terça-feira, 9 de setembro de 2014

O COTIDIANO DA CORRUPÇÃO - PARTIDOS E CPI

 LÍDERES DO SOLIDARIEDADE E DO PPS QUEREM CONVOCAÇÃO DE EX-DIRETOR DA PETROBRAS.

Eles também pedirão acesso à delação premiada; requerimento deverá ser apresentado em reunião da CPMI.

RIO - O líder do Solidariedade na Câmara dos Deputados, Fernando Franceschini (Paraná), e o líder do PPS, Rubens Bueno (Paraná), querem acesso à delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e a convocação do ex-diretor. Eles vão apresentar requerimento à CPMI da Petrobras, e o pedido deverá ser feito na reunião desta segunda-feira, marcada para as 14h30m.

O ex-diretor depõe à Polícia Federal desde o dia 19 de agosto em regime de delação premiada, em acordo para tentar obter redução de pena. Costa foi preso na Operação Lava Jato, da PF, acusado de ter recebido propina em um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, e há suspeitas de que o crime tenha envolvido R$ 10 bilhões.

Segundo reportagem da revista Veja, Costa teria apontado o envolvimento de pelo menos 32 parlamentares no esquema, além de ministros, ex-ministros, governadores e ex-governadores. A publicação mostra que partidos políticos aliados ao governo, como PT, PMDB e PP, teriam recebido comissão sobre contratos fechados pela Petrobras com empreiteiras. Antes de ser preso pela segunda vez, Paulo Roberto Costa falou à CPI da Petrobras no Senado e negou ter superfaturado contratos e desviado recursos.

CERVERÓ DEPÕE À CPI MISTA DA PETROBRAS NA QUARTA-FEIRA.

A CPI mista que investiga denúncias de irregularidades na Petrobras deve contar com o depoimento do ex-diretor da área internacional da estatal Nestor Cerveró na quarta-feira. Ele é considerado o principal articulador da compra da refinaria de Pasadena, no Texas, nos Estados Unidos, e é o autor do resumo do contrato apresentado ao Conselho de Administração da Petrobras na defesa do negócio com a petrolífera belga Astra Oil. No documento, Cerveró omitiu as cláusulas Marlim e put option.

A cláusula Marlim assegurava à Astra Oil uma rentabilidade mínima de 6,9% ao ano, mesmo em condições desfavoráveis do mercado. O put option, ou opção de venda, obrigava a estatal a comprar a parte da empresa belga se houvesse conflito entre os sócios. A Astra Oil fez uso dessa prerrogativa, e, em 2008, após uma disputa judicial, a Petrobras assumiu o controle total de Pasadena.

Em maio, em depoimento à CPI da Petrobras exclusiva do Senado, Cerveró disse que não agiu de má-fé ao ter tirado do resumo do contrato informações sobre as duas cláusulas e nem teve intenção de ludibriar os integrantes do conselho. O ex-diretor da estatal afirmou ainda que a compra de Pasadena foi um bom negócio para a Petrobras.

Cerveró também deverá responder às denúncias de que teria doado imóveis aos parentes após o caso Pasadena ter se tornado público. Nesta segunda-feira, o deputado Rubens Bueno apresentou à CPMI da Petrobras pedindo a convocação da mulher de Cerveró, Patrícia Cerveró; do advogado Marcelo Oliveira Mello, representante da offshore uruguaia Jolmey Sociedad Anonima no Brasil; e de Selson Ferreira, auxiliar administrativo para quem Melo repassou a empresa. Bueno busca investigar a compra, pela Jolmey, de apartamento na Zona Sul do Rio alugado, posteriormente, por Patrícia Cerveró. O imóvel foi adquirido por R$ 1,5 milhão, mas está avaliado pela prefeitura da cidade em R$ 7,5 milhões. O aluguel cobrado era de R$ 3.650.

Fonte: Agência Globo.


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