Candidata afirma que está sendo alvo de "campanha desleal" de
Dilma e Aécio.
A candidata do PSB à Presidência
da República, Marina Silva, afirmou neste domingo (7) que as metas de seu
programa de governo relacionadas à economia são claras e que o mais importante
é o Brasil recuperar a credibilidade, "sem o que não adiantará
números".
- Temos um programa, acho que não
existe nada mais genérico do que ter apenas um conjunto de pontos e diretrizes
básicas como têm Aécio Neves e Dilma Rousseff, que até agora não apresentaram
programa.
Marina é a única dos três
principais candidatos na corrida presidencial a já ter apresentado programa de
governo, com a promessa de recuperar o tripé macroeconômico formado por meta de
inflação, superávit primário e câmbio flutuante.
O documento, porém, não esmiúça
esses pontos. Em entrevista concedida no comitê de sua campanha, a candidata
afirmou estar comprometida com a recuperação econômica do País.
- Estamos comprometidos com a
responsabilidade fiscal, estamos comprometidos com a autonomia do Banco Central
e a nossa meta mais importante é recuperar a credibilidade do Brasil, sem o que
não adiantará números, não adiantará cadernos que estejam anotados uma grande
quantidade de números para poder recitá-los nos debates.
Ao ser perguntada sobre a
carência de metas numéricas sobre economia em seu programa, Marina citou o
objetivo de ter 10 por cento do Orçamento da União direcionado à Saúde e outros
10 por cento à Educação.
"Mais claro do que isso, não
há como fazê-lo e haveremos de melhorar a clareza no momento da transição para
o novo governo", disse a candidata, que tem aparecido empatada com Dilma
nas pesquisas de intenção de voto no primeiro turno e à frente da presidente
que tenta a reeleição no segundo turno.
"Campanha
desleal"
Marina acusou PT e PSDB de
estarem promovendo uma "campanha desleal, que afronta a inteligência da
sociedade brasileira".
- Há uma central de boatos
espalhada pelos dois candidatos que estranhamente se unem para desconstruir
nosso projeto político.
A candidata, que tem sido criticada
por praticamente não mencionar o pré-sal em seu programa, voltou a defender a
exploração do petróleo "com responsabilidade e competência".
- As riquezas daí oriundas
garantirão projetos estratégicos para o país, viabilizando significativos
investimentos em Saúde e Educação. Enquanto essa mentira (sobre o pré-sal) é
alardeada por todos os meios, a Petrobras é destruída pelo uso político, o
apadrinhamento e a corrupção.
O vice de Marina, Beto
Albuquerque, disse que o PSB já solicitou acesso ao processo da Polícia Federal
que investiga a suposta participação de dezenas de políticos em caso de corrupção na
Petrobras. Segundo reportagem da revista
Veja desta semana, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto
Costa teria citado dezenas de parlamentares da base aliada do governo, um
ministro e três governadores como envolvidos num suposto esquema de corrupção
na estatal.
Costa teria citado em depoimento
à Polícia Federal o nome de Eduardo Campos, que encabeçava a chapa do PSB à
Presidência antes de morrer num acidente de avião em agosto.
- Estamos atrás da verdade dos
fatos. A matéria da Veja cita o nome do Eduardo. Acho muito ruim que se cite o
nome de uma pessoa sem ligar ele a nada ou alguma coisa e todos passarem a
dizer que está provavelmente envolvido em alguma coisa... Ele morreu por uma
fatalidade e não deixaremos que ele morra politicamente por uma leviandade.
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