COM SILÊNCIO DE COSTA,
OPOSIÇÃO ASSOCIA DESVIOS NA PETROBRAS AO PT.
Às vésperas das eleições, parlamentares afirmaram que a presidente Dilma
Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, tem responsabilidade sobre o esquema.
Com a manutenção da sessão aberta da CPI mista da Petrobras
e diante do silêncio do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa,
parlamentares da oposição adotaram a estratégia de relacionar as recentes
denúncias envolvendo a Petrobras com o mensalão do PT. Às vésperas das
eleições, parlamentares afirmaram que a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, tem
responsabilidade sobre o esquema. Na época em que Costa atuou na estatal, Dilma
era presidente do Conselho Administrativo da empresa.
"Esse não é o mensalão dois.
É o mesmo mensalão com fontes diferentes pagando políticos. O operador lá atrás
[no caso do mensalão] era Marcos Valério e o operador dentro do governo era
Paulo Roberto Costa", afirmou o deputado Fernando Francischini (SDD-SP).
"Ele é chamado de Paulinho
por Lula. O esquema de publicidade acabou, mas outro surgiu rendendo mais. O
governo Lula, Dilma e o PT não aprenderam com o mensalão. Lá, foram condenados
pelo STF [Supremo Tribunal Federal]
mas o esquema é o mesmo. Estamos diante da continuidade do braço indicado por
Roberto Jefferson [delator do mensalão]", afirmou o deputado Ônyx
Lorenzoni (DEM-RS).
Para o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), Dilma tem
responsabilidade sobre quem foi indicado para dirigir setores da Petrobras e
criticou sua postura de dizer que não sabia de nada. "Estamos vendo que as
nomeações daqueles que hoje estão sendo investigados e nominados como quadrilha
que tomou contra da Petrobras teve o aval, o apoio do ex-presidente Lula, da
atual presidente Dilma durante todo o período. Não apenas o aval, mas a nomeação.
Se não sabem de nada, o que estão fazendo lá", disse.
Dilma tem dito que não sabia do esquema montado por Costa na estatal e afirmou que, se soubesse, não apenas
teria demitido o ex-diretor como teria mandado investigar, como aconteceu neste
ano. Ela explicou que Costa foi demitido da Petrobras em 2012 por falta de
afinidade com ela.
Os parlamentares da oposição
tentaram, no início da sessão, tornar a sessão secreta com o argumento de que
eles poderiam tentar convencer Costa a falar alguma coisa. "Manter sessão
aberta é manter um jogo combinado. Se não fechar vai ganhar quem não quer
investigar", afirmou Lorenzoni. O deputado Afonso Florence (PT-BA)
protestou diante do que considerou ser uma "acusação" contra os
governistas.
O líder do DEM, Mendonça Filho
(PE), chegou a apresentar um requerimento para tornar a sessão secreta. Ele foi
derrotado por dez votos favoráveis à manutenção da sessão aberta contra oito
que defendiam fechá-la. A defesa pela sessão aberta foi feita por integrantes
da base aliada do governo, que temiam que Costa pudesse falar algo para os
parlamentares.
Assim que chegou à reunião, Costa
afirmou que iria permanecer em silêncio mesmo em uma sessão secreta. Os
parlamentares têm usado o tempo das perguntas para fazer discursos políticos,
uma vez que o ex-diretor disse que não responderá aos questionamentos da CPI.
Delação
Na sessão da CPI, os
congressistas reclamaram que o STF (Supremo
Tribunal Federal) ainda não deu garantias explícitas de que irá enviar para a
comissão de inquérito os documentos com a delação premiada de Costa. O
presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), recolheu assinaturas para
pedir uma reunião com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, nesta
quinta-feira (18).
Além do presidente do STF, o
ministro Teori Zavascki vai participar do encontro. Ele é relator do caso que
envolve as denúncias contra a Petrobras. Inicialmente, os membros da CPI se
reuniriam com o presidente do STF e com Zavascki na semana que vem, mas depois
de apelos da oposição, Vital disse que Lewandowski abriu espaço em sua agenda
para receber uma comissão de integrantes da comissão de inquérito.
Fonte: Agência Brasil.
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