo de presidente em uma Mesa Diretora seria um fato político da maior importância para o Estado.

Considerado um deputado destaque em seu primeiro mandato, já tendo conseguido assumir a relatoria de projetos importantes, de parte do Orçamento Geral da União 2014 e a vice-liderança do seu partido, Danilo Forte (PMDB-CE) credita a falta de espaço para os cearenses na Mesa Diretora também às questões de alianças partidárias. As maiores bancadas se valem de alianças para se manterem no poder e a escolha dentro destas bancadas passa por muita negociação.

"Antigamente tínhamos espaço para talentos políticos individuais, como o ex-presidente Flávio Marcílio, aparecer e ocupar por três vezes a presidência da Câmara. Hoje em dia os talentos pessoais não importam mais. O que importa é a política interna na hora das alianças. Há espaço para os Estados com predominância do crescimento econômico, então o Ceará, com seus problemas, apesar dos grandes talentos, fica de fora. Na Câmara os principais cargos da Mesa têm sido ocupado nas últimas legislaturas sistematicamente por representantes do Centro-Sul do país". Para romper esta barreira, Danilo aposta que somente a união de toda a região em favor de um nome pode evitar que um novo presidente paulista ou sulista assuma a Câmara dos Deputados em 2015.

Parlamentares procuram visibilidade.

Com uma renovação de 45% de sua bancada na Câmara (dos 22 deputados federais, 10 foram recém eleitos) ficará ainda mais difícil o Ceará pleitear grandes cargos dentro da estrutura do Legislativo. O Estado tem nomes de peso, como Raimundo Gomes de Matos pelo (PSDB), Moroni Torgan (DEM), José Guimarães (PT), Danilo Forte (PMDB), Luizianne Lins (PT) e tantos outros com destaque dentro do Estado e nome nacional. No entanto, pelos critérios de negociações partidárias, que neste momento fazem com que PT e PMDB disputem acirradamente a presidência da Casa, será difícil uma composição com um destes nomes para compor a Mesa Diretora da Câmara.

Para os deputados novatos que estarão chegando a Brasília a partir de fevereiro de 2015, os veteranos dão a dica de um profundo engajamento nas questões partidárias e para que fiquem antenados nos assuntos de interesse nacional. Apesar de ser vista como de "mau gosto" o Congresso Nacional tem uma classificação de bastidores dos chamados parlamentares do "baixo clero" e "parlamentares do alto clero". A maioria dos 531 deputados compõe o chamado baixo clero. São poucos cargos diretivos na Mesa, nas Comissões Permanentes, nas Comissões temporárias, como CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito).

O analista político Antonio Augusto de Queiroz, diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) é uma das pessoas que anualmente ajuda a eleger as “Cabeças do Congresso", parlamentares que por meio de sua atuação e declarações têm o poder de participar de negociações importantes e alterar o rumo de certas votações. Segundo Antônio Augusto o caminho para ser um "Cabeça no Congresso" passa por participar de Comissões Permanentes importantes, como a Comissão de Constituição e Justiça e Comissão de Finanças e Tributação." Em todas as comissões os parlamentares deve procurar relatar matérias relevantes e polêmicas, que façam com que haja negociações com o governo e espaço na mídia".

Esta fórmula foi a utilizada pelos deputados cearenses Danilo Forte (PMDB) e Domingos Neto (PROS) para se destacarem nesta que foi a sua primeira legislatura e já se elegerem para a segunda nas eleições de outubro. "Eu sempre procurei trabalhar muito, relatar matérias de interesse não só do Estado, mas nacional, como a Agência Brasileira de Hospitais e o Orçamento de 2014. É preciso trabalhar muito e ter coragem de enfrentar os desafios", afirma Danilo Forte.

Domingos Neto já em se primeiro mandato conseguiu se eleger para a presidência da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional e da Amazônia, onde grandes projetos para o Nordeste estão em pauta, como a Transposição do Rio São Francisco e as obras da Ferrovia Transnordestina. "É um grande desafio", avaliou Domingo Neto. Participar ativamente das reuniões da Bancada do Nordeste no Congresso também abre espaços para que os parlamentares se aproximem das autoridades que freqüentam os encontros promovidos pelo grupo.

Como já ressaltou o deputado Mauro Benevides (PMDB), apesar de não ocupar a presidência de uma das Mesas do Legislativo há mais de 20 anos, o Ceará tem se destacado ao ocupar cargos de grande relevância. O senador Eunício Oliveira (PMDB) em seu primeiro mandato no Senado já conseguiu presidir a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, a mais importante da Casa. O senador José Pimentel (PT) é o líder do governo no Congresso Nacional. O deputado José Guimarães (PT) foi o líder do seu partido na Câmara.
Fonte: DN.

OPINIÃO.
‘CEARÁ É CENTRO DE ATENÇÃO DO UNIVERSO - NEM MESMO ASSIM TEM PRESTÍGIO.

"Ensejando o comentário para instar a esse conceito"

- "Sempre dizia um ex governador do Ceará, que o Estado era considerado principalmente por “puxa-sacos eternos de governo” - o centro das atenções do universo - se não existisse o Ceará, há muito o planeta exterminado. - O que eles pensam, que no Ceará é tudo maravilha! – é o paraíso – a cultura de nossa gente vive de “fantasias” até alguns “doutores” zombam das melhores universidades do mundo relativo as descabidas comparações “com as daqui” especialmente as que se afloram como sendo de “fundo de quintal”, onde a racionalidade questiona a qualidade, em vez de quantidade! Nessa situação, impositivamente somos levados as nossas audições forçarem naturalmente a ouvi-los – reiteramos: - setores ativos, são os maiores do mundo! enfim  somos o centro do universo, o que o governador daquela época, repelia.
- Mas, diante do quadro que se desenha após ultrapassar as divisas do Ceará, A REALIDADE É OUTRA - Torna-se elementar o envilecimento da representação parlamentar do Estado do Ceará diante de um Congresso Nacional também desacreditado onde se situa ‘o ninho’ da corrupção. – deste empenho consiste em “demérito acentuado”.

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