Eles também pedirão acesso à delação premiada; requerimento deverá ser
apresentado em reunião da CPMI.
RIO - O líder do Solidariedade na
Câmara dos Deputados, Fernando Franceschini (Paraná), e o líder do PPS, Rubens
Bueno (Paraná), querem acesso à delação premiada do ex-diretor de Abastecimento
da estatal Paulo Roberto Costa e a convocação do ex-diretor. Eles vão
apresentar requerimento à CPMI da Petrobras, e o pedido deverá ser feito na
reunião desta segunda-feira, marcada para as 14h30m.
O ex-diretor depõe à Polícia
Federal desde o dia 19 de agosto em regime de delação premiada, em acordo para
tentar obter redução de pena. Costa foi preso na Operação Lava Jato, da PF,
acusado de ter recebido propina em um esquema de lavagem de dinheiro e evasão
de divisas, e há suspeitas de que o crime tenha envolvido R$ 10 bilhões.
Segundo reportagem da revista
Veja, Costa teria apontado o envolvimento de pelo menos 32 parlamentares no
esquema, além de ministros, ex-ministros, governadores e ex-governadores. A
publicação mostra que partidos políticos aliados ao governo, como PT, PMDB e
PP, teriam recebido comissão sobre contratos fechados pela Petrobras com
empreiteiras. Antes de ser preso pela segunda vez, Paulo Roberto Costa falou à
CPI da Petrobras no Senado e negou ter superfaturado contratos e desviado
recursos.
CERVERÓ
DEPÕE À CPI MISTA DA PETROBRAS NA QUARTA-FEIRA.
A CPI mista que investiga
denúncias de irregularidades na Petrobras deve contar com o depoimento do
ex-diretor da área internacional da estatal Nestor Cerveró na quarta-feira. Ele
é considerado o principal articulador da compra da refinaria de Pasadena, no
Texas, nos Estados Unidos, e é o autor do resumo do contrato apresentado ao
Conselho de Administração da Petrobras na defesa do negócio com a petrolífera
belga Astra Oil. No documento, Cerveró omitiu as cláusulas Marlim e put
option.
A cláusula Marlim assegurava à
Astra Oil uma rentabilidade mínima de 6,9% ao ano, mesmo em condições
desfavoráveis do mercado. O put option, ou opção de venda, obrigava a
estatal a comprar a parte da empresa belga se houvesse conflito entre os
sócios. A Astra Oil fez uso dessa prerrogativa, e, em 2008, após uma disputa
judicial, a Petrobras assumiu o controle total de Pasadena.
Em maio, em depoimento à CPI da
Petrobras exclusiva do Senado, Cerveró disse que não agiu de má-fé ao ter
tirado do resumo do contrato informações sobre as duas cláusulas e nem teve
intenção de ludibriar os integrantes do conselho. O ex-diretor da estatal
afirmou ainda que a compra de Pasadena foi um bom negócio para a Petrobras.
Cerveró também deverá responder
às denúncias de que teria doado imóveis aos parentes após o caso Pasadena ter
se tornado público. Nesta segunda-feira, o deputado Rubens Bueno apresentou à
CPMI da Petrobras pedindo a convocação da mulher de Cerveró, Patrícia Cerveró;
do advogado Marcelo Oliveira Mello, representante da offshore uruguaia Jolmey
Sociedad Anonima no Brasil; e de Selson Ferreira, auxiliar administrativo para
quem Melo repassou a empresa. Bueno busca investigar a compra, pela Jolmey, de
apartamento na Zona Sul do Rio alugado, posteriormente, por Patrícia Cerveró. O
imóvel foi adquirido por R$ 1,5 milhão, mas está avaliado pela prefeitura da
cidade em R$ 7,5 milhões. O aluguel cobrado era de R$ 3.650.
Fonte: Agência Globo.
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