O candidato à Presidência da
República pelo PSDB, Aécio Neves, afirmou, em entrevista gravada na
segunda-feira (22) e transmitida nesta terça (23) pelo “Bom Dia Brasil”, que o
governo “afugentou” o investimento privado no Brasil nos últimos anos.
Segundo o presidenciável, o governo petista “demonizou” ações como as parcerias
público-privadas (PPP) e concessões.
“Foi o atual governo que afugentou
durante dez anos os investimentos privados que seriam parceiros, por exemplo,
na nossa infraestrutura. Esse governo demonizou, por dez anos, PPPs,
concessões, privatizações, quase que os considerando crimes de lesa-pátria.
Perdemos dez anos e esses investimentos, que poderiam ajudar o Brasil a ser
mais competitivo”, disse Aécio.
O candidato destacou que o país
cresceu mantendo a mesma média dos demais países da América Latina entre 1995 e
o início do governo Dilma, mas que passou a sofrer queda na economia nos
últimos três anos. “O Brasil fracassou. A atual presidente da República
fracassou na gestão da economia, fracassou na gestão do estado, e fracassou na
melhoria dos nossos indicadores sociais E por isso não merece mais um mandato”,
disse.
Ao ser questionado sobre que
medidas tomará para retomar o crescimento do país, Aécio não apresentou
propostas concretas, mas voltou a dizer que já definiu quem será seu ministro
da Fazenda. Segundo ele anunciou em debate de televisão no último dia 27, a
pasta será chefiada pelo economista Armínio Fraga, que presidiu o Banco Central
no governo de Fernando Henrique Cardoso.
“Olha, fiz algo ousado: sinalizei
quem será o ministro da Fazenda para apontar na direção de política fiscal
absolutamente transparente, o oposto do que estamos vivendo. E previsibilidade,
sim”, declarou. “Quando você fala de previsibilidade, quero dizer que não farei
um governo de improviso, um governo de choque, de planos mirabolantes”,
completou. Plano de governo. O
candidato foi questionado pelos jornalistas Miriam Leitão, Chico Pinheiro e Ana
Paula sobre o motivo para não ter apresentado ainda seu plano de governo. Sem
definir uma data, ele afirmou que o documento será apresentado “nos próximos
dias”. O candidato disse também que suas propostas são conhecidas, que as
diretrizes de seu programa foram levadas ao TSE de “forma clara”, e que o
documento terá “densidade”.
Aécio fez, ainda, uma provocação
à candidata do PSB, Marina Silva, sem citar o nome da presidenciável. Um dia
após divulgar o plano de governo, a campanha de Marina retirou do texto trecho
que apoiava o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a criminalização da
homofobia. “Tenho dito: o meu não será um programa de governo feito a lápis,
para que se passe uma borracha”, disse.
Durante a entrevista, Aécio
também criticou o baixo superávit primário que a economia brasileira tem
alcançado e disse que, caso seja eleito, encontrará uma “situação complexa”. O
superávit primário é a economia que o governo faz para conseguir pagar os juros
da dívida pública.
O candidato também voltou a dizer
que vai discutir com trabalhadores e aposentados uma saída para substituir o
fator previdenciário, mecanismo criado no governo FHC que desestimula a
aposentadoria por tempo de contribuição antes da idade mínima de 60 anos para
mulheres e 65 anos para homens. Pelo fator, quanto mais cedo a pessoa decidir
se aposentar, menor será o valor do benefício.
Aécio também negou que já tenha
dito que irá acabar com o fator. “Eu não disse que vou acabar. Eu me reuni com
as centrais sindicais e assumi o compromisso de discutirmos uma alternativa ao
longo do tempo ao fator previdenciário. Acabar com o fator previdenciário sem
colocar algo no lugar seria uma leviandade”, disse.
Petrobras
Aécio voltou a defender o que ele
chama de reestatização da Petrobras. “O que eu vou mandar fazer é devolver a
Petrobras aos brasileiros, nas mãos dos brasileiros. Vou reestatizar a
Petrobras. Vou tirar a Petrobras das mãos de um grupo político que se apoderou
da nossa maior empresa para fazer negócios.”
Segurança Pública
O candidato também defendeu uma
nova política de segurança pública, com foco no aumento da participação da
União nos gastos de estados e municípios na área. Segundo Aécio, um eventual
governo seu terá investimentos nas polícias e na política de controle das
fronteiras.
“Eu terei uma relação diferente
do atual governo com os países produtores de drogas. A Bolívia produz quatro
vezes mais folhas de coca do que consome internamente em seus altiplanos. E
essa droga que vem matar gente no Brasil. Não vamos dar financiamento nesses
países se eles não fizerem o dever de casa”, concluiu.
Fonte: G1 – Brasília.
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