Ex-senadora voltou a usar metáforas para falar
sobre o momento político que está vivendo, comparando seus adversários à figura
do "carrasco"
A candidata do PSB à Presidência
da República, Marina Silva, disse que o partido da presidente Dilma Rousseff
"repete a fórmula", o que o torna "conservador".
"Na década de 80, o PT tinha
a palavra nova, produziu um processo de atualização. Alguém consegue imaginar a
estrutura sindical no mesmo padrão getulista? Consegue imaginar a política
sendo exercida pelos mesmos grupos? Não. Houve um atualização. O problema é que
quando você tem sucesso a tendência é repetir a fórmula e, ao repetir a
fórmula, você se torna um conservador e não consegue perceber a palavra nova,
mas ela virá de alguma forma. Ninguém consegue reter", disse a candidata
durante encontro com empreendedores em São Paulo.
Desde que disparou nas pesquisas
e se tornou a única via capaz de vencer Dilma no segundo turno, Marina está sob
ataques do PT, partido do qual foi filiada por 24 anos. A candidata se diz
vítima de "uma indústria de boatos e mentiras", mas tem respondido
publicamente aos petistas.
"Fiquei ouvindo que tudo o
que sou hoje devo ao meu partido de origem. É engraçado que essa lógica também
é válida para a sociedade. Você estuda, se esforça para comprar uma casinha, e
nada disso tem a ver com seu esforço. Foi o Estado que lhe deu e você tem que
ser grato para o resto da vida. Nunca mais você pode pensar em votar em outra
pessoa ou partido, porque senão isso vai ser tirado de você", afirmou.
Marina voltou a usar metáforas
para falar sobre o momento político que está vivendo, comparando seus
adversários à figura do "carrasco". Desde a morte de Eduardo Campos,
em 13 de agosto, a pessebista tem adotado discurso mais objetivo do que
costumava fazer durante sua campanha em 2010, quando era candidata pelo PV ao
Planalto.
"A palavra nova é vista pelo
carrasco como uma heresia. Ele tem a palavra velha, que impede a mudança, que
interdita a mudança. Então ele te acusa de heresia e corta seu pescoço, para
que a palavra nova não circule. Eu vejo isso acontecendo no Brasil".
Marina reafirmou seu compromisso
de enviar uma proposta de reforma tributária ao Congresso Nacional já no
primeiro mês de seu governo, caso seja eleita em outubro. Entre os pontos,
estão "a justiça tributária, a transparência e a simplificação".
Em julho, quando era o cabeça de
chapa, Campos se comprometeu a divulgar ainda em agosto a proposta de emenda
constitucional com mudanças nos impostos do país que prometia apresentar no
início de seu mandato.
Ao ser questionada nesta terça
sobre o documento, a candidata afirmou desconhecer o compromisso do ex-aliado.
Auxiliares da candidata, no entanto, garantem que serão divulgados textos para
o segundo turno com a explicação de algumas propostas-chave, entre elas, a
reforma tributária.
Fonte: Folhapress.
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