Presidente também rebateu as críticas da concorrente Marina Silva (PSB)
sobre o suposto esquema de corrupção na Petrobrás.
A presidente Dilma Rousseff,
candidata à reeleição pelo PT, afirmou neste domingo que não preocupa a
presença do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa na Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito.
"Eu acho que esse é o tipo
da decisão que o Executivo não tem de se meter. Se for decidido que ele vai,
ele deve ir. Se for decidido que ele não vai, ele não deve ir. Nós não temos
nenhuma expectativa ou preocupação em relação a isso", disse a
jornalistas em entrevista no Palácio da Alvorada, ao ser perguntada se
concordava com a ida do ex-diretor à CPI do Congresso.
A comissão parlamentar investiga
denúncias de irregularidades na estatal, entre elas a compra de refinaria em
Pasadena (EUA), mas parlamentares aprovaram na semana passada pedido para
convocação do ex-diretor, que deve comparecer na quarta-feira.
O depoimento foi marcado após
terem sido divulgadas informações sobre suposto esquema de corrupção na
Petrobras envolvendo políticos.
Costa teria revelado em
depoimentos à Polícia Federal, mediante delação premiada, suposto esquema de
repasse de recursos da Petrobras para partidos e para políticos da base aliada.
A reunião na comissão poderá ser
fechada, caso o ex-diretor da Petrobras concorde em fazer novas revelações.
O ex-diretor, que saiu da estatal
em 2012, está preso desde junho no Paraná devido a acusações decorrentes da
operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga esquema de lavagem de
dinheiro.
Rebatendo
críticas
Dilma aproveitou para rebater
mais uma vez críticas de sua principal adversária sobre o suposto esquema de
corrupção na Petrobras. A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, afirmou
que o PT colocou "por 12 anos um diretor para assaltar a Petrobras".
"Eu tive um momento de muita
indignação quando a candidata se referiu ao que foi feito pelo PT 12 anos
dentro da Petrobras", disse Dilma, lembrando que Marina foi integrante do
partido por mais de 20 anos.
"Dos 12 que ela dizia, oito
ela estava ou no governo ou na bancada, e os quatro restantes, durante três
anos o referido Paulo Roberto não esteve no governo, no meu caso. Então,
naquele momento, eu acho que de fato houve um ataque, que não era propriamente
um ataque político, que a candidata estava fazendo a nós, ao PT e a mim",
disse Dilma.
Mas a presidente afirmou que não
cabe se vitimizar diante de críticas, em mais uma referência a Marina que tem
afirmado ser alvo de "um batalhão de Golias contra Davi".
"A vida como presidenta da
República é aguentar crítica, sistematicamente. E aguentar pressão. Duas coisas
que acontecem com quem é presidente da República. Agora, quem levar isso
para o campo pessoal não vai ser uma boa presidente, porque não segura uma
crítica", disse.
"Então não pode ter, não tem
coitadinho na Presidência. Quem vai para a Presidência não é coitadinho, porque
se se sente coitadinho não pode chegar lá. A vida é dura", disse.
Banco
Central
A presidente reiterou também as
críticas à adversária pela proposta em seu programa de governo de independência
do Banco Central, dizendo que é preciso haver autonomia, e aproveitou para
responder ao desafio lançado por Marina aos principais adversários para que
divulguem seu programa de governo, como fez o PSB.
"Agora, eu não tenho de
escrever um programa e dizer que sou a favor da independência do Banco Central,
porque eu não sou a favor da independência do Banco Central. Todos os
itens do meu programa, toda minha proposta está na rua. E o que não está na
rua, eu está apresentando proposta na TV sistematicamente e para vocês
jornalistas", disse Dilma.
Segundo a presidente, um BC
independente tiraria comida do prato dos brasileiros, como mostra anúncio na
televisão de sua campanha que critica a proposta defendida pela candidata do
PSB, no qual homens engravatados aparecem rindo ao mesmo tempo em que a comida
desaparece da mesa de uma família.
No anúncio, o locutor afirma que
a independência do BC implicaria deixar para os banqueiros decisões sobre
emprego, juros e salários.
"Um BC que não tem como meta
máxima o emprego, tira sim (comida das pessoas). Tira comida, se fosse só
comida tava bom. Tira comida e perspectiva da vida das pessoas. Aqui no Brasil,
o BC tem de ter autonomia e tem."
Fonte: Reuters.
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