Candidata à Presidência pelo PSB criticou atual política de juros do
governo. Em visita a Betim e BH, ela também falou sobre escândalos na Petrobrás.
A candidata do PSB à Presidência,
Marina Silva, rebateu nesta terça-feira (9) críticas feitas pela campanha da
presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, contra suas propostas para a
área econômica. Em visita a Betim (MG), na região metropolitana de Belo
Horizonte, Marina disse que a petista criou em seu governo a "bolsa
banqueiro", em referência aos gastos do governo com sucessivos aumentos na
taxa de juros.
"Ela disse que ia ganhar,
vai baixar os juros, e nunca os banqueiros ganharam tanto quanto no seu
governo. E agora, eles que fizeram a bolsa empresário, a bolsa banqueiro, à
bolsa juros altos, estão querendo nos acusar, de forma injusta, nos seus
programas de TV e rádio", afirmou a candidata do PSB.
Desde que o PSB lançou a proposta de dar autonomia ao Banco Central – que estabelece a taxa básica de juros da economia, para controle da inflação – a campanha de Dilma tem dito que a medida seria um "perigo para o país". Peças da propaganda eleitoral lançadas na internet dizem que dar independência ao BC "é tirar do presidente da República e do Congresso Nacional, as decisões sobre a política econômica do país para entregá-las aos bancos".
Desde que o PSB lançou a proposta de dar autonomia ao Banco Central – que estabelece a taxa básica de juros da economia, para controle da inflação – a campanha de Dilma tem dito que a medida seria um "perigo para o país". Peças da propaganda eleitoral lançadas na internet dizem que dar independência ao BC "é tirar do presidente da República e do Congresso Nacional, as decisões sobre a política econômica do país para entregá-las aos bancos".
Ela disse que ia ganhar, vai
baixar os juros, e nunca os banqueiros ganharam tanto quanto no seu governo. “E
agora, eles que fizeram a bolsa empresário, a bolsa banqueiro, à bolsa juros
altos, estão querendo nos acusar, de forma injusta, nos seus programas de TV e
rádio”
O programa de Marina, lançado no
fim de agosto, diz que a independência do BC permitirá ao órgão "praticar
a política monetária necessária ao controle da inflação". "Como em
todos os países que adotam o regime de metas, haverá regras definidas,
acordadas em lei, estabelecendo mandato fixo para o presidente, normas para sua
nomeação e a de diretores, regras de destituição de membros da diretoria,
dentre outras deliberações", diz o texto.
Mais tarde, durante entrevista à
imprensa em Belo Horizonte, Marina classificou de "leviana" a
acusação de que entregaria o país a banqueiros. Ela disse que, enquanto no
governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), os bancos lucraram R$ 31
bilhões, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), os lucros subiram
para R$ 199,46 bilhões "e mais ainda que já foram entregues aos
bancos".
"O próprio presidente Lula é
quem vai falar porque foi ele que disse 'não tem nenhum lugar do mundo em que o
Santander esteja ganhando mais que no Brasil. Aqui, ele ganha mais do que em
Nova Iorque, em Londres, em Paris, Pequim, Madri, Barcelona'. Lula disse
isso em 27 de julho de 2014. Ele mesmo é que está sendo pego pelas suas
próprias palavras", disse.
Pela manhã, Marina comentou
recentes escândalos envolvendo a Petrobras e disse que Dilma trocou cargos na
estatal pelo tempo de TV de seus partidos aliados. A declaração foi dada em um
discurso na Praça da Estação, no centro de Belo
Horizonte, onde dezenas de militantes
acompanharam a fala da presidenciável do PSB.
Segundo Marina, os 11 minutos a
que a presidente tem direito no horário eleitoral se devem a parcerias com os
senadores José Sarney (PMDB-AP), Fernando Collor (PTB-AL), Renan Calheiros (PMDB-AL)
e com o deputado Paulo Maluf (PP-SP).
"A Dilma tem 11 minutos na
televisão em troca de cargos para destruir a Petrobras como acontece agora, com
a corrupção", atacou Marina na capital mineira. A candidata se referiu a
um suposto
esquema de pagamento de propina a política por contratos fechados com a estatal. O caso foi denunciado pela revista "Veja", a partir do
depoimento do ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal na Operação
Lava-Jato.
A ex-senadora ainda criticou a
campanha de Aécio Neves,
candidato à Presidência pelo PSDB, dizendo que ele tem cinco minutos de campanha e que, se vencer a
eleição, ele deveria atribuir a vitória a uma campanha com dinheiro e
estrutura.
Sobre propostas, a ex-senadora
reiterou que vai manter projetos que deram certo no atual governo, como Bolsa
Família, mas que vai corrigir erros que ainda existem nos programas. A
candidata disse ainda que pretende implantar a escola integral dentro do
programa Bolsa Educação, garantir o passe livre a estudantes e alocar 10% da
arrecadação bruta do país na saúde.
A candidata rebateu uma crítica
de Dilma Rousseff sobre o pré-sal, e disse que quem é contra o pré-sal são
aqueles que estão acabando com a Petrobras, em referência ao suposto esquema de
pagamento de propina a políticos, delatado pelo ex-diretor da estatal Paulo
Roberto Costa, preso na Operação Lava-Jato. No programa eleitoral do rádio da
manhã desta terça-feira, a candidata à reeleição disse que a senadora do PSB é
contra o pré-sal.
Governo com 'melhores do PT e PSDB.
Governo com 'melhores do PT e PSDB.
Em entrevista coletiva no comitê
do PSB em Belo Horizonte, Marina Silva (PSB) disse que, caso seja eleita,
pretende governar com nomes que estão nos "bancos de reservas" do PT
e do PSDB. Segundo Marina, o objetivo é aproveitar políticos que têm bom
trabalho, mas estão relegados a segundo plano nas duas legendas.
"Vamos, sim, governar com os
melhores, com aqueles que estão nos bancos de reservas do PT e do PSDB. Essas
pessoas que hoje estão acanhadas, com vergonha do que está sendo feito e do que
está sendo dito", disse. Perguntada sobre um nome que estaria na reserva,
a candidata respondeu que o senador Eduardo Suplicy (PT) é um nome
"simbólico".
Mesmo dizendo que vai aproveitar
nomes dos partidos dos seus dois maiores adversários, Marina disse que acredita
na governabilidade de sua chapa porque "ela se dará em cima de um
projeto". De acordo com a candidata, os quadros de carreira para as
empresas estatais serão prioridade. E nas agências do governo federal, os
cargos serão ocupados por profissionais "competentes, honestos e
independentes" e não somente apadrinhados de partidos.
Marina ainda criticou as
propagandas políticas de Aécio Neves e Dilma Rousseff, dizendo que elas são
caluniosas. "PT e PSDB sofrem da síndrome de Estocolmo [doença em que o
paciente nutre amizade ou amor pelo seu agressor]. Se apaixonaram pelos
sequestradores dos seus sonhos".
Fonte: G1 – MG.
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