É no interior de uma neo preponderante classe média intermediária – a
turma bem do meio na escala social– que a briga entre Dilma Rousseff (PT) e
Marina Silva (PSB) aparece mais acirrada.
Preponderante porque diz respeito
a um exército de eleitores que representa um terço do eleitorado (32%), o maior
agrupamento numa escala com cinco subdivisões (dos excluídos à classe alta).
Neo porque o gigantismo desse
contingente (pessoas que estão exatamente entre a classe média alta e a classe
média baixa) quase dobrou de tamanho desde 2002, o ano em que o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva venceu sua primeira eleição.
E acirrada porque é o único grupo
da escala social em que há empate técnico entre as duas concorrentes mais
competitivas no atual cenário da corrida pela Presidência.
No teste de primeiro turno, Dilma
tem 35% entre esses eleitores; Marina, 33%. No segundo turno há uma inversão.
Marina aparece com uma vantagem um pouco além da margem de erro, que é de dois
pontos. A pessebista vai a 49%, a petista atinge 41%.
Essas constatações foram feitas
pelo Datafolha, que, com base nos resultados de suas pesquisas, mesclou dados
sobre escolaridade, renda e posse de bens para medir o tamanho exato de cada
grupo na escala social.
Outro dado que chama a atenção no
estudo é o aumento escalonado das intenções de voto em Dilma conforme diminui a
classe social do eleitor. Uma escadinha.
Na classe alta, ela tem só 19%
das intenções de voto. Sobe para 27% na classe média alta. Vai a 35% na
intermediária, 40% na classe média baixa e atinge seu recorde, 49%, entre os
excluídos.
Com Marina e o senador Aécio
Neves (PSDB) ocorre exatamente o oposto: eles crescem conforme melhora a
condição social do eleitor (confira no primeiro gráfico).
Ao aplicar os mesmos critérios
para definição de classes em resultados de pesquisas de anos anteriores, é
possível enxergar com nitidez a dimensão das transformações sociais ocorridas
nos últimos anos.
Além do agigantamento da classe
média intermediária, constata-se que o grupo dos excluídos deixou de ser o
maior, embora continue grande. Caiu de 33% para 27%.
E a classe média baixa minguou,
de 23% para 13%. Parte grande de seus antigos representantes evoluíram para o
ponto intermediário.
Com isso, a clássica ideia de
pirâmide social –um modelo em que a base era o maior grupo e os demais
segmentos ficavam menores conforme evoluíam– foi detonada.
O formato, hoje, não é nada
regular. Parece mais sofisticado e menos injusto.
Fonte: (estatística)
Datafolha.
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