terça-feira, 30 de setembro de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - TERÇA-FEIRA, 30 DE SETEMBRO DE 2014

COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE

DEVER DE CIDADANIA.

Nobres: Exercitar o voto é empenho protocolar e se restringe ao alistamento e ao comparecimento. Justificar a ausência é muito simples, tem prazo elástico dois meses e, na falta de uma explicação, paga-se a multa, que é uma ninharia. E, mesmo comparecendo, quem disse que há obrigação de votar? Há uma tecla do voto em branco e ainda pode-se anular o voto, inventando-se um número qualquer. Voto nulo ou branco é o - “não voto”-. Desde quando, então, o voto é obrigatório? Avaliamos obrigatório o nosso voto. É um dever, porque na realidade queremos votar. Usamos o “privilégio” que a Constituição confere aos cidadãos. Quem não vota sempre será governado pelos que votarem. Optar por não votar é permissividade. É entregar o ouro aos bandidos sem lutar. Nesse sentido, de uma obrigação moral e cidadã, construída pelo eleitor para consigo, admitimos, há o dever de votar. Quando se difunde que o voto é uma faculdade, um direito, uma escolha, jamais uma obrigação, nem de longe estamos desejando desestimular o comparecimento e mesmo o voto. Percebam que o ato de votar não tem o peso de uma obrigação indesejável. É bom  querer votar. É preciso querer votar. Votar conscientemente, livre de obrigações e de estorvos pessoais. Dizer por aí que votar é cumprir uma ordem é o jeito capcioso de se causar desencanto no eleitorado. Se liberdade é um bem indispensável e fundamental, temos que fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para preservá-la. Comparecer à urna, escolher os candidatos após cuidadoso exame de seus currículos e biografias e votar por respeito às convicções que nos servem de bússola, isso é construir e manter a democracia.

Antônio Scarcela Jorge.

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