‘FANTÁSTICO’ DESTACOU A ROUBALHEIRA DA VIDA’ –
“A SÉRIE D DA CORRUPÇÃO”.
COMENTÁRIO
Nobres:
Muitos dos desmandos produzidos
na capital da República, obviamente foram inspirados por alguma aberração
produzida no Interior. Pelas emendas parlamentares que o “povo” pediu, pela
esmola que o prefeito implora aos burocratas do Planalto Central, pela relação
quase imperial dos deputados com suas bases. Um congressista foi, em algum
momento, vereador, prefeito ou deputado regional, com as exceções dos meteoros da
política, como um Tiririca e poucos outros. O corrupto tem a cara de onde saiu
com as mais variadas feições do Brasil. A corrupção está bem representada em Brasília, e todo esperto no poder, que
estabelece relações com corruptores invisíveis, é algum conhecido de todos nós.
O corrupto é geralmente um interiorano. A série que o Fantástico vem mostrando
este ano faz um amplo painel da corrupção paroquial. A pergunta que conduz o
programa. Cadê o dinheiro que estava aqui? já levou o repórter Mario Faustino a
Pernambuco, Alagoas, aqui no nosso Estado do Ceará, uma unidade da federação
que promove em esconder fatos promovidos pelos “nossos santos políticos”, que
apesar da seca “é uma París de ficção! Mesmo assim, prepare-se, porque ele vai desembarcar nas
cidades, com certeza. Não se pode conceber o atual estado das coisas, onde autoridades
pertinentes se tornaram alheias a estes desmandos. Algumas cidades são
saqueadas por empresas, pelo prefeito, pelos vereadores (de todos os partidos),
pela mulher do prefeito, pelos filhos, por parentes e demais parentes dentre
outros ladrões. Comerciantes simulam a prestação de serviços. As quadrilhas
usam os nomes de moradores como laranjas. E as cidades caem aos pedaços. Todos
nós vemos o vídeo do fantástico, quando as quadrilhas de munícipios, ainda
sorriem, talvez, antecipando suas “futuras” desgraças! - O que o repórter do
fantástico mostrou “ao vivo” reforça ajuda na tese do advogado Mario Oliveira
Filho, que defende o lobista Fernando Baiano, um dos envolvidos no escândalo da
Petrobras. Oliveira garante que não há obra pública sem propina no Brasil. Ele
diz: “Pode pegar qualquer empreiteirinha e prefeitura do interior. “Se não
fizer acerto com os políticos, não coloca paralelepípedo no chão”. O que o país
descobre, com as reportagens do Fantástico e agora com o caso da Petrobras, é
que governos e estatais, ou tudo que é público, foram raptados pelos
saqueadores miúdos e graúdos. Gangues se apoderaram dos municípios, assim como
as empreiteiras sequestraram a Petrobras. Mas não seja hipnotizado pela
conversa de que o corruptor é sempre vítima de servidores famintos. A corrupção
gestada aí na sua região é a que vai depois se multiplicar em Brasília. Mas o
corrupto (quantos nós conhecemos?) - que se aperfeiçoa em Brasília é geralmente
o primo pobre do esquema, o que vende o Estado por migalhas. - Os corruptos
milionários, como esse gerente da Petrobras que devolverá R$ 100 milhões, são
os grandes craques. A maioria é pé rapado, que enfia dinheiro vivo nos bolsos,
depois abre buracos em pátios e paredes e fica gastando o que pode para não ser
flagrado. E quantos corruptores foram condenados? Nenhum. A Operação Lava-Jato
pode até aplicar um golpe na impunidade do mundo espetacular dos grandes
corruptores. Mas a pilantragem miúda, a série D da corrupção, se alastra e cresce
ao nosso lado.
Antônio Scarcela Jorge.
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